O Vale do Caí é a região brasileira com maior desenvolvimento sócio/econômico e as melhores administrações municipais. Foi colonizado, predominantemente, por brasileiros de origem lusa a partir de 1740, e por imigrantes alemães, desde 1827. EDITORIAL: veja postagem 1410 TAMANHO DAS FOTOS: um clic sobre as fotos pode mudar seu tamanho.
quarta-feira, 9 de março de 2011
1144 - Prisioneiros do Ritmo
A Sociedade União, do bairro caiense da Vila Rica, foi muito importante ao longo de grande parte do século XX. Eram famosos os seus bailes de carnaval. Nos anos 60 e 70, foi grande o sucesso do seu bloco carnavalesco, que se chamava Prisioneiros do Ritmo. Antes do surgimento do bloco já havia um cordão carnavalesco formado por sócios do Poeira. Eles entravam no salão ao toque da marchinha da Turma do Funil. O que serviu para dar o mesmo nome ao cordão. Mas era tudo muito simples e improvisado.
O bloco surgiu em 1964, inspirado num bloco de Sapucaia, que se apresentou num carnaval do Caí e que chamou a atenção porque os seus componentes tocavam instrumentos musicais, além de simplesmente cantar as marchinhas carnavalescas. O nome desse bloco era Prisioneiros de Momo, o que deu inspiração para o nome do bloco caiense: Prisioneiros do Ritmo.
A partir desse exemplo, alguns entusiastas, como Lauro Branco e os irmãos Vato e Adail Rossetti, reuniram os amigos e criaram o bloco. Alguns dos instrumentos foram fabricados pelos próprios componentes do bloco, com apoio técnico do seu Jacinto Rossetti, dono da Madeireira Rossetti e seus filhos Adail e Valdoir Rossetti. Os grandes tambores, que os integrantes do bloco chamavam de cubanos, chocalhos e outros instrumentos foram fabricados na madeireira. O grupo, ao longo de toda a sua existência, sempre fez promoções que serviaram para a angariar recursos para instrumentos e fantasias.
O Prisioneiros do Ritmo era convidado a participar do carnaval em outras cidades, como Sapucaia, Caxias do Sul, Esteio, Harmonia, Feliz e também Lajeado, onde o bloco caiense sagrou-se campeão do carnaval de rua.
O carnaval de rua acontecia também no Caí, criando-se uma forte rivalidade entre o bloco do Poeira e o do Chube Aliança, que chamava-se Escravos do Luar.
Na Feliz, o bloco era sempre convidado a participar do carnaval de salão (que acontecia num salão próximo à Estação Rodoviária).
O bloco era constituído principalmente por casais. Inicialmente predominavam casais de namorados. Mas, na medida que os componentes iam casando, muitos permaneceram no bloco. No final, era mais um bloco de casados.
Alguns solteiros também participavam e, inclusive, alguns garotos menores de idade. Alguém no bloco se responsabilizava por eles. Esse foi o caso do depois prefeito Léo Klein e também de Eduani Dewes que, certa feita, pregou um grande susto nos colegas. Ao fim do baile, quando o pessoal se preparava para a volta ao Caí, ele foi para o ônibus na frente. Sentou no banco do motorista e mexeu na alavanca de mudança. Como o ônibus estava numa decida, começou a se deslocar em direção à ladeira que o levaria em direção ao rio Caí. Felizmente, integrantes adultos do grupo perceberam o problema a tempo e evitaram o desastre.
Afora pequenos sustos como esse, o bloco deixou muitas lembranças felizes e só deixou de existir quando aconteceu o incêndio na Sociedade União, acabando com a entidade e com o bloco. Isso aconteceu em 1982.
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