Caí no final dos anos 1960: nos bairros Quilombo e Navegantes, muitos terrenos permaneciam baldios e várias ruas ainda não haviam sido pavimentadas |
A foto número 1 dessa série mostra, principalmente o setor sul da cidade: parte dos bairros Quilombo e Navegantes. Os pontos referenciais mais marcantes são, da esquerda para a direita, uma parte do antigo Posto Esso, de Fernando Fernandez; o CTG Lauro Rodrigues, o atacado Klein & Antoniazzi (depois Supermercado Kleazzi, Max Metalúrgica e, hoje, Supermercado Flach), Conservas Oderich, igreja do Matiel, ao fundo; casa de Waldemar (Nenê) Piovesan e sua esposa Ana Maria, professora e diretora da Escola Felipe Camarão, ECOL (Empresa Caiense de Ônibus), casa do Doutor Orestes Lucas, casa de Paulo Selbach, campo do Municipal (time de futebol), Eletrônica Hartmann, prédio do depósito de alfafa do exército (depois Leitz).
2 - Panorâmica do Caí no final dos anos 1960: Centro |
A segunda foto da série nos mostra a área mais central da cidade. a primeira rua, à esquerda, é a Tiradentes, onde se destacam a mansão de Carlos H Oderich (o Castelinho) e, mais ao fundo, o prédio do presídio e o casarão dos Oderich (hoje Fera River). A rua seguinte, de frente para o fotógrafo, é a Coronel Paulino Teixeira. Nela identificamos, no seu lado esquerdo, a casa de Helmuth Blauth, o telhado da Rodoviária, o Bazar Griebler e a Igreja Evangélica Luterana; no lado direito da rua, vemos a Madeireira Rossetti (hoje Espaço Luz), a casa de Jaime Pereira (com a de Danilo Fink ao lado), a loja de Egídio Blauth e sua esposa, posto da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (hoje, Secretaria Municipal da Agricultura).
A terceira rua é a Pinheiro Machado e o primeiro prédio que se vê nessa rua é o da casa de Jacintho Rossetti, fundador da Madeireira Rossetti. O prédio ia da rua Coronel Paulino até a Pinheiro Machado, mas na sua maior parte não tinha paredes, podendo se ver a madeira empilhada. Adiante pela rua, se avista o prédio da Escola Estadual Felipe Camarão. Atrás do qual se vê o antigo prédio da oficina, revenda de automóveis e posto de gasolina de João Pereira, já então sob o comando do filho Jaime. No outro lado da rua, na esquina, se sente a falta do edifício do Banrisul (antes, da Caixa Econômica Estadual). Prédio que foi construido alguns anos depois dessa foto e veio a ser o primeiro edifício com quatro pisos construído na cidade. No fim da quadra, se avistam os prédios da Farmácia Ideal, no lado esquerdo da rua e a de Fausto Leão no lado direito e, ao lado dessa, o grande prédio do Cine Aloma. Na quadra seguinte, os destaques são, do lado esquerdo da rua, o prédio onde funcionaram agências bancárias, inclusive a Caixa Federal antes da sua atual localização. Desse prédio (que foi destruído num incêndio, recentemente) só se vê o telhado, logo antes do grande prédio do Clube Aliança. No lado direito da rua, se avista o telhado da antiga agência dos Correios, atrás da casa de Fausto Leão. Bem depois dessa foto a agência foi transferida para a rua 13 de Maio (onde hoje se encontra) e muito brevemente será transferida para a rua Tiradentes. Em seguida, se vê o prédio onde residia e atendia o dentista Schütz. Seguem-se os dois prédios da velha prefeitura. O mais velho, na esquina, construído no século XIX, o mais novo ao lado, ergido no início do século XX. Adiante do Clube Aliança e da Prefeitura, já havia a Casa Adam, na esquina do lado esquerdo (escondida pelo prédio do clube) e, na esquina da direita, a Loja Alfred. Adiante da Alfred se avista a casa do dentista Arthur Schaeffer. A parte inicial da rua (mais próxima do rio começando pela antiga barca) não pode ser bem avistada devido à elevação do terreno na área próxima à prefeitura.
3 - Panorâmica do Caí no início dos anos 1970 |
A rua Andrade Neves, a primeira que aparece na foto, vista da esquerda para a direita, começa com o prédio da Madeireira Rossetti. Note-se que a rua não era pavimentada. As demais ruas da cidade, nessa época, tinham pavimentação de pedra irregular. Apenas a Egydio Michaelsen era pavimentada com paralelepípedos. Paralelepípedos de pedra rosa, material de excelente qualidade. Houve quem lamentasse o fato dessa pavimentação haver sido coberta por asfalto. A Egydio Michaelsen, por sinal, não tinha canteiros centrais.
Uma novidade implantada na década de 1990.
A Madeireira Rossetti tinha, na frente para a rua Pinheiro Machado, a residência de Jacintho Rossetti, o fundador da empresa (pai de Cleonir, Adail, Valtoir e Idimir, muito influentes na vida da cidade no final do século XX). A casa, que era de um piso, foi depois transformada em sobrado. Na frente dessa casa, no outro lado da rua Pinheiro Machado, o terreno de esquina era baldio. Hoje, nessa esquina existe a casa da família do advogado Evaldo Kievel. Seguindo pela rua Andrade Neves, encontramos um pequeno edifício, de dois pisos, que se destacava na época. Ele ainda existe hoje, mas já não chama atenção devido ao grande número de construções maiores hoje existente. Logo adiante, na esquina, ainda não havia sido construída a casa do comerciante Erico Coelho (pai de Vando Coelho) e nem a casa de Luiz Carlos Bohn.
A rua 13 de Maio tinha poucas construções na sua quadra final (perto da RS-122 traçado antigo). Na esquina com a rua Ari Baierle (continuação da rua Andrade Neves) encontra-se a casa construida pelo advogado Olavo Leão, na época moradia de Zeno Spalding. Logo adiante, vê-se a casa em que vivia, na época, o comerciante Anibal Henzel, que era dono da relojoaria existente no prédio ao lado da igreja católica. Não havia ainda os prédios do escritório contábil L C Bohn e o dos Correios (que deverão mudar-se brevemente para novo endereço). Vê-se, na esquina com a avenida Egydio Michaelsen, um prédio antiquíssimo, no qual morava, na época, a família de Heitor Piovesan. Nesta mesma quadra, no lado esquerdo da rua, já havia a casa do dentista João Carlos Caye. Adiante se vê a casa, bastante ampla, do pedreiro Albino Bohn. Um pouco mais adiante, há um terreno baldio, onde foi construída a casa do advogado Pedro Jorge Piovensan e sua esposa Fátima. Em seguida, na esquina onde hoje se ergue o prédio da Farmácia Capilé, havia a casa dos pais de Zeno Spalding: Otto e Emma Kaeiper Spalding. Seu Otto, natural de Triunfo, foi caixa da prefeitura caiense por muitos anos.
Na quadra seguinte, começando pelo lado esquerdo, vemos um terreno baldio na esquina em que hoje se encontra a loja Colombo. Logo após, se encontra a casa da família Knack (onde nasceram e cresceram Gastão e Gerson Knack (o primeiro oficial aposentado da marinha, o segundo bancário ainda em atividade no Banrisul). Um pouco mais adiante, se avista a casa do fotógrafo Dalmonte e, no final da quadra, o prédio onde funcionou o hotel Adam (de Martim Adam), atual sorveteria Tartufi.
Esta mesma quadra, no lado direito, começa com a residência de Otto Schaeffmacher. Logo após, vem o prédio que hoje, remodelado, abriga a agência Bradesco. Nesse prédio, por muitas décadas, funcionaram padarias (primeiro de Otto Schaeffmacher, depois Roth). Ao fim da quadra, se vê o prédio (muito antigo e pouco alterado) da Livraria Caiense. Antes, a casa do seu proprietário durante décadas: Arno Kusminsky, que era filho do fotógrafo Eduardo Kusminsky. No segundo piso, por décadas, funcionou a biblioteca pública municipal Olavo Bilac.
A quadra seguinte tem, do lado direito da rua, a praça municipal que, na época, chamava-se João Pessoa (hoje, Cônego Edvino Puhl). No lado esquerdo, a quadra começa com um terreno que permaneceu baldio até, aproximadamente, o ano de 1990. Ali foi construido um edifício, (empreedimento do contabilista, empresário e prefeito Gerson Veit) que já esteve alugado para o Banrisul, Loja Solar (Wallauer) e loja Paludo (que recentemente mudou-se do local).
Adiante, avistam-se duas casas ainda hoje preservadas. Numa delas residiu e clinicou o Doutor Carlos Betz. Atualmente, essas casas abrigam estabelecimentos comerciais, inclusive a Pastelaria Sabor. Ao final da quadra se avista o prédio atualmente ocupado pela lancheria Pica-Pau e, anteriormente, abrigou várias lojas e, mais antigamente, agência bancária. Um prédio muito antigo e importante. O prédio da Farmácia Ideal (hoje lancheria Dog Doido) fica escondido pelo prédio anterior, assim como a sequência da rua não pode ser vislumbrada devido ao forte declive existente a partir desse ponto.
O prédio que se vê no interior da praça foi, antigamente, uma famosa lancheria chamada Atafona (palavra que significa fábrica de farinha de mandioca e polvilho). Após a praça, vemos o Ginásio São Sebastião (atual Escola Estadual São Sebastião). Área muito ampla, ocupando um quarteirão inteiro, pertencente à Igreja Católica. No passado, outros importantes estabelecimentos funcionaram naqueles prédios, inclusive escola, asilo e hospital administrado pelas irmãs de Santa Catarina (as mesmas que, hoje, administram o Hospital Sagrada Família).
No lado direito da foto, o prédio de maior destaque é a fábrica de móveis de Willi Matner (Willli, normalmente é diminuitivo de Willibaldo ou Willibald). É o prédio amplo que aparece na parte de baixo da foto, à direita, localizado na avenida Egydio Michaelsen. O prédio da sub-prefeitura (hoje Secretaria Municipal de Obras), aparece à direita da fábrica Matner. O prédio da sub-prefeitura está com a sua aparência quase inalterada.
A Igreja Católica aparece na foto com a sua aparência atual. A não ser pelo telhado, que foi substituído por uma cobertura metálica. Antes da igreja ainda aparece o prédio em que funcionaram a relojoaria de Anibal Henzel e a loja Tissen, de Bernard Tissen (depois transformada em loja Kranz, de Lorena Krantz . Lorena, inicialmente, trabalhou como balconista na loja Tissen. Esse mesmo prédio foi escola dos padres jesuítas almães, no final do século XIX. Ali se originou uma grande obra que evoluiu no Seminário do Pareci Novo, no de Salvador do Sul e na UNISINOS, uma das mais importantes universidades do país.
O prédio, que já foi presídio e agência do Banco Pelotense, começou como casa comercial, fundada em 1986 Hoje é uma ruína, mas deverá ser restaurado |
Parabéns Renato. Ótima matéria, e excelente resgate histórico da Nossa querida São Sebastião do Caí.👍👏
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