Breno Sauer, ainda em Porto Alegre, em 1952
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As músicas gravadas no LP foram:
No lado A, Solução, Brigas, nunca mais, Frenesi, É tão gostoso, seu moço, Cuco e Se acaso você chegasse.
No lado B, Sofro, Mr Gershwin, A felicidade, Estudo em samba, Feitio de oração e Bahia com "H".
O quinteto era formado por Altivo Penteado (Garoto), vibrafonista, de Porto Alegre; Olmir Stocker (Alemão), guitarrista, de Taquari; Afonso Cid (Pirata), baterista, de Rio Grande; Gabriel Jorge Bahlis (Turco), contrabaixista, de Porto Alegre e o próprio Breno.
Sobre o líder da banda, Kalil Filho escreveu na contracapa do disco:
"Breno Sauer, acordeonista e líder do conjunto. Tem 29 anos e nasceu também no Rio Grande do Sul, na cidade de São Sebastião do Cai. Em sua família, todos tocavam alguma coisa. Pai e irmãos. Começou tocando bateria, depois banjo e, finalmente, acordeon. Começou sua carreira tocando no Regional do Paraná, da Rádio Gaúcha de Porto Alegre. Mas não parou muito tempo ali. O espírito de viajante o levou, sozinho, a Blumenau, Santa Catarina, onde passou a tocar em boates e rádio. Uma vez ali, mandou vir de Porto Alegre Pirata e Garoto e outro rapaz cantor, tendo resultado daí um conjunto instrumental e vocal. O conjunto já estava formado.
Nessa época, 1953, os rapazes começaram a ouvir Art Van Damme, e se entusiasmaram com o estilo, com o som específico e característico do grande acordeonista norte-americano. Daí por diante passaram a se preocupar em conseguir extrair, de seus instrumentos, aquele mesmo som. Até 1958, o conjunto teve várias formações até que nesse ano, em Curitiba, Breno conseguiu reunir um quinteto com a formação atual e - é o que queremos - definitiva.
Em Curitiba, o conjunto amadureceu. O público da capital paranaense deu o maior apoio ao conjunto. Deu aos 5 moços gaúchos que tocavam muito bem, as oportunidades e a consagração que eles mereciam. Nesse ponto entra na história o senhor Paul Brodman, proprietário da boate "La Vie en Rose", que sem sequer ter ouvido o conjunto, mandou comprar um vibrafone para ser usado pelo quinteto e contratou os moços. Agora,..., o senhor Brodman trouxe os rapazes para São Paulo a fim de que inaugurassem, com sua música ótima, a boate "La Vie en Rose" paulistana. De São Paulo, antes que a boate se inaugurasse, a Colúmbia, e passou para as fitas monaurais e estereofônicas doze sambas 'a la Sauer' que aqui estão.
Tudo que vocês ouvirem aqui foi feito pelos moços que compõem o quinteto. Eles tocaram seus instrumentos e ainda fizeram todos os efeitos rítmicos - cacheta, frigideira etc.
E aqui está o registro seguro de uma nova dimensão, de um novo som, para o samba. Samba de fraque, cartola, peito duro, sapatos de verniz, borboleta branca, descendo o morro de tamborim e frigideira em punho, bem brasileiro, cheio de bossa, as vezes bem suave e melódico e as vezes bem batucado: samba que vai ser ouvido por todos e vai agradar. Más há um ouvinte que o Breno Sauer Quinteto faz questão de ter. Eles, que se correspondem permanentemente com Art Van Damme, querem agora, com esse LP, satisfazer um dos maiores desejos dos cinco: querem qu Van Damme ouça este disco e sinta o seu próprio som
extraído por cinco brasileiros em sambas tipo segunda metade do século XX."
* músico de jazz
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