O Ginásio São Sebastião sucedeu o Colégio Santo Antônio, fundado pelas Irmãs de Santa Catarina em 1910.
Começou suas atividades em 1956, formando sua primeira turma de ginasianos em 1959. Continuou instalado no mesmo local, em São Sebastião do Caí, com frente para a praça Edvino Puhl. Mesmo local em que funciona hoje a Escola Estadual São Sebastião.
Na década de 1950 foi feito um grande esforço comunitário para a construção/reforma dos prédios que anteriormente constituíam o Colégio Santo Antônio. Líderes da sociedade local se destacaram neste esforço. Especialmente o dentista Arsênio Schutz (pai do também dentista Dario e de Denise). Também se destacaram o comerciante João Pereira, proprietário da grande revenda de carros Ford (pai de Juarez e Jayme), o dentista Arthur Schaeffer (pai de Ane e Rosemary, o exator federal Mário Spohr (pai de Cleanto, Cleusa e Felipe) e o comerciante Oscar Müller (pai de Ruggart). A preocupação com a boa educação de seus filhos motivou esses e outros líderes a auxiliarem na construção dos prédios que até hoje se destacam no cenário urbano caiense, ocupando um quarteirão inteiro, no coração da cidade. Eles ainda pertencem à Igreja Católica e foram amplamente reformados, já na primeira década do século XXI, por iniciativa do padre Aloísio Steffen.
Arno Carrard, nascido em Bom Princípio, filho do importante líder local Armindo Carrard, foi um dos primeiros alunos do Ginásio.
Sua história como estudante revela as dificuldades que haviam para o estudo naquela época.
Nas suas palavras:
"O início da minha vida estudantil foi extravagante. Ela começou no Jardim da Infância situado no mesmo local do Grupo Escolar Pio XII. Depois, por força das contingências e condicionantes religiosas, passei para a Escola Paroquial, onde lecionavam irmãos maristas já com certa idade. Pelas mesmas circunstâncias, após chegar no quarto ano primário, o destino foi o Seminário São João Vianey, onde tive que repetir o quarto ano pelo fator idade.
Daí, novamente, retorno ao quinto ano do Grupo Escolar, lá pelos idos de 1955. Continuando, em 1956, aprovado no exame de admissão, fiz parte da primeira leva de estudantes do Ginásio São Sebastião do Caí. Mas, um certo grupo de colegas (no qual me incluí), foi reprovado.
Dificuldade que se explica porque as condições para um garoto de Bom Princípio estudar no Caí, naquele começo, eram de muito sacrifício. Eu tinha que levantar de madruga para tomar o ônibus. E, em certos dias da semana, o veículo retornava imediatamente. Com o que a volta dependia de caronas e em parte no regime de "infantaria" (ou seja, a pé). Nos anos seguintes, todavia, os horários do coletivo se adaptaram às necessidades dos colegiais.
Os transporte de passageiros até o Caí estava a cargo da extinta Empresa São Vendelino e as condições eram precárias, muito embora seus condutores tenham sido muito atenciosos com os estudantes.
Um dos problemas era a balsa ou barca. Somente permitia passagem até determinada altura em épocas de enchentes, oferecendo grande perigo. Quando não era possível usar aquela via, o ônibus se obrigava a dar uma volta muito grande, buscando a estrada alternativa para Feliz, Escadinhas e Bela Vista.
Eu integrei a segunda turma de formandos, cuja formatura deve ter sido em 1960. Conclui a primeira série no Colégio Santiago de Farroupilha, em 1957, onde atuei no regime de trabalhar na cozinha para sustentar os estudos. 1958, 1959 e 1960, cursei o Ginásio São Sebastião."
Muito bom
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