Cristiano Matte foi um dos grandes líderes do progresso montenegrino e foi seguido por seus 14 filhos, dos quais cinco foram mulheres: |
O montenegrino Cristiano Matte foi um pioneiro visionário. Sobre ele, encontramos substanciais informações no livro Traços Biográficos, de Elisa Moojen Arpini.
Cristiano nasceu em Lomba Grande (hoje uma localidade do município de Novo Hamburgo), em 16 de fevereiro de 1949.
Seus pais foram Johann Gottlieb Matte e Margarete Fuchs Matte. Casou-se com Carolina Schmidt e teve 14 filhos:Augusta, Leopoldo, Alberto, Hermínia, Emílio, Paula, Cristiano, Alfredo,Carolina, Reinaldo, Ernesto, Walter, Irma e Guilherme.
As filhas, que aparecem na foto acima, foram Paula, Augusta (esposa, em segundas núpcias, do dono da Farmacia São João, Teobaldo Becker, no ano de 1900), Irma, Herminia e moça, Esta ultima era mãe do doutor Kurt Heller e de Rugard Heller.
Cristiano Matte mudou-se para Montenegro aos 26 anos e passou a explorar o negócio de madeira. Ele possuía um engenho de serra, onde transformava em tábuas, a madeira de lei que existia em grande quantidade nas florestas nativas do Vale do Caí.
O grande mercado para a sua produção era Porto Alegre, cidade que crescia notavelmente e precisava de muito material de construção.
Para facilitar o transporte da sua mercadoria ele, ainda no século XIX, ele adquiriu grandes lanchões que eram dirigidos e tracionados pelo esforço humano, através de varas.
Com a chegada dos imigrantes alemães e italianos, a região do município de Montenegro evoluiu muito como produtor e exportador e o rio Caí era a única opção viável para o transporte de mercadorias.
Vendo o futuro, ele entusiasmou-se pela navegação e acabou vendendo a sua serraria e passou a dedicar-se apenas ao transporte de cargas.
Pelo ano de 1990, a vizinha cidade de São Sebastião do Caí havia se desenvolvido muito. Tanto a cidade quanto o município eram muito prósperos e dinâmicos e pelo seu porto passava, além da notável produção da colônia alemã de localidades como Feliz e Bom Princípio, também a da florescente colônia italiana de Caxias do Sul e seus arredores. Com isso desenvolveu-se a navegação a partir daquele porto, que era feita pelos vapores São João, Otto e Horizontina.
Ele, então, vendeu também os seus lanchões primitivos e comprou o primeiro barco motorizado de Montenegro: o vapor Itália.
Para facilitar as operações de embarque e desembarque das cargas, Cristiano Matte construiu o primeiro cais do porto de Montenegro. Obra que foi, posteriormente, soterrada quando da construção do monumental cais construído no local, que teve sua inauguração em 1904. Cais que, por sinal, era (e é) muito maior que o do Caí, assim como a cidade também superou o Caí pela virada do século.
Fora da atividade empresarial, Cristiano também se destacou por haver participado da Sociedade Germânia (origem do atual Clube Riograndense) tendo presidido essa sociedade por dez anos.
Recebeu a patente de capitão da Guarda Nacional, título que, na república equivalia a um título de nobreza do regime monárquico. Ele viveu até os 90 anos, vindo a falecer no dia 5 de dezembro de 1939.
Foto do acervo de Romélio Oliveira
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