sábado, 31 de dezembro de 2011

1281 - Antes que o mundo acabe

A história do premiado filme Antes que o Mundo Acabe se passa no Vale do Caí
Antes que o Mundo Acabe é um belo filme brasileiro, produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre e ambientado no Vale do Caí. Vale a pena ver o filme, que recebeu vários prêmios de destaque no Brasil e no exterior. O tema é a vida dos adolescentes, crianças e adultos. Ou seja, a vida de um modo geral. Apesar do que esse comentário pode sugerir, não é um filme chato.
A cidade em que transcorre a maior parte da história, não existe e até o rio que aparece em algumas cenas é muito pequeno para ser o Caí (pelo menos no trecho em que ele é mais conhecido e banha alguma cidade).
No Vale Real, Feliz, Bom Princípio, Harmonia, Caí, Pareci Novo e Montenegro, o rio é muito mais largo.
Nada disso importa. As cenas externas foram gravadas em Taquara, Rolante e Santo Antônio da Patrulha, mas consta no filme que aquele lugar idealizado fica no Vale do Caí e isso deve significar alguma coisa.
Produzido em 2009, no ano seguinte foi escolhido melhor filme brasileiro do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte. O filme é baseado no livro do escritor portolegrense Marcelo Carneiro da Cunha. Lançado no ano 2000, este livro, voltado para o público infanto-juvenil obteve extraordinária vendagem.


Mais informações sobre o livro e o filme em
http://www.casacinepoa.com.br/as-not%C3%ADcias/come%C3%A7am-filmagens-de-antes-que-o-mundo-acabe

1280 - Uma herança desprezada

 Texto de Luiz Fernando Oderich

A cada quatro anos, tenho um encontro marcado com minhas origens. Em Freiburg, sul da Alemanha, ocorre uma feira internacional a qual compareço por motivos profissionais. O mundo encontra-se lá. Nos corredores, esbarramos em russos, chineses, africanos, a própria Nações Unidas. Para mim, um vexame com hora marcada, pois tenho sobrenome e cara de alemão, mas falo muito mal a língua de meus avós. Pior, vejo muitas dessas pessoas a meu lado, de tantas origens diferentes, vários deles conversando fluentemente naquela língua estrangeira em que eu deveria ser fluente. Morro de vergonha.
Pouco importa minha idade, 62 anos, se há algo a corrigir, sempre é tempo para tentar. Estive agora em outubro, numa linda cidade medieval, chamada Schwäbisch Hall onde frequentei aulas no Goethe Institut. Meus colegas eram da Coréia do Sul, da Hungria, da Austrália, da Turquia, do Egito, dos Estados Unidos, da Itália. Em outras salas havia chineses, russos, tailandeses. Não sei ao certo quantas nacionalidades.
Afinal por que tanta gente ainda estuda essa língua, quando o inglês parece dominar tudo? Aí você começa a apreciar as estatísticas. Na comunidade europeia, o alemão é a segunda língua mais falada e a segunda mais estudada como língua estrangeira. A segunda, sim, há o dobro de pessoas estudando alemão do que o espanhol.
 O que está por trás de tudo isso chama-se TECNOLOGIA, RIQUEZA, OPORTUNIDADES. Um país com pouco mais de oitenta milhões de habitantes até um ou dois anos atrás ocupava o primeiro lugar de maior exportador do mundo. A perda para a China é recente, e ainda preserva o segundo posto. Os asiáticos, expertos, inundam as salas de aula do Goethe.
Enquanto isso, em nossa região, toda essa cultura está morrendo rapidamente. Há muitos mitos sobre a cultura e a língua alemã. Há até quem acredite que as garrafas de vinho branco sejam azuis. Não vi uma única sequer. Outros dizem que a língua seja difícil, e assustam-se com aquelas palavras enormes.
O ser humano teme o desconhecido. Quando começamos a nos familiarizar, vemos que difícil mesmo é a língua portuguesa. O alemão procura construir novos conceitos, usando o que já conhece. Vejam as palavras: o sapato ( der Schuh), a luva  (der Handschuh – o sapato da mão) e o chinelo ( der Hausschuh – o sapato que usamos em casa).
Melhor de tudo. Hoje em dia, pela internet, podemos apreender muito e absolutamente de graça. Inclusive a pronúncia. O caminho é bem fácil . Procure em cima o ícone “Deutsch Lernen”, a seguir “Deutsch Üben im Web” e depois “Aufgaben”. Há muitos e divertidos exercícios para todos os níveis. Desde o iniciante até o mais avançado. Aproveite, ensine seus netos.


Luiz Fernando Oderich é empresário bem sucedido, diretor empresa Max Metalúrgica. É autor de vários livros e criador da ONG Brasil sem Grades, que procura soluções para o problema da violência que mata tantos jovens brasileiros. Neste artigo, Luiz Fernando enfatiza a necessidade de preservarmos o domínio da lígua alemã. Um verdadeiro tesouro que precisamos valorizar e preservar.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

1279 - O Caí deverá ingressar na Região Metropolitana

A Grande Porto Alegre tem quatro milhões de habitantes

O município de São Sebastião do Cai acaba de alcançar o aval do governador do estado para integrar, de maneira oficial, a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA).
Líder da bancada do PMDB, o deputado Giovani Feltes recebeu ofício do governador Tarso Genro nesta segunda-feira, informando que a cidade, atualmente com 22 mil habitantes, reúne as condições necessárias para ingressar na Região Metropolitana.
De fato, do Caí até Porto Alegre, há uma continuidade de áreas urbanas quase sem interrupções.
A partir das conclusões do estudo realizado pela Metroplan, solicitado pelo deputado no mês de março, Feltes encaminhará projeto de lei para a integração oficial à área metropolitana ainda nesta semana.
A expectativa do deputado é de que a Assembléia Legislativa vote a proposta no primeiro semestre de 2012. “Vamos nos empenhar para que haja uma tramitação mais rápida possível, pois o município tem um modelo de desenvolvimento já integrado com a área metropolitana”, reforçou Feltes, que esteve acompanhado do prefeito Darci Lauermann, quando protocolou o pedido junto à Metroplan.
O fato de ser considerada área metropolitana trará grandes vantagens para o município, principalmente na maior facilidade de capatação de verbas em Brasília.
 “Uma das melhores oportunidades está na  questão habitacional, especialmente para atender os moradores que sofrem com as constantes cheias do rio Caí”, aponta o deputado. Para se credenciar a investimentos maiores em projetos de habitação popular, como o programa Minha Casa Minha Vida, o município precisa integrar oficialmente a região metropolitana.
Fazer parte da RMPA traz também outros benefícios sociais para os moradores. O próprio período de concessão do seguro desemprego é maior: passa de quatro para seis meses nas cidades metropolitanas, assim como o acesso à passagem gratuita no transporte coletivo para pessoas com mais de 60 anos.
Outras vantagens se relacionam com investimentos dos governos Estadual e Federal na área da saúde e de melhoria na infraestrutura urbana, especialmente em termos de obras de asfalto para as linhas de ônibus.  Estradas do interior, como a da Vigia, Passo da Taquara e Campestrão poderão receber asfalto em virtude disso.
O Caí será a 34ª cidade a integrar a RMPA. No mês de novembro, a Assembléia aprovou a inclusão de Igrejinha, no Vale do Paranhana, igualmente a partir de proposição de Giovani Feltes.
METRÓPOLE
Atualmente, a Região Metropolitana de Porto Alegre, também conhecida como Grande Porto Alegre, reúne 32 municípios, formando uma mancha urbana contínua. Inclui também o Vale dos Sinos e a região de Guaíba.
Atualmente compreende 10 097,186 km² e, segundo censo do IBGE de 2010, possui 3 979 561 habitantes, sendo a quarta mais populosa do Brasil – superada apenas pelas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A Grande Porto Alegre tem, também, o quarto maior PIB do Brasil, e a 82ª maior aglomeração urbana do mundo.
Se, em 2010, o Caí já fizesse parte da Região Metropolitana de Porto Alegre, esta já teria alcançado os 4 milhões de habitantes.
Cabe ao Caí, tomar os devidos cuidados para evitar que no seu território surjam problemas tão graves como os que ocorrem em outras metrópoles como São Paulo (pelo trânsito) ou Rio de Janeiro (pela segurança).
Planejar, pensar no futuro e antever os problemas, é o segredo para o sucesso nesta empreitada. O que deverá ser uma preocupação central do Caí a partir de agora.

1278 - Tupandi lidera o progresso do Vale do Caí

Clique sobre a tabela para ver melhor
Esta tabela mostra como evoluiu a economia dos municípios nos últimos anos.
Para entender melhor vejamos o que a tabela diz sobre o município de Tupandi. Ela revela que o valor adicionado (a riqueza produzida no município) foi de 142 milhões de reais no ano de 2008. No ano seguinte, 2009, o valor da produção daquele município subiu para 194 milhões. O que representou um crescimento de 36 %. Algo excepcional, pois o crescimento da economia chinesa, que causa admiração no mundo inteiro, tem sido de “apenas” 9%. Muito pouco, se comparado ao de Tupandi.
E, o que é mais impressionante ainda, do ano de 2009 para 2010, o PIB umentou mais 36%.
Continuando a ler a linha com os números referentes a Tupandi, vemos que, em 2010, o valor adicionado aumentou novamente em 36%, chegando a 264 milhões. Note-se que, em apenas dois anos a riqueza produzida no município quase dobrou, passando de 142 milhões para 264.
É bom notar que outros municípios da região, como Linha Nova, Capela de Santana, Maratá Vale Real e o Caí também obtiveram crescimento muito grande no seu Valor Adicionado em 2010, como pode se ver na tabela.
O valor adicionado equivale, aproximadamente, àquilo que se chama de Produto Interno Bruto, ou PIB.
Por isso podemos utilizar este valor para dividir pela população do município e obter o PIB per capita de Tupandi.
Como a população do município é de 3.919 pessoas (no mesmo ano de 2010), fazendo a divisão obtemos o valor de 67,584 reais ao ano por pessoa. Esse foi o PIB per capita de Tupandi para o ano de 2010.
Mas o que isso significa? Será muito? Será pouco? 
Tem-se uma idéia da grandeza deste número comparando-se com o PIB per capita dos demais municípios. Depois de Tupandi o município em melhor situação é Maratá, cujo PIB per capita é menos que a metade do de Tupandi.
Pode-se, também, comparar o PIB dos nossos municípios com os de outros países. Para isso, precisamos converter o valor obtido de reais para dólares. Fazendo-se esta conversão, verificamos que o PIB per capita de Tupandi, em dólares, fica sendo de 37.547. O que é muito. Para se ter uma idéia, o PIB per capita da Alemanha, no mesmo ano de 2010, segundo o Fundo Monetário Internacional, foi de 36.930 dólares. Um pouco menor do que o de Tupandi.  

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

1277 - Juarez da Corsan

Juarez de Souza e a esposa Jane: vida simples e generosa
Ele nem nasceu no Caí, mas poucos foram mais caienses do que ele. Seu nome era Luis Juarez Leite de Souza e todos o conheciam como Juarez da CORSAN. Um sobrenome que ele adquiriu por haver trabalhado, durante 19 anos, na Companhia Riograndense de Saneamento, a CORSAN.
A notícia da sua morte espalhou-se pela cidade na última quarta-feira e causou consternação geral. Na cidade não há, praticamente, que não o conhecia e estimava.
Juarez nasceu em Canoas, no dia 15 de outubro de 1949. Tinha, portanto, recém completado seus 62 anos.
Seu pai, Marcírio de Souza, trabalhou no setor de obras da prefeitura. A mãe, dona Adir, cuidava da casa e dos filhos.
Juarez cresceu no Caí, estudando na Escola Felipe Camarão, depois trabalhou na prefeitura, na fábrica de balança Laux & Wiedercker
Casou, em 1970, com Jane de Souza e o casal teve três filhas biológicas (Márcia, Débora e Taís) e uma de adoção: Jaqueline. Daí resultaram três netos, que eram uma das grandes paixões de Juarez: Luis Artur (filho de Débora), Bruna e Fernanda (filhas de Jaqueline).
Juarez se criou no bairro Vila Rica e ali viveu praticamente toda a sua vida. Ele e a esposa participaram do bloco de casados Os Acorrentados, da Sociedade União (o popular Poeira).
Jane trabalhou no Hospital Sagrada Família, por 26 anos e Juarez, depois do casamento, encontrou a profissão para a qual estava vocacionado. Foi trabalhar na CORSAN caiense e foi excelente funcionário. Dedicado, inteligente, extremamente atencioso, ele subiu na empresa tornando-se chefe de rede. Ele dirigia a turma que trabalhava na implantação e na manutenção das redes de água. Juarez sempre cumpriu o seu dever com extremo zelo, mas fez muito mais que isso. Ele   sempre esteve disponível para enfrentar os problemas que surgiam, mesmo em fins de semana ou na madrugada.
Aos 48 anos, Juarez aposentou-se na CORSAN, com 19 anos de trabalho. Ao deixar o trabalho que desempenhava tão bem, ele abriu uma pequena empresa para prestação de serviços de encanador. Desde então, foi o mais conceituado profissional desta atividade no Caí, prestando serviços para milhares de famílias e empresas no município e região.
Colorado fanático, ele ultimamente tinha uma nova paixão: uma granja na Várzea da Vila Rica, onde ele criava todo tipo de animal: vaca, pato, pavão... Ia lá diariamente para tratar os animais e curtir o recanto que criou para o seu lazer. Simples e calmo, como ele sempre foi. Interessado em política, ele sempre foi partidário do PP. Convidado a concorrer a vereador, ele até sentia a tentação, mas preferiu ouvir as opiniões da família e nunca aceitou.
A doença que levou Juarez surgiu inesperadamente. Sem saber, ele sofria de câncer no pâncreas. Um câncer muito perigoso, pois ele se desenvolve sem apresentar sinais (sintomas) e, geralmente, só é percebido quando já está num estágio muito avançado.
Foi o que aconteceu com Juarez. O problema só foi detectado no início desse mês, porque ele ficou com a pele amarelada. Ele não sentia nada e continuava trabalhando, mas a esposa o convenceu a fazer uma consulta com o Doutor Adélio Menegaz, seu médico e amigo.
O doutor mandou fazer uma ecografia no mesmo dia e uma tomografia no dia seguinte. Assim foi constatado o câncer, que já estava num estágio muito avançado. O doutor Adélio o encaminhou imediatamente para um médico em Porto Alegre e Juarez foi preparado para a cirurgia. Ele resistiu, mas  no dia seguinte estava mal e teve de fazer nova cirurgia, que não suportou.
Juarez foi enterrado na última quinta-feira, e vai fazer muita falta.

1276 - PIB per capita de Tupandi supera o da Alemanha

A renda média da população de Tupandi se iguala à da Suécia

O professor Luis Roque Klering, que é natural de Bom Princípio, vem produzindo - há vinteanos - um estudo importantíssimo. Ele divulga, desde então, o PIB e o PIB per capita de todos os municípios gaúchos.
Nos últimos anos, entretanto, esse trabalho foi interrompido, devido a um sério problema de saúde enfrentado pelo professor. Agora, felizmente, ele já está bem novamente e promete que suas estatísticas voltarão a estar disponíveis na internet (no site Terra Gaúcha).
Antecipando um pouco o trabalho de Klering, o Fato Novo calculou o valor do PIB e do PIB per capita dos municípios do Vale do Caí, de acordo com o método utilizado pelo professor. Graças a isso podemos constatar o estágio a que chegou a economia de Tupandi e dos demais municípios da região e foi possível apurar que já em 2010 Tupandi superou a renda per capita da Alemanha. Uma conquista incrível, já que Tupandi, há vinte anos, era um dos municípios mais pobres do Vale do Caí.
A metodologia do professor Klering tem se mostrado mais condizente com aquilo que se observa na realidade do que as que são divulgadas por órgãos oficiais, como o IBGE e a FEE.
Graças aos estudos do professor Klering, podemos apurar o grau de desenvolvimento de cada município e a evolução que ela teve ao longo dos anos.
E constatar coisas tão surpreendentes como a de que Tupandi tem, hoje, renda per capita superior à da Alemanha.
Isso significa que a capacidade de gerar riqueza no município é maior do que a daquele país ultradesenvolvido.
Isso não quer dizer, naturalmente, que o grau de desenvolvimento atingido por Tupandi seja superior ao da Alemanha. Os alemães são desenvolvidos há muito mais tempo e, portanto, já puderam realizar muito em benefício do seu país e do seu povo. Lá, por exemplo, todas as estradas são asfaltadas há muito tempo. Tupandi somente agora está conseguindo atingir esta meta.
Poderia se temer que o progresso extraordinário de Tupandi fosse interrompido fosse interrompido após o fim do governo de Hilário Junges, em 2008. É auspicioso constatar que, como se pode verificar na tabela, os dois primeiros anos de governo do seu sucessor, Mano Kerscher, foram de extraordinário desenvolvimento: 36 % ao ano. E o prefeito Mano tem ótimas perspectivas para os próximos anos, até porque a fábrica Kappesberg deverá ter uma gigantesca ampliação.
O PIB per capita é o modo mais utilizado para avaliar o nível de desenvolvimento econômico de um país, estado ou município.
Ele revela o nível de renda da população e, com renda elevada, mais se pode investir em educação, saúde, segurança e outras necessidades da população.
Esta é a situação privilegiada desfrutada hoje pelo povo de Tupandi.
Alguns municípios já aprenderam com a experiência de Tupandi e desenvolveram programas de incentivo à avicultura e suinocultura semelhantes ao que resultou no grande progresso do município. Embora que atualmente também a indústria seja uma grande geradora de riqueza em Tupandi, foi a avicultura e suinocultura em regime de integração que levou o município à situação em que se encontra. E ainda é a agropecuária que garante o maior retorno de impostos para o município e possibilita a realização de obras como as de asfaltamento.
Os cinco municípios da região com maior renda per capita no Vale do Caí são seguidores do modelo tupandiense e têm na pecuária integrada a principal razão do seu sucesso econômico. Como se vê na tabela, os cinco municípios mais ricos são Tupandi, Maratá, Salvador do Sul, São José do Sul e Harmonia.
Mais algumas lições se pode tirar da análise das tabelas aqui publicadas.  Observe-se, por exemplo, que os municípios mais pobres da região são os de Capela de Santana e Vale Real. A razão disto é que os dois são municípios dormitório. Grande parte da população desses municípios trabalha fora, na região do Vale do Sinos ou na Serra. Com isso elas não geram renda no seu município.
A história econômica do Vale do Caí mostra claramente a importância das administrações municipais para impulsionar o progresso em seus municípios.

1275 - São José do Hortêncio abre novos caminhos para o progresso

Em 2010, finalmente, Hortêncio conseguiu sua ligação por asfalto para o resto do mundo
(foto da ponte sobre o arroio Cadeia, batida pouco antes da conclusão da obra)
São José do Hortêncio é foi uma localidade de grande tradição e importância na história para a colonização alemã no Rio Grande do Sul e para a povoação do Vale do Caí.
Depois de São Leopoldo, que recebeu os primeiros imigrantes alemães, em 1824, São José do Hortêncio foi uma das primeiras localidades ocupadas pelas famílias de colonos vindos da Alemanha. O que aconteceu pelo ano de 1827.
Numa área vizinha à fazenda de Hortêncio Leite, o governo imperial brasileiro, abriu uma picada no meio do mato fechado, demarcou lotes à direita e à esquerda da picada e os doou aos pioneiros. O começo de vida para aqueles colonos era extremamente precário para aqueles pioneiros germânicos. O apoio do governo era pouco e os colonos muito ficaram gratos àquele fazendeiro luso chamado Hortêncio, que lhes prestou muitos favores. Tanto que a localidade que foi surgindo passou a chamar-se São José do Hortêncio.
Não havia estrada. Apenas a picada, tão estreita que por ela não passava uma carroça.
Outra dificuldade era o arroio, que quando enchia, criava enorme dificuldade na comunicação dos colonos com São Leopoldo, onde havia médico, armazém, polícia e outros recursos tão necessários àquelas famílias que se instalavam no meio do mato.
Não havia ponte nem barca e os colonos não conseguiam atravessar o arroio para se dirigir a São Leopoldo. Por isso   ele ganhou o nome de Cadeia.
Com o tempo as coisas foram melhorando. Em trinta anos a localidade já contava com uma igreja e com a muito sonhada ponte, que tornou o acesso a São Leopoldo (e ao mundo) garantido.
São Leopoldo ficava ao sul. Ao norte, só havia mato. Aos poucos, no entanto, novas colônias foram sendo criadas, como a Linha Nova, a de Picada Cará (conhecida na época como Tabacksthal), a de Feliz, as de Bom Princípio e Nova Petrópolis. Os filhos pequenos, trazidos pelos primeiros imigrantes, cresceram, casaram e precisaram de terras suas para cultivar. Com a ajuda dos pais, eles compravam terras nestas novas localidades e lá iam construir as suas vidas.
Para todas essas colônias novas, o caminho até São Leopoldo passava por Hortêncio, o que fez a localidade tornar-se um importante polo comercial. Ali começou a nascer a imensa fortuna das famílias Trein e Mentz, que tiveram enorme importância para a economia gaúcha até meados do século XX.
Mas depois surgiu a navegação pelo rio Caí e as novas estradas da região passaram a ser construídas em direção ao porto de São Sebastião do Caí. Com isso a população de Hortêncio viu o Caí prosperar rapidamente, enquanto que ela empobrecia e perdia importância.
No meio do século passado os barcos foram substituídos pelos caminhões e foram construídas estradas modernas, muito melhores que as antigas picadas pelas quais nem carroça podia passar.
Nas décadas de 1950 e 1960 o asfalto passou pela região, ligando Porto Alegre a Caxias do Sul. Dois caminhos foram abertos e asfaltados: um deles a BR-116, que passou por Nova Petrópolis, outro a RS-122, que passou pelo Caí. E Hortêncio ficou à margem desses caminhos, permanecendo esquecido por muitas décadas.  E o Hortêncio outrora próspero foi empobrecendo terrivelmente.
Com a emancipação, em 1988, e administrações municipais competentes (entre as melhores do Brasil), Hortêncio conseguiu progredir, apesar da sua condição de marginal e esquecido. Mas ainda faltava realizar o sonho de terminar com a cadeia do isolamento, da distância, dos caminhos de terra que, ao invés de aproximar, afastavam o município dos caminhos pelos quais passava o progresso.
Em 2010, finalmente, Hortêncio conseguiu realizar o seu sonho. Ou seria melhor dizer que conseguiu superar o seu pesadelo?
Neste ano foi construída a primeira ligação à sede municipal por asfalto. Ligando Hortêncio a Presidente Lucena, a estrada construída pelo governo estadual (governadora Yeda Crusius) possibilitou o acesso garantido e confortável até Ivoti e Novo Hamburgo.
E o ano de 2012 se abre com excelentes expectativas. Foi iniciada a obra de asfaltamento da estrada que liga Hortêncio ao Caí. Obra, do governo estadual (do governador Tarso Genro) com conclusão prometida para este mesmo ano de 2012 e que se destina a completar uma importantíssima ligação entre os vales do Sinos e do Caí.
Hortêncio, assim, supera o enorme problema que vem prejudicando o seu desenvolvimento há tanto tempo. E só conseguiu isso graças ao empenho e à competência política dos seus administradores e líderes. 
O município volta a estar junto ao fluxo das riquezas, como estava há 150 anos atrás. Agora, tal como aconteceu então, muitas oportunidades surgirão e muito mais riqueza poderá ser gerada. E Hortêncio poderá voltar um papel importante na história, assim como teve naqueles anos gloriosos e difíceis da fase inicial de colonização.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

1274 - Indústria e Comércio Oderich (ODIM)

A Odim é uma das mais antigas indústrias caienses em atividade
Nos anos 30, vastos pinheirais cobriam boa parte das encostas do planalto, estendendo-se pelos municípios de Lagoa Vermelha, Vacaria, Bom Jesus e São Francisco de Paula. Nestas florestas, os fazendeiros mantinham manadas de porcos semi-selvagens que procuravam a sua própria alimentação, composta de raízes e fungos. Quando a pinha amadurecia, deixava cair os pinhos. Era o início da engorda.
            Quando a safra de pinhões acabava, apareciam os compradores de suínos. Eles reuniam lotes de 400 ou 500 animais e formavam a tropa que era conduzida pela comitiva a pé, pelas estradas de terra batida, por semanas sem fim, até a estação da estrada de ferro mais próxima ou tomavam a direção da fábrica de conservas de Carlos H. Oderich & Cia., em São Sebastião do Caí.
            Os animais apartados tinham a idade de dois a três anos e possuiam belíssimos pêlos. No fio do lombo, estes pêlos eriçados atingiam o comprimento de dez centímetros e eram rijos. Este fato chamou a atenção, nascendo daí a idéia de dar aproveitamento aos mesmos.
            Por esta época, residia em Porto Alegre, na rua Ramiro Barcelos, uma família de imigrantes alemães, vindos ao Brasil, após o término da primeira grande guerra. Eram especialistas em preparação de cerdas, fabricando pincéis, escovas, vassouras  etc... Convidados por mim a tentar o que hoje em dia chamar-se-ia uma “joint-venture”, aceitaram. Mudaram-se para São Sebastião do Caí e assim aconteceu fundar-se no ano de 1933m a firma Oderich, Vetter & Cia Ltda. Fabricávamos pincéis, escovas e vassouras. Além disso, preparávamos cerdas, ou seja, feixes de fios beneficiados que vendíamos a outras empresas para que elas as utilizassem na fabricação.
            Naquele tempo, como ainda hoje, o maior produtor de cerdas do mundo era a China. Ocorre que ainda na década de 30, aquele país teve o seu território invadido pelos japoneses, o que passou a dificultar as exportações chinesas para o ocidente. Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, então, esta exportação tornou-se impossível.
            A indústria americana trabalhava 24 horas por dia, 365 dias por ano a pleno vapor para suprir as crescentes necessidades dos exércitos, marinha e aviação dos aliados. Ela recentia-se não somente da falta de cerdas, como de inúmeras outras matérias-primas.
            Premidos pela necessidade, lembraram-se os chefes do Pentágono de criar o que chamaram de “one dolar men army”, um exercito especial, sem armas, composto exclusivamente de especialistas de todos os ramos imagináveis de atividade humana. Pessoas com mais de 65 anos de idade, aposentadas, mas com disposição e patriotismo suficientes para por os seus conhecimentos a disposição da sua partia. Recebiam pelos seus serviços, o pagamento de um dólar anual, donde o nome pelo qual eram conhecidos.
            Não tardou para recebermos a visita de um membro desta legião de patriotas, em  São Sebastião do Caí. Sua especialidade: preparação de cerdas. Ele examinou nossas instalações e inspecionou nossa produção que achou boa; considerando-as similares as chinesas. Recomendou certas modificações, no que foi prontamente atendido e assim ingressamos formalmente no clube dos fornecedores de matérias-primas da industria bélica americana. Chegamos, então, a trabalhar com mais de duzentas pessoas apenas na produção de cerdas, atingindo a produção mensal de 500 quilos.
            Pode parecer aos leitores que a produção de 500 quilos de cerdas por mês usando-se 200 pessoas neste trabalho, é demasiado pequena. Ainda assim se considerarmos que naquele tempo trabalhava-se 25 dias por mês, pois o sábado era dia útil. Para que entendam a razão desta pequena produção, procuraremos, em rápidas pinceladas, descrever o processo de produção de cerdas tipo chinês.
            Nós adquiríamos as cerdas dos curtumes e de alguns poucos frigoríficos. Geralmente os suínos eram abatidos pelos próprios colonos que os transformavam em banha e em carne salgada. O couro era vendido ao curtume. O mesmo era feito pela maioria dos matadouros então existentes.
            Os curtumes separavam as cerdas que ficam no fio do lombo. Atavam as cerdas formando pequenos molhos. Procurando manter, na medida do possível, as pontas voltadas numa direção e as raízes noutra. O leitor já terá observado alguma vez, com atenção a ponta de uma cerda? Se o fizer, notará que cada uma delas possui uma bandeirinha. Na ponta, ela é dividida, rachada. Esta particularidade faz com que a tinta fique segura na ponta do pincel, facilitando o trabalho do pintor.
            Mas prossigamos com a descrição da preparação de cerdas.
            Inicialmente, elas são lavadas cuidadosamente em água limpa e sabão. Depois, penteadas, enroladas com um barbante especial ficando como se fosse um pequeno salame. Em seguida, são fervidas, esterilizadas, secas, batidas, novamente penteadas, viradas de forma que todas as pontas fiquem de um lado e as raízes de outro. Finalmente, são puxadas, separando-se os comprimentos milímetro por milímetro.
            Por esta descrição, alias superficial e incompleta, o leitor pode ter uma ideia do que representa em trabalho e paciência a preparação manual, de 500 quilos de cerdas tipo chinês por mês.
Naquela época, todo o trabalho era feito manualmente.
            Mas terminou, já ha muito tempo, esta fase inicial da empresa. A hoje tradicional fábrica de escovas, mudou a sua direção, a orientação... até mesmo o nome da firma foi mudado para Indústria e Comércio Oderich Ltda.
            Tudo mudou. Desapareceram os vastos pinheirais da serra e com eles os pinhões e os selvagens porcos serranos de dois ou três anos de idade e pelos grossos e rijos. Os porcos, hoje, nascem, se desenvolvem e são abatidos em apenas seis meses. Ao invés das boas cerdas dos porcos de mais idade, eles não apresentam no lombo nada mais que cabelos flácidos e impróprios para o uso industrial. Atualmente todas as fabricas de pincéis, escovas, etc..., que antes usavam cerdas suínas, utilizam fibras artificiais. A produção é totalmente mecanizada, atingindo uma eficiência e produtividade muito superior a que podíamos alcançar no passado.
            Até mesmo a rachadura na ponta da cerda artificial é feita através de máquinas. Não se pode mais dizer, como antigamente, quando se queria falar de uma coisa impossível, em “RACHAR UM CABELO”, pois para as máquinas modernas, isto é perfeitamente realizável.


Discurso proferido pelo Fundador Max Adolfo Oderich na comemoração dos cinqüenta anos de existência da empresa, em 5 de dezembro de 1983

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

1273 - Parte do bairro São Martim pertence à Capela

Uma parte do bairro São Martim (dentro da área assinalada) pertence a Capela de Santana, que está disposta a transferi-la para o Caí
(clique sobre a foto para ver melhor)

Quando Capela de Santana produziu o seu projeto de emancipação, viu-se forçado a estender o mais possível as suas divisas, buscando atingir aos exigentes requisitos que eram exigidos para a criação de novos municípios. Era necessário, por exemplo, ter população acima de 5.000 habitantes.  Por isso, uma parte da então Vila São Martim foi incluída na área projetada. A emancipação se consumou e esta situação perdurou por muitos anos, causando transtornos. O bairro São Martim tem muito mais ligação com o Caí do que com a Capela, pela proximidade proporcionada pela RS-122, rodovia de trânsito rápido que liga o Caí ao São Martim. Além disto, a Capela não teve condições e interesse em investir naquela bairro mais caiense do que seu. O Caí construiu escola e posto de saúde, pavimentou ruas e fez outros benefícios. 
Mas só na parte do bairro que lhe pertencia. Reconhecendo que os moradores da sua parte do bairro estariam melhor se ela pertencesse também ao Caí, o município de Capela se dispôs a transferir aquela área para o Caí.Assim, de comum acordo entre os dois municípios, está sendo encaminhada unificação do bairro com sua posse total passando para o Caí.Desta forma o Caí, que ao longo da sua história havia perdido a maior parte do seu território original, agora está prester a ver as suas divisas ampliadas. Não é muito: cerca de 33 hectares apenas. Mas será um grande benefício para a população da parte capelense do São Martim, estimada em 1.200 pessoas.


Ampliando-se a foto com um clique sobre ela, é possível observar melhor a situação do bairro São Martim. Ele surgiu de um grande loteamento irregular. Numa área de mais de 70 hectares que tem frente para a RS-122 (ao norte). A oeste a área tem uma frente, menor, para a estrada do Pinheirinho, que se dirige a Capela de Santana. No seu lado direito, a foto se estende até a localidade de Areião e a estrada que se vê bem à direita, partindo da RS-122 no sentido norte, é a estrada da Atafona. O nome se deve ao fato de que havia ali uma atafona, que vem a ser um fábrica de farinha de mandioca. O prédio ainda existe, bem conservado.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

1272 - José Finkler: o bom professor

Primeiro professor da Escola Municipal Santo Inácio, o professor Finkler 
emprestou dinheiro para a prefeitura construir  a escola

A comunidade do Pareci Velho precisava de um novo prédio escolar. O que havia era muito velho e pequeno. Ainda mais que lecionava ali um bom professor, que dava aulas até o quinto ano do curso primário. Coisa rara em escolas do interior naquela época. Por isso, a escolinha tinha muitos alunos: 60 a 70, vindos até das localidades vizinhas.
Isso aconteceu no ano de 1952 e o prefeito da época era o doutor Orestes José Lucas. Ele se dispôs a comprar o terreno para a construção do novo prédio. Mas, na hora de efetuar a compra, a prefeitura estava sem dinheiro nenhum. O Doutor Orestes disse que teriam de adiar o projeto, mas então o bom professor se dispôs a emprestar o dinheiro necessário. O Doutor Orestes aceitou a proposta e a escola Santo Inácio ganhou o novo prédio.
O bom professor se chamava José Finkler. Nascido no Vale Real, ele começou sua atividade de professor no colégio das irmãs, no Pareci Novo. Depois assumiu a velha escolinha, que tornou-se estadual.
O professor Finkler, hoje com 88 anos, reside atualmente no Caí. Depois de lecionar por vários anos no Pareci, ele foi nomeado supervisor escolar. Uma espécie de fiscal que visitava todas as escolas estaduais de uma grande região, para conferir o seu bom funcionamento.
Ele formou-se em Geografia e fez, inclusive, curso de pós-graduação. Já aposentado, ele atuou ainda como professor da Escola Técnica de Contabilidade Alceu Masson, que funcionou no Caí nas últimas décadas do século XX.
A escola Santo Inácio hoje é municipal e, na semana passada, ganhou um novo pavilhão coberto. Na solenidade de inauguração o professor Finkler recebeu justa homenagem.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

1271 - Léo Weber preside a escola Liberato

O caiense Léo Weber tem planos de expansão da escola, que é uma das melhores do estado 

A Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, situada em Novo Hamburgo, é um exemplo de escola técnica e atrai centenas de alunos do Vale do Caí.
A partir do próximo dia 20 este grande estabelecimento de ensino, terá um novo direror: o caiense Léo Weber.
Filho de Avelino Weber (Pubi) e Ivone. Léo herdou talentos de seus pais. Seu Pubi era técnico em eletrônica e dona Ivone uma grande educadora. Léo “puxou” pelo pai e pela mãe, pois tornou-se professor da área técnica. Estudou Engenharia Elétrica na UFRGS, fez especialização em Processos Industriais, na PUC e  mestrado em Informática, na Espanha. Leciona no Liberato desde 1988. Apesar de ter apenas 51 anos, Léo é um militante histórico do PT. O que lhe dá certa vantagem na busca de recursos para a ampliação da escola junto aos governos federal e estadual.
LIBERATO
Entrar no Liberato não é fácil. Nas provas seletivas, existem cinco candidatos para cada vaga. Há dois anos, o Liberato alcança a melhor nota no Enem, entre as escolas de Novo Hamburgo. E é a segunda melhor classificada do estado.
As metas de Léo Weber para o seu mandato, que é de ampliar o número de alunos para 4.000 e criar novos cursos. Um grande prédio já será construído em 2012. Está sendo cogitada, também, a criação de um núcleo avançado da escola, possivelmente no Vale do Caí.
Com cerca de 3.500 alunos, a Escola Liberato é voltado para a educação profissional de nível técnico. Atrai estudantes de mais de 50 municípios do Rio Grande do Sul, entre eles muitos do Vale do Caí. Principalmente de São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Feliz, Montenegro, Ivoti, Capela de Santana e Pareci Novo.
Os cursos diurnos, articulados com o ensino médio, têm duração de quatro anos, mais 720 horas de estágio supervisionado numa empresa. Oferece cursos nas áreas de Química, Mecânica, Eletrotécnica e Eletrônica.
Os cursos noturnos são dirigidos a alunos que já possuem o ensino médio são oferecidos nas mesmas áreas dos cursos diurnos, mais Segurança do Trabalho, Automotivo e Design.
Além das salas de aula convencionais, a Fundação Liberato conta  com oficinas próprias para cada curso.
A escola sedia a Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), que é realizada anualmente em novembro. Desde 1990 ela tem caráter nacional e desde 1994 passou a ser,também, de caráter internacional. Os melhores projetos  convidados para participar de mostras no exterior.
Entrar no Liberato não é fácil. Nas provas seletivas, existem cinco candidatos para cada vaga. Há dois anos, o Liberato alcança a melhor nota no Enem, entre as escolas de Novo Hamburgo. E é a segunda melhor classificada do estado.
As metas de Léo Weber para o seu mandato, que é de ampliar o número de alunos para 4.000 e criar novos cursos. Um grande prédio já será construído em 2012. Está sendo cogitada, também, a criação de um núcleo avançado da escola, possivelmente no Vale do Caí.

1270 - Capela de Santana em 2012

Prefeitura Municipal
Avenida Coronel Orestes Lucas

Igreja Matriz de Capela de Santana

Igreja Matriz, vista da praça
Velha figueira em Estação Azevedo
Esquina da sinaleira

Igreja Luterana

Centro comercial da cidade, no bairro Estação Azevedo
Velha figueira, na praça da Matriz

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

1269 - Momento histórico de entusiasmo pela redemocratização

No exílio, Leonel Brizola inspirava jovens caienses em suas manifestações contra a ditadura

O dia em que Leonel Brizola foi lembrado no Cine Aloma
1978. O governo militar do presidente Ernesto Geisel dava os primeiros sinais de esgotamento de um modelo que já perdurava há mais de uma década. No Rio Grande do Sul, o governador Sinval Guazelli destoava dos seus antecessores pela postura liberal. Na terra da bergamota, o governo era de oposição, com o prefeito Heitor Selbach. Neste cenário político, implanta-se o Setor Jovem do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Neste ano ocorreram eleições para o Senado Federal, Câmara Federal e Assembléia Legislativa do Estado. Não havia eleições diretas para Presidente, Governadores e Prefeitos de Capitais.
O fato mais marcante do ano foi, para muitos, o Comício do Cine Aloma. A data: 8 de setembro de 1978. Estavam confirmadas as presenças de vários deputados do MDB e do candidato ao senado Pedro Simon, principal líder da oposição no estado. O Setor Jovem do MDB decidiu participar do evento com uma manifestação. O escolhido para ler o texto foi o jovem Marcos Júlio Fuhr. Carros de som percorreram o município anunciando o comício. O dia estava nublado e havia possibilidade de chuva, o que fatalmente diminuiria a participação do público, muito embora o local escolhido fosse coberto.
O Cine Aloma lotou (para quem não sabe, o cinema localizava-se onde hoje temos um supermercado no calçadão). Vários pronunciamentos locais iniciaram a noite. Em determinado momento Marcos Júlio foi chamado e proferiu o discurso. Entusiasmado e com retórica inigualável, o hoje professor incendiou a platéia ao lembrar da luta pela anistia geral e irrestrita, citando o nome do principal líder brasileiro no exílio: Leonel de Moura Brizola. O próprio Simon cumprimentou o jovem de então, pois nada mais tivera tanto brilho naquela noite do que a lembrança do ex-governador.
Lembro deste importante momento da vida pública caiense, pois acompanho as novidades pelos jornais ou por conversas com amigos. Todos os envolvidos em recentes momentos da política da cidade ou estavam lá dentro do Cine Aloma, ou encontravam-se em suas casas preocupados com o que lá ocorria. Os que estavam, como eu, vivendo aqueles dias intensamente, nunca imaginariam que, passadas quase 3 décadas, teriam que contar com as lembranças daquele momento para alimentar suas já escassas convicções e esperanças. 
Texto de Léo Weber, publicado no site www.caiweb.com.br)

1268 - Olavo Steffen: de funileiro a líder da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas

Olavo destacou-se como politico, desportista e líder empresarial
Olavo Steffen é um dos mais bem sucedidos empresários de São Sebastião do Caí. É casado com Cilésia Diesel Steffen. Desse casamento nasceram Sergei, Susele, Sidnei Adriano, Inesita e Angelita.
Ele é natural de Bom Princípio, época em que a cidade era o quarto distrito de Montenegro. O pai tinha uma funilaria naquela localidade e trabalhava, também, com instalações sanitárias.Com isso, os dois acabaram trabalhando juntos por um bom tempo. A partir dos 11 anos foi para o Seminário, mas acabou descobrindo que aquela não era sua vocação, apesar de ter feito grandes amizades, como a do atual Arcebispo, Dom Dadeus Grings. “Nós éramos muito amigos e o irmão dele, o Padre Guilherme Grings, foi meu professor”, lembra.
Já naquela época ele sonhava em ter uma casa comercial. Quando passava, de ônibus, por São Sebastião do Caí despertava nele uma curiosidade, quando via as obras de construção da futura Corsan.Um dia ele veio à cidade e ficou sabendo que não havia ninguém capacitado para fazer canos e outros produtos. Foi quando decidiu se mudar para o Caí. Trabalhou muito com funilaria para adquirir capital, nunca se esquecendo do sonho de ter um grande estabelecimento comercial. E isso aconteceu através do tempo, já que ele acabou diversificando a sua atuação no mercado caiense. Na época ele já conseguia vender fogões com financiamento popular em até 36 vezes, que era uma grande novidade para aquele momento. A sua Loja Steffen começava a ficar famosa na cidade.
Depois de algum tempo, Olavo começou a se entrosar com a comunidade, chegando a participar de dez diretorias de entidades, ao mesmo tempo. Foi secretário de Administração, no governo do Dr. Bruno Cassel, época em que gerenciou a aquisição do terreno e começou a estrutura do Parque Centenário. A partir daquele momento iniciou uma nova industrialização no município, com a chegada de novas empresas.
Na área esportiva, ele foi presidente do Guarani, oportunidade em que conseguiu dois títulos municipais diante do poderoso rival, Riachuelo. Foi, também, presidente dos escoteiros, membro da comissão de construção da Capela dos Navegantes, professor, não remunerado, do Colégio Alceu Masson, vereador e presidente da Câmara Municipal, co-fundador da fábrica Postes Silfen (hoje Supercol), diretor financeiro da Federação das CDLs e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Sebastião do Caí. Na sua administração foi adquirida a sede própria do CDL.


1267 - Capela de Santana: breve resumo de uma longa história

Um longo caminho que deverá levar a um grande futuro

Antes só havia os índios e alguns padres jesuítas, que os catequisavam nos povos missioneiros.
O Rio Grande era quase todo coberto de matas e campos intermináveis.
Foi só na primeira metade do século XVIII que os primeiros brasileiros brancos vieram se instalar no solo gaúcho. E um dos primeiros lugares que eles escolheram para se fixar foi Capela de Santana.
Não se sabe exatamente o ano. Mas foi entre 1738 e 1745. Há aproximadamente 270 anos.
Como costumava acontecer na época, Capela começou com grandes fazendas. As casas eram poucas e distantes uma das outras. Mas, em 1772, foi construída uma pequena igreja e a localidade de Capela de Santana começou a formar-se. Inicialmente com o nome de Santana do Rio dos Sinos.
Esta era a única igreja existente na região que hoje conhecemos como Vale do Caí. Gente de longe ia à missa, casava e era batizada na capelinha. Os mortos de toda a região eram enterrados no cemitério local. 
Em 1814 a igreja e a localidade já haviam crescido e Capela se firmou como localidade mais importante da região. Num tempo em que Montenegro e o Caí sequer existiam.
Capela tinha até uma escola, com professor conceituado e os fazendeiros de Montenegro, Pareci, Caí e outras localidades próximas mandavam seus filhos lá, para aprender a ler, escrever e fazer contas.
Mais para o final do século XIX havia na Capela um quartel onde foram treinados recrutas que participaram da Guerra do Paraquai, inclusive rapazes de origem alemã, vindos de colônias como as de Maratá, Pareci Novo, Harmonia, Tupandi, Bom Princípio e Caí, que estavam sendo recém formadas. Capela era o centro de toda a região.
Depois vieram os colonos alemães e italianos e a sua grande produção agrícola passou a ser transportada através dos portos de Montenegro, Pareci e Caí. Montenegro e Caí tornaram-se sedes de municípios e, graças aos seus portos, se desenvolveram muito.
Ainda assim, Capela era grande e importante. Tanto que dois dos primeiros prefeitos de São Sebastião do Caí foram capelenses.
Depois, longe dos portos foi Capela foi ficando para trás, eclipsada por Montenegro e Caí. 
Em 1910 chegou a estrada de ferro e foi implantada uma estação de trem: a Estação Azevedo. O que proporcionou o surgimento de uma grande indústria: a Arrozeira Brasileira, que foi a maior empresa do município de São Sebastião do Caí nas décadas de 1940 a 1970.
Mas a Arrozeira fechou e a estrada de ferro também foi desativada e Capela viveu um período de estagnação.
Nova vida surgiu em 1987, quando Capela se emancipou. Foi o começo de uma outra história.
Hoje Capela é um município ainda muito carente, mas com enormes possibilidades de progresso. Integrada à região metropolitana de Porto Alegre, Capela é um dos espaços para o qual a capital gaúcha poderá crescer.
Com o asfaltamento da rodovia Transaçoriana, a construção do novo Aeroporto Internacional 20 de Setembro e as possibilidades de navegação pelo Rio Cai, Capela tem tudo para tornar-se um grande polo industrial. Nada vai acontecer por si. Mas, se os capelenses souberem aproveitar as oportunidades que estão aí, terão muito espaço para crescer.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

1266 - Um passo importante para a criação do Distrito Empresarial

O Condomínio Empresarial terá suas ruas pavimentadas e servirá de porta de entrada para o distrito empresarial caiense
O Condomínio Empresarial foi criado há muitos anos, ainda no primeiro mandato do ex-prefeito Léo Klein.
São 35 lotes destinados exclusivamente à instalação de empresas. E alguns deles já estão ocupados por prédios e empresas instaladas.
Mas o desenvolvimento do condomínio ainda está muito aquém do que poderia ser, devido à falta de pavimentação nas ruas e outros aspectos de infraestrutura.
O que mais dificultou o progresso do condomínio foi o fato da área não ser pública e ser pertencente a muitas pessoas ou empresas.
Foram agora concluídas todas as providências burocráticas necessárias para a solução do problema.
Com a concordância de todos os proprietários dos lotes e dos vizinhos da propriedade, foi feita a desconstituição do condomínio. Assim as ruas poderão ser doadas à prefeitura, para que ela faça a pavimentação. Como os lotes pertenciam ao condomínio, a prefeitura não poderia aplicar dinheiro público numa área de propriedade particular.
Com este e outros entraves superados, o prefeito Darci Lauermann espera conseguir o desenvolvimento do condomínio. O que, conforme ele acredita, resultará na implantação de várias empresas e a geração de empregos e renda.
O fato da área estar situada junto à RS-122, no bairro Chapadão, a torna muito atraente para as empresas, que disputam áreas junto a esta rodovia. Havendo a infraestrutura, então, o interesse aumenta muito.
A prefeitura já conta com um empréstimo de R$ 1.250.000,00 pré-aprovado para a execução das obras. Aguardando pela superação dos entraves burocráicos que estão agora praticamente resolvidos.
A importância desta providência torna-se ainda maior porque a área do conodomínio deverá servir de portal de acesso para a grande área industrial do município.
Por lei municipal, já ficou definido que uma área de 200 hectares, situada entre os bairros Angico, Chapadão e Campestre de Santa Tereziha será destinada exclusivamente para a implantação de empresas, não sendo permitida a construção de prédios residenciais. A prefeitura pretende comprar áreas no local para acomodar empresas que já manifestaram interesse em se instalar no município.
Com a solução dos problemas burocráticos e legais agora conseguida, o prefeito pretende dar partida para a implantação do que se tornará o Distrito Empresarial da cidade.
Para tanto já foi encaminhado projeto ao governo federal, visando captar R$ 2 milhões para obras de infraestrutura no Distrito Empresarial.

1265 - Doutor Paulo Silveira: o primeiro especialista caiense

A pediatria foi a primeira especialidade médica surgida no município
No último dia 24, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul prestou homenagem aos seus mais antigos e influentes sócios. Entre eles, o doutor Paulo Silveira, que foi o primeiro médico especializado em pediatria no Vale do Caí.
A especialização é algo moderno na Medicina. No início, todos os médicos eram clinicos gerais. Os primeiros especialistas em pediatria só começaram a surgir em Porto Alegre no início do século passado. Nas faculdades de medicina do estado, a cadeira de pediatria só passou a existir no final da década de 1930. E demorou ainda vários anos para que surgisse o primeiro hospital pediátrico e as residências médicas que possibilitaram a formação dos primeiros médicos especializados em pediatria.
Os médicos que atuavam no Caí em meados do século XX, como o doutor Bruano Cassel, eram generalistas. O primeiro a exercer a profissão médica como especialista foi Paulo Verney Diefenbach da Silveira.
Nascido em Jaguari, na região central do estado, em 17 de setembro de 1941,  na região central do estado, o doutor Paulo formou-se em Medicina na Universidade Federal de Pelotas. Enquanto estudante atuou, por seis anos, como goleiro do Farroupilha, com o apelido de Caramuru.
Estabeleceu-se como médico no Caí, em 1971, quando os únicos médicos em exercício na cidade eram o doutor Bruno Cassel, Bernardo Turkenitch, o doutor Marco Aurélio Barros da Silva e o Doutor Carlos Betz, que era alemão, idoso e prático da medicina (não formado). Três anos depois, concluiu a especialização como pediatra em Porto Alegre, no Hospital Santo Antônio, juntamente com o caiense Iarte Adam (também campeão brasileiro de tênis) e Sérgio Seibel, que exerceu a medicina pediátrica em Montenegro desde então até a atualidade.
O doutor Paulo foi o primeiro médico especialista do Caí. Atendia pacientes de toda a região.
Dinâmico foi um dos fundadores da Climed (clínica médica caiense) junto com outros especialistas locais.
Especializou-se, posteriormente, em segurança do trabalho, área a que se dedica com mais intensidade atualmente, embora ainda atue como pediatra.
O doutor Paulo Silveira valoriza muito a influência da mente (o espírito, os sentimentos, as emoções) sobre a saúde. Por isso considera que gostar de crianças é fundamental para o êxito no exercício da pediatria.