domingo, 31 de março de 2013

1822 - O porco: maior riqueza do colono

Empresas como a Oderich, do Caí, e a Renner, de Montenegro,
tinham nos suínos a sua grande fonte de matéria prima
A criação de suínos foi sempre uma grande riqueza do colono. A vaca era criada por causa do leite, o boi para o uso como animal de tração e para consumo da carne (quando a idade já não permitia o seu uso na tração de carretas), o cavalo como meio de transporte. Mas os porcos eram, na verdade, a grande riqueza do colono.
O porco, tratado com milho e mandioca que o próprio colono plantava, cresce rapidamente e, ao ser carneado (abatido) fornece carne, é transformado em carne, banha e vários outros derivados: linguiça, torresmo, morcilia, queijo de porco. 
Até o sangue do porco é aproveitado, para fazer a morcila preta. As tripas, ou seja os intestinos, são usados como embalagem comestível para a linguiça.
O coração, o estômago, o fígado, tudo é aproveitado.
Os colonos brincam dizendo que do porco só não se aproveita o berro. E completam: "mas já tão estudando aproveitar para fazer busina de automóvel."
Hoje o colono tem freezer. Até mais de um para guardar a carne do porco por bastante tempo. Antigamente, a carne era usada na fabricação da linguiça.
Guardava carne para alguns dias. 
Era costume convidar parentes, amigos ou vizinhos para ajudar no trabalho da "carneação". Como recompensa, os convidados levavam para suas casas pedaços de carne e outras iguarias.
Trabalhar com os amigos, conversando, contando piadas, era um prazer. E, ainda por cima, levar produtos tão valiosos para casa valia muito a pena.
O porco, especialmente pela banha, foi um grande produto de exportação dos colonos alemães e italianos. Alguns dos quais enriqueceram, principalmente os que atuaram no comércio desses produtos ou na fabricação da banha em larga escala.

Foto do acervo de Gilberto Kayser

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