A extração da medeira nativa de alta qualidade foi a primeira riqueza da parte do Vale do Caí que era coberta de florestas (foto do final da década de 1920)
As ricas madeiras de lei (extraídas de árvores nativas, de especial qualidade) foram fartamente extraídas do Vale do Caí. Elas eram usadas para a construção de prédios e, também, para a fabricação de móveis e utensílios. Os irmãos Brochier, estabelecidos no local da cidade que hoje leva o seu nome, foram pioneiros na exploração das madeiras da região. Em especial as araucárias, que tinham a vantagem do seu tronco ser retilíneo.
A vegetação do Vale do Caí é predominantemente de mata atlântica. O cedro, a peroba, o jacarandá, imbuia, mogno, pau-marfim e jatobá são árvores que se destacam por fornecer madeira de alta qualidade. São madeiras duras e resistentes, que só chegam a ter essa qualidade quando as árvores já são muito crescidas, com muitas décadas de vida.
Antigamente, como o transporte era caro. Era comum que qualquer localidade tivesse o seu marceneiro. Profissional que fabricava, móveis, portas, janelas e outros objetos feitos de madeira. Atividade que vem perdendo terreno, nas últimas décadas, devido ao domínio cada vez maior da produção em série, feita em grandes indústrias.
Na primeira metade do século XIX, a região onde hoje se encontram Bom Princípio e Feliz era conhecida como Serrarias porque ali se praticava intensamente a extração da madeira. Na época, pouquíssimos homens brancos residiam na região e os índios ainda andavam livremente pelo Vale. Eles mantinham um comércio de trocas com esses pioneiros da civilização branca e as relações eram amistosas.
Ainda no século XX, o Vale do Caí dispunha de boa oferta de madeira de qualidade. Em localidades não tão próximas do rio, como Tupandi, a madeira de lei demorou mais para ser extraída. Por isso, se estabeleceu lá o marceneiro Leopoldo Gegler, que foi um exímio fabricante de altares.
Foto do acervo de Paul Karohl, disponibilizada por Rubem Schneider
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