Os bugios que povoavam a região do Vale do Caí eram da variedade bugio ruivo, que hoje só se consegue ver no Zoológico de Sapucaia do Sul |
Conforme a Wikipédia, "
O Zoológico de Sapucaia do Sul ainda preserva esta espécie e, principalmente as duas variedades que povoavam o Rio Grande do Sul e hoje são muito pouco encontráveis.
Vejamos o que diz Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul a respeito desse animal tão importante na vida cultural do estado.Tanto que inspirou o surgimento de um ritmo característico da música gauchesca: o bugiu. Músicas nas quais o ronco ritmado deste animal é reproduzido no toque dos acordeões ou das gaitas de oito baixos. No tradicionalismo gaúcho, a existe também a dança do bugio, que imita os movimentos desses animais.
"Na Natureza
No Rio Grande do Sul ocorrem duas espécies de bugios: o bugio-ruivo (Alouatta guariba), que ocorre nas matas de enconsta de morro e restingas da Mata Atlântica e nas matas com Araucária e o bugio-preto (Alouatta caraya), que ocorre nas matas ciliares da região oeste do Estado. Vivem em grupos de seis a oito indivíduos, sendo um macho adulto, duas a três fêmeas e seus filhotes. Alimentam-se de folhas, frutos e flores e auxiliam na dispersão das sementes pelas matas, favorecendo a diversidade vegetal.
No Zôo
Animal símbolo do Parque, o bugio ocupa um recinto amplo, com bastante vegetação, o que, aliado à boa alimentação, já proporcionou o nascimento de filhotes.
A Extinção
Encontram-se ameaçados de extinção devido à caça, destruição das matas e pela proximidade com a população humana (atropelamentos, ataques de cachorros e choques em fios elétricos). Segundo o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul (2003), o bugio - ruivo consta na categoria ameaçada vulnerável.
No Zôo
Animal símbolo do Parque, o bugio ocupa um recinto amplo, com bastante vegetação, o que, aliado à boa alimentação, já proporcionou o nascimento de filhotes.
A Extinção
Encontram-se ameaçados de extinção devido à caça, destruição das matas e pela proximidade com a população humana (atropelamentos, ataques de cachorros e choques em fios elétricos). Segundo o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul (2003), o bugio - ruivo consta na categoria ameaçada vulnerável.
Fonte:Coordenadoria de Comunicação SocialFundação Zoobotânica do RS, fone (51) 3336-3281."
Outras fontes relatam que a carne do bugiu era muito apreciada pelos índios e que estes animais eram muito caçados, pois a lentidão dos seus movimentos os tornavam facilmente abatíveis pelas flexas dos indígenas.
E os bugios não foram vítimas apenas das flechas indigenas. As espingardas dos colonos também os perseguiram muito. Até mesmo o padre Balduíno Rambo, precursor do ambientalismo no estado e criador do Zoológico de Sapucaia, gostava de caçar.
Na postagem 181 desse blog, temos o seguinte relato extraído das suas memórias.
"Singularmente, para este homem que foi um dos precursores do ambientalismo, ele gostava de caçar. Num dia das suas férias em Tupandi, conforme ele mesmo registrou no seu diário, matou um mico, um bugio, três coatis, 13 jararacas, pombas etc. E ainda um gato do vizinho que o incomodava à noite."
Esta caçada aconteceu no início da década de 1920, quando o jovem Balduino teve férias no seminário e foi para a casa de seus pais, em Tupandi.O ronco
Segundo a Wikipédia, "Quando amanhece em algum lugar de uma floresta tropical da América do Sul ouvem-se rugidos crescentes. Primeiro um, em seguida outro e depois outro, cada qual mais forte e penetrante. São os bandos de bugios comunicando a sua localização uns para os outros, como se cada indivíduo estivesse dizendo: "Estou no pedaço."
O grito é a sua característica mais importante (um ronco forte). É interrompido e recomeçado várias vezes durante minutos e até horas. Costuma ser emitido também quando são observados outros grupos se aproximando ou com a invasão do território por outro indivíduo. Esses gritos são assutadores e na região do Norte de Predefinição:Tocantins deram origem a várias lendas de entes fantásticos que vivem na mata.
Quem ouve o ronco assustador do bugio nem imagina que por trás dequele estrondo e da barba espessa, esconde-se um macaco tímido, que vive em pequenos grupos, de três a doze indivíduos, de ambos os sexos e várias idades, chefiados por um macho adulto. Quanto ao seu tempo de vida, pouco se sabe, pois trata-se de um animal que não se adapta bem ao cativeiro.
A amplificação da potência desses sons é obtida graças ao hióide, pequeno osso situado entre a laringe e a base da língua. Na presença de um predador, ou de outros grupos de bugios o hióide funciona como uma caixa de ressonância.
O bugio é o animal símbolo do Zoológico de Sapucaia.
No livro Hospital Schlatter, Renato Mendonça narra uma experiência vivida pelo fundador do hospital felizense. Antes de estabelecer-se na Feliz, nos primeiros anos do século XX, ele atuava em Estrela e percorria o interior para visitar seus clientes.
"Em uma curva do caminho, o médico topou com um bando de mais de 30 bugios e resolveu apear do cavalo para divertir-se atirando nos animais. Logo depois do segundo tiro, o inferno se abriu. Os símios se defenderam não apenas com gritos, mas arremessando uma saraivada de bosta de cavalo no atirador desavisado. Os macacos desceram das árvores e passaram a perseguir Gabriel, que teve de usar de um facão para mantê-los à distância. Ao cabo de 15 minutos de peleia, Gabriel tentou montar em seu cavalo, que estava enleado nas rédeas. Ele descreve o que aconteceu depois:
Cortei as rédeas e tentei montar, mas o espetáculo continuava. O estribo arrebentou, mas por sorte consegui pular na sela. Nem o cavalo conseguia entender o que estava acontecendo. A confusão só terminou quando cheguei em casa, sem um estribo e sem o revólver. Com apenas uma espora e um vara. O revólver e o estribo, eu achei no outro dia. Mas a espora sumiu mesmo."
É interessante observar como mudam os conceitos ao longo do tempo. O médico vindo de um dos países mais evoluídos da época, achava divertido dar tiros em bugius.
Note-se, também, o fato de um médico, ao andar pelas estradas do interior exercendo a sua atividade, ia munido de um revólver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário