domingo, 9 de junho de 2013

2121 - Pedro Christ: Um professor com muita história

Pedro Christ entende de orquídeas e, mais ainda, da história de Feliz
Pedro Alfredo Christ, 72 anos, é um cidadão felizense que tem muita história para contar. Professor aposentado e historiador, Christ tem sua vida ligada ao município, inclusive participando da história política e administrativa da cidade, tendo sido vereador entre os anos de 1982 e 1988, e Secretário Municipal de Administração, durante quatro anos, na segunda administração de Paulo Caye. Casado com Iria e pai de Tânia Maria, Carlos Alberto e Gustavo, no ano passado recebeu o título de cidadão benemérito em sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores de Feliz, por seus serviços prestados. Professor durante 31 anos, quase virou padre, e atualmente dedica boa parte do seu tempo para as orquídeas, paixão herdada de sua mãe. Confira a seguir um pouco do perfil deste cidadão destaque:

Nome: Pedro Alfredo Christ
Idade: 72 anos
Profissão: Professor aposentado e historiador
Local de Nascimento: Feliz – RS

Quando começou a sua história como educador?
Bom, inicialmente eu pensava em ser padre, tanto que estudei no Seminário São José em Gravataí, mas na adolescência acabei mudando de ideia. Então, conclui o Magistério na Escola Normal de São Sebastião do Caí e me habilitei para exercer a profissão de professor. Em 1962, comecei a lecionar na Escola Cônego Alberto Schwade, no São Roque, para crianças da 2ª a 5ª série. Lá eu fiquei durante nove anos, sendo que em 1966 eu também passei a dar aula na Escola Rural de Picada Cará.
E depois, como seguiu essa história?
Depois, em 1971, eu fui para o Ginásio Estadual Feliz, hoje Escola Estadual Maria Saturnina, para lecionar História e Geografia, graduações que eu havia completado na Unisinos e na UCS. Então, no final dos anos 70, eu e outros professores nos mobilizamos para trazer uma escola de 2º grau (atual Ensino Médio) para a cidade. Foi quando teve início a história da Escola Jacob Milton Bennemann, na qual passei a dar aulas de Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do Brasil, ambas não fazem mais parte do currículo, além de História e Geografia.
Por fim, voltei para a Escola Saturnina, em 1983, desta vez como diretor, onde permaneci durante 10 anos.
Do que tem orgulho?
Lembro-me que na primeira vez que fui dar aula no Saturnina, a mesma era localizada onde hoje é o Posto de Saúde. Depois, como diretor, vi que as dependências já não mais se adequavam para um bom trabalho. Foi quando me reuni com o então Secretário de Educação do Estado, Ruy Carlos Ostermann, pedindo a construção de uma nova escola. Ele prontamente atendeu a nossa solicitação e o novo prédio, ao lado do Parque foi construído. Isso me deixa orgulhoso.
Na sua visão, o que mudou na educação neste tempo?
Houve muitas mudanças. Creio que na minha época era mais fácil de dar aula, pois havia mais respeito. A coisa era mais séria. Claro que o professor tem muita importância nesta mudança também. Depende dele também a boa condução de uma aula. A tecnologia existente hoje pode ajudar bastante no desenvolvimento constante e o professor deve dar ao aluno ferramentas para que ele aprenda utilizando tudo que a tecnologia oferece. Ou seja, o professor tem de se aperfeiçoar constantemente para permitir que o aluno também se aperfeiçoe cada vez mais.
Tem algum fato que marcou sua carreira como professor?
Sim, logo no primeiro ano. Eu tinha como aluno um menino chamado Remídio Bohn e veio o padre vigário João Becker falar comigo sobre ele, dizendo que no final do ano ele faria um Exame de Admissão no Seminário. Bohn era mais novo que os outros meninos que realizariam o mesmo exame. Dei uma atenção especial ao garoto, indicando livros e estudos para deixá-lo preparado. No final do ano, ele fez o exame juntamente com mais 100 concorrentes da região Sul. Para minha felicidade e a dele também, ele foi aprovado em 1º lugar. Tive convicção de que meu trabalho tinha sido bem feito e isto me fez ver que eu estava no caminho e no lugar certo. Hoje, Remídio Bohn é bispo na cidade de Cachoeira do Sul.
Tem mais alunos que te deixaram orgulhosos?
Muitos. Acho que o que mais me deixa orgulhoso é ver que além de terem sido meus alunos, as pessoas se tornaram meus amigos. As últimas grandes alegrias aconteceram já no início deste ano, ao ver meus ex-alunos Albano Kunrath e Décio Franzen assumirem cargos importantes a nível municipal e estadual.
E lembrança ruins? Tem?
Nunca guardei coisas ruins pra mim, tanto que nem me lembro delas. Só tenho boas recordações guardadas comigo.
E o professor Pedro faz o que hoje?
Bem, hoje dedico-me à leitura, às viagens e, principalmente, às orquídeas. Tenho mais de 700 exemplares em casa, faço parte da Associação dos Orquidófilos de Feliz e participo constantemente dos encontros promovidos pela região, sendo que já ganhei mais de 70 troféus de destaque das minhas plantas.
Como começou este hobby?
Minha mãe cultivava orquídeas, quando morávamos na Picada Cará. Eu tinha uma e outra muda. Em 1996, foi criado o Clube dos Orquidófilos da Feliz, e me convidaram a fazer parte da diretoria. Foi então que me envolvi mais com esse meio e passei a apreciá-lo.
O senhor ainda tem sonhos?
Hoje eu não me envolvo com a política, Mas eu tenho um partido. Esse partido é a cidade de Feliz. E meu sonho é ser sempre útil para a minha cidade. No que eu puder ajudar, estarei disponível. Acredito que se amarmos a Feliz, consequentemente iremos amar o Brasil.
Além disso, quero poder voltar a visitar a Alemanha. Se Deus permitir, essa viagem acontecerá bem em breve.
Para encerrar, deixe uma mensagem:
Acredito que todo cidadão deve procurar se aperfeiçoar culturalmente, principalmente, valorizar a leitura. Ler é importante para tudo. Independente da idade. E nunca, nunca mesmo, deixar de fazer alguma coisa útil. A nossa mente não pode parar. Temos que deixá-la ativa para vivermos bem e longinquamente.
Matéria publicada no jornal Visão do Vale, em 15 de janeiro de 2013

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