sexta-feira, 11 de maio de 2012

1378 - Breno Sauer: o maior músico caiense

Breno, jovem, quando ainda tocava o acordeom
Breno, á direita, com a esposa Neusa 
e outros integrantes do seu grupo

Breno Sauer saiu jovem do Caí, se aprimorou 
em Porto Alegre e fez carreira nos Estados Unidos

Breno Sauer é um músico de excepcional talento. Ele vive hoje na cidade de Chicago, onde é bastante respeitado e tem convivência feliz com sua esposa, a cantora e os filhos do casal. Um grupo de músicos brasileiros, inclusive o caiense Tony Ewerling formam um conjunto de música brasileira que se apresenta em festas e num famoso bar da cidade.
As pesquisas a respeito dele ainda não são completas. Mas sabe-se que ele nasceu no Caí  na década de por volta do ano de 1935 e era filho de um barbeiro chamado Antonico Sauer. A casa da família ficava na rua 1° de Maio, quase esquina com a rua Coronel Paulino Teixeira. 
Seu Antonico era barbeiro e seus filhos eram bons músicos. Dois deles, mais velhos do que Breno, eram ótimos gaiteiros, mas não deixavam o irmão mais novo mexer nas suas gaitas. Por isso o menino costumava ir à loja e oficina de bicicletas de Plínio Juchem, onde o comerciante permitia que ele  experimentasse as gaitas que lá se encontravam à venda. Breno ficava horas e horas se exercitando, experimentando, e foi aprendendo por si a tocar o instrumento. 
Seu Plínio, que foi pai de Ellemer Juchen e grande pioneiro do comércio de antiguidades no Caí, tinha também uma banda chamada Jaz Céu Azul (depois, nos anos 60, rebatizada como Orquestra e Típica El Dourado.
Por volta de 1950, quando tinha 14 anos, o menino Breno já tocava bem e até ensinava músicas para o gaiteiro da banda, chamado Plínio Brandt e logo passou a tocar também na banda caiense. Ficou no Caí só mais dois ou três anos e partiu para Porto Alegre, onde estudou música e passou a tocar em bandas da cidade. Começou com música gauchesca, mas foi influenciado pelo gaiteiro francês Art Van Damme e foi sofisticando a sua música e veio a tornar-se gaiteiro do mais famoso grupo musical gaúcho da época: o Conjunto Melódico Norberto Baldauf.
Depois formou grupo próprio,   que levou o nome de Breno Sauer Quarteto ou Breno Sauer Quinteto, variando o número de componentes do grupo.
Breno tornou-se, também, músico da Rádio Gaúcha e, depois, da TV Gaúcha, onde conheceu sua esposa Neusa. Uma jovem cantora 16 anos mais nova do que ele, que passou a integrar o conjunto. 
O grupo fez sucesso, gravando vários discos, principalmente no gênero bossa nova.
Mais tarde foi para o eixo Rio e São Paulo onde estavam as melhores oportunidades de trabalho e desenvolvimento profissional.
José Carlos, do Búzios Bossa Blog. fez um levantamento parcial dos discos gravados por Breno Sauer no Brasil.
"Em 1962, com um sexteto, grava "Viva O Ritmo".
Em 1963 grava o disco “Viva a Bossa” e o “Sambabessa”
Seu "primeiro disco", segundo ele, se esquecendo dos anteriores, foi Breno Sauer Quinteto – "Viva O Samba" e "Viva O Ritmo". Depois gravou "Sambabessa e Agostinho" acompanhando o cantor Agostinho dos Santos. A partir de então, agora na linha do conjunto Modern Jazz Quartet, formou o Breno Sauer Quarteto. Com essa formação gravou em 1965 o "4 Na Bossa" e em 1966 "4 No Sucesso". Com esse grupo gravou, no México, com Leny Andrade, Pery Ribeiro e Altamiro Carrilho. Foi aclamado com o prêmio de Melhor Grupo em 1965 e 1966 no Brasil.
Em 1967 partiu para uma turnê no México com o seu grupo Breno Sauer Quarteto. O México, depois dos EUA, foi o destino de muitos músicos brasileiros. Assim como Breno, João Gilberto, Carlos Lyra, Luizinho Eça com o seu Tamba Trio, Primo Trio, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Luis Carlos Vinhas e muitos outros gravaram bons discos lá. Morou lá por um bom tempo. Gravou um excelente disco com Leny Andrade no México.
Em 1974 foi pra Chicago, USA, e formou o grupo Made in Brasil, com músicos de diferentes nacionalidades residentes no país (americano, japonês, brasileiro, cubano). A base era trompete, sax, piano, baixo, bateria, percussão e voz. Esse nome Made in Brasil logo foi abandonado por haver no Brasil uma banda de rock com esse mesmo nome. Então ele trocou o nome para Som Brasil. Em 1983 esse grupo gravou o disco “Tudo Jóia” que foi muito bem recebido pela crítica. O Som Brasil conta com sua esposa Neusa como cantora."


Gravações dessa fase podem ser ouvidas na internet, digitando o nome Breno Sauer no You Tube.
Como a nova música brasileira começava a ser reconhecida nos Estados Unidos o grupo decidiu mudar-se para aquele país. A esperança de conquistar sucesso internacional. Fizeram a viagem com um estágio no México, onde a sua música foi muito bem aceita. Mas não era apenas esse o objetivo: Breno e Neusa queriam chegar a Nova York. Mas não sabiam ainda como fazer isso.
Surgiu, então, o convite para excursionar pelos estados unidos e o grupo decidiu partir. Se apresentaram em vários estados do sul e do centro dos estados unidos, mas para um público não habituado com a bossa nova. O que causava nos músicos a sensação de não estar agradando. Para o artista, o aplauso é muito importante.
A situação melhorou quando chegaram a Chicago, cidade grande e com muita cultura musical, onde existia público para isso. E lá eles estão até hoje. Vivem bem, e a sua música é apreciada. Mas nunca conseguiram realizar o sonho de chegar a Nova York e conquistar o reconhecimento internacional. E é grande a saudade da terra Natal. Anos atrás Breno veio ao Brasil e visitou amigos em Porto Alegre e no Cai. Diz que gostaria de voltar, mas hoje é difícil, pois a família já está acentada em Chicago.
Para ver e ouvir o talentoso caiense Breno Sauer, basta acessar o Google e digitar “Breno Sauer cidadão global”.
Ou clique aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=q2rAIN2Osic

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