A rua Pinheiro Machado tinha intenso movimento de veículos devido à barca, que era o único local onde os veículos podiam atravessar o rio |
Mas não é. Com a foto ampliada e uma observação atenta, se percebe que se trata da atual rua Pinheiro Machado, ou seja, a velha rua da barca. Era no início dessa rua que funcionava a antiga barca, permitindo a travessia do rio num tempo em que ainda não existia ponte. A que existe hoje foi construída somente em 1970.
São comerciais praticamente todos os prédios que se avistam nessa foto, inclusive a empresa Fuchs & Müller, cuja placa se vê num dos prédios (à direita).
A foto não é muito antiga, pois o segundo prédio da prefeitura também já estava de pé, ao lado do mais antigo. Ela deve ser da década de 1940 ou mesmo 1950. Ainda não havia sido costruído o grande prédio do armazém Tem Pass.
Na enchente, como se percebe na foto, os barcos podiam entrar um pouco nessa rua e ficarem ali atracados, protegidos da correnteza. Existem várias fotos de barcos atracados nesse local, que tinha a mesma função das baias nos mares e oceanos: oferecer um lugar abrigado para a atracação dos barcos quando o mar, ou o rio, estava agitado.
O barco que aparece nessa foto não é um vapor, mas sim uma gasolina.
As barcas, assim como as pontes, são pontos de convergência para o fluxo de veículos. São os únicos pontos em que é possível atravessar o rio com uma carreta, automóvel ou caminhão. Assim, como muitos veículos são forçados a passar por ali, se tornam local apropriado para a instalação de estabelecimentos comerciais.
Depois da construção da ponte, não custou muito para que a barca deixasse de funcionar e o fluxo de veículos (inclusive carroças e charretes) diminuiu muito. Estabelecimentos fecharam. Até porque muitos existiam em função da navegação, que também se extinguiu (bem antes, na década de 1950).
Nesta foto, embora tenha sido feita bem antes da construção da ponte, os prédios comerciais já mostravam a decadência resultante do paulatino enfraquecimento da navegação.
Foto do acervo de Paul Karohl, disponibilizada por Rubem Schneider
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