sábado, 29 de junho de 2013

2223 - Lanchas e gasolinas na navegação fluvial

A laranja foi uma das cargas mais transportadas por gasolina:
Porto Alegre era o principal destino
A lenha foi outro produto muito transportado pelas gasolinas
que navegavam no rio Caí













Na primeira metade do século XX, as gasolinas eram intensamente utilizadas para o transporte de cargas do Caí, Pareci e Montenegro até Porto Alegre. Como se vê nas fotos acima, a laranja e a lenha estavam entre as mercadorias mais intensamente comercializadas na capital do estado.
Mas mesmo no século XIX, os colonos, principalmente de São José do Hortêncio praticavam a navegação, no rio Caí e no seu afluente Cadeia, para levar sua produção até a cidade de Porto Alegre. Desde os tempos da Guerra dos Farrapos, e até antes, os colonos de São José do Hortêncio utilizavam barcos para levar suas mercadorias até aquela cidade. E o tráfego era bastante intenso. Tanto que durante a guerra, ocorreu um grave conflito entre os colonos que passavam pelo arroio e o Capitão Carlos Lucas, líder dos farrapos em Capela de Santana. Os colonos de Hortêncio eram simpáticos e fiéis ao imperador e, portanto, contrários à revolução dos farrapos.
Na narrativa de um colono de Hortêncio, que havia combatido contra os farroupilhas, Carlos Lucas cobrava um pedágio dos barqueiros que navegavam pelo Cadeia e, num conflito, teria matado vários colonos.
Narrando o episódio, o colono diz que Peter Ludwig, das 14 Colônias (localidade vizinha a Hortêncio) "possuía uma lancha com a qual transportava frutas até Porto Alegre."
Nessa época, a navegação pelo arroio cadeia era bem difícil. Até porque existe, entre Hortêncio e a localidade de Campestre (arroio abaixo, perto de São Sebastião do Caí e de Conceição) com alguns metros de altura. Impossível de transpor de barco. Mas os colonos ali se davam ao trabalho de transladar suas mercadorias e carregá-las a pé até adiante da cachoeira, onde deixavam outra canoa para seguir a viagem. Apesar da trabalheira, era melhor do que levar as cargas através das precaríssimas estradas da época.
Até as primeiras décadas do século XX, produtores rurais do Campestre levavam mercadorias para Porto Alegre em canoas. Mas, nessa época, eram favorecidos pelo nível mais elevado do arroio, devido ao funcionamento da Barragem Rio Branco. A barragem, além de elevar o nível do rio Caí, fazia o mesmo com o arroio Cadeia, que é afluente desse rio.

Fotos dos arquivos de Romélio Oliveira

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