quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

1086 - Como evoluiu a fotografia


Samuel  evoluiu da fotografia em preto branco às maravilhas do mundo digital

O fotógrafo Samuel dos Santos Borges é bisneto de um dos pioneiros moradores do Caí. Seu bisavô, Manuel dos Santos Borges, veio de Portugal e ganhou terras no Caí em 1807. Foi proprietário de uma enorme área de terras que compreendia vários bairros da atual cidade, como a Vila Rica, Várzea, Rio Branco e Chapadão.
Seu pai, José Narciso dos Santos Borges, porém, era um modesto agricultor, proprietário de 19 hectares na Várzea do Rio Branco. Samuel, na infância e juventude, trabalhava na roça, junto com o pai. Estudou somente até o quinto ano primário.
Mas Samuel encantou-se com a fotografia desde os onze anos de idade, quando o pai do fotógrafo Egídio Schneider (de Bom Princípio) tirou uma foto sua junto com um grupo de amigos. 
Curioso, Samuel lia revistas, inclusive a Veja, que começava a ser editada naquela época. Viu ali a propaganda de uma câmara amadora da marca Tuka e não se conteve enquanto não comprou uma, na Ferragem Müller, de São Leopoldo. Máquinas fotográficas, naquela época (1968) era coisa de rico e haviam poucos fotógrafos profissionais.
Muito sociável, Samuel  passou a levar a sua máquina quando ia nos jogos de futebol. Tirava fotos dos times e até das pessoas que pediam. Com isso, ganhou grande popularidade. Os clubes de futebol o convidavam para acompanhar as excursões de seus times. E as pessoas o convidavam para ir nas festas dos filhos, para tirar fotografia.  E assim, rapidamente, Samuel viu a oportunidade de transformar o seu hobby numa fonte de renda. Logo ele trocou a sua máquina por uma melhorzinha e, em pouco tempo, ele já tinha um equipamento profissional: uma Yashica D.
Aos 20 anos, Samuel já era fotógrafo profissional, com registro na prefeitura e tudo.
Até então, as fotografias eram tiradas em preto e branco. Numa festa familiar (casamento, 15 anos, comunhão, batizado) era costume tirar umas poucas fotos e, da melhor, tirar 10 ou mais cópias para distribuir aos amigos e parentes. O primeiro casamento registrado por Samuel foi o de Arnildo e Vera Schneider, do bairro Rio Branco.
Foi em 1970 que começou a ser usado o filme colorido. As revelações eram feitas na loja A Cambial, em Porto Alegre. Muitas pessoas ainda preferiam a foto preto e branco, por ser mais barato. Mas Samuel, esperto, ia sempre com filme colorido nos eventos que era contratado para fotografar. Na emoção do momento, geralmente o cliente mudava de idéia e pedia para fazer as fotos coloridas.
Como o poder aquisitivo, na época, era muito baixo, não dava para viver só da fotografia. Samuel trabalhou muito tempo como funcionário, em empresas como a Conservas Oderich.
Hoje, com a sua flamante Pentax K 20 D, Samuel não se aperta com a tecnologia digital e consegue fazer fotos inconcebíveis nos seus tempos de fotógrafo principiante.
Junto com a esposa Dora e os filhos Ezequiel e Soila, ele toca o estúdio Samuel Foto e Vídeo, situado na rua Estrada da Várzea, no bairro Vila Rica. Não muito longe do sítio onde nasceu.
A filha fez curso superior de artes visuais e vai iniciar outro, de fotografia, na UNISINOS. É ela que faz os retoques nas fotos com o uso do computador e do famoso programa Photoshop. Um trabalho que, antigamente, Samuel e outros fotógrafos da época, também faziam, mas utilizando um lápis.

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