Samuel evoluiu da fotografia em preto branco às maravilhas do mundo digital
Seu pai, José Narciso dos Santos Borges, porém, era um modesto agricultor, proprietário de 19 hectares na Várzea do Rio Branco. Samuel, na infância e juventude, trabalhava na roça, junto com o pai. Estudou somente até o quinto ano primário.
Mas Samuel encantou-se com a fotografia desde os onze anos de idade, quando o pai do fotógrafo Egídio Schneider (de Bom Princípio) tirou uma foto sua junto com um grupo de amigos.
Curioso, Samuel lia revistas, inclusive a Veja, que começava a ser editada naquela época. Viu ali a propaganda de uma câmara amadora da marca Tuka e não se conteve enquanto não comprou uma, na Ferragem Müller, de São Leopoldo. Máquinas fotográficas, naquela época (1968) era coisa de rico e haviam poucos fotógrafos profissionais.
Muito sociável, Samuel passou a levar a sua máquina quando ia nos jogos de futebol. Tirava fotos dos times e até das pessoas que pediam. Com isso, ganhou grande popularidade. Os clubes de futebol o convidavam para acompanhar as excursões de seus times. E as pessoas o convidavam para ir nas festas dos filhos, para tirar fotografia. E assim, rapidamente, Samuel viu a oportunidade de transformar o seu hobby numa fonte de renda. Logo ele trocou a sua máquina por uma melhorzinha e, em pouco tempo, ele já tinha um equipamento profissional: uma Yashica D.
Aos 20 anos, Samuel já era fotógrafo profissional, com registro na prefeitura e tudo.
Até então, as fotografias eram tiradas em preto e branco. Numa festa familiar (casamento, 15 anos, comunhão, batizado) era costume tirar umas poucas fotos e, da melhor, tirar 10 ou mais cópias para distribuir aos amigos e parentes. O primeiro casamento registrado por Samuel foi o de Arnildo e Vera Schneider, do bairro Rio Branco.
Foi em 1970 que começou a ser usado o filme colorido. As revelações eram feitas na loja A Cambial, em Porto Alegre. Muitas pessoas ainda preferiam a foto preto e branco, por ser mais barato. Mas Samuel, esperto, ia sempre com filme colorido nos eventos que era contratado para fotografar. Na emoção do momento, geralmente o cliente mudava de idéia e pedia para fazer as fotos coloridas.
Como o poder aquisitivo, na época, era muito baixo, não dava para viver só da fotografia. Samuel trabalhou muito tempo como funcionário, em empresas como a Conservas Oderich.
Hoje, com a sua flamante Pentax K 20 D, Samuel não se aperta com a tecnologia digital e consegue fazer fotos inconcebíveis nos seus tempos de fotógrafo principiante.
Junto com a esposa Dora e os filhos Ezequiel e Soila, ele toca o estúdio Samuel Foto e Vídeo, situado na rua Estrada da Várzea, no bairro Vila Rica. Não muito longe do sítio onde nasceu.
A filha fez curso superior de artes visuais e vai iniciar outro, de fotografia, na UNISINOS. É ela que faz os retoques nas fotos com o uso do computador e do famoso programa Photoshop. Um trabalho que, antigamente, Samuel e outros fotógrafos da época, também faziam, mas utilizando um lápis.
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