segunda-feira, 10 de junho de 2013

2125 - Por onde passava a linha de trem

Foto panorâmica do centro de Montenegro por volta de 1930
(Para eliminar as letrinhas brancas, clique sobre a foto)
Essa não é uma foto aérea, pois não foi feita do ar (de um avião ou e um balão). É uma foto panorâmica, feita a partir do Morro São João, mostrando o centro de Montenegro. A foto não foi feita com o uso de lentes aproximação (zoom), pois, se assim fosse, as plantas que estão próximas não estariam em foco.
Ela foto foi tirada da encosta do morro, numa época em que esta encosta era muito desmatada. Hoje, as árvores impediriam que, desse mesmo local, se pudesse fotografar a cidade.
As ruas mais visíveis são aquelas que levam em direção ao rio. À esquerda da foto, vê-se bem a rua Osvaldo Aranha. Mais à direita, se consegue avistar a rua Olavo Bilac, que fica à frente da velha igreja matriz (demolida na década de 1960).  A próxima rua paralela a essas duas é a São João. Mas essa é visível somete na parte mais alta da foto, onde ela passa à direita do prédio da antiga Cervejaria Jahn (com chaminé). Na época dessa foto, a praça Rui Barbosa ainda não havia sido construída. Em compensação, ainda existia a grande Praça da Matriz. Em frente à igreja matriz.
Próximos à igreja, avista-se dois prédios importantes e ainda preservados até os dias de hoje: o da câmara de vereadores, de frente para o fotógrafo, e o da prefeitura, que se avista pelos fundos.
Aparece também na foto, com destaque, o grande prédio do Clube Riograndense que, na época, tinha frente para a rua Ramiro Barcelos.
A rua que vemos da margem esquerda da foto até os fundos da igreja matriz, é a Coronel Antônio Inácio.
A que está mais próxima do morro, é a Assis Brasil e a esquina da Assis Brasil com a Osvaldo Aranha é onde hoje se encontra o Hospital Montenegro. A rua Apolinário de Moraes, que hoje passa nos fundos do Hospital Montenegro, não se avista na foto. Isso porque ela existia apenas mais próximo ao rio e não se estendia até o ponto que foi fotografado.
Vê-se, na parte de baixo da foto, um caminho curvo, que não é simétrico com as ruas.
Trata-se, certamente, da estrada de ferro, que passava por ali, naquela época.
Conforme se pode ver na foto, ela cortava a rua Osvaldo Aranha no meio da quadra que vai da rua Coronel  Antônio Inácio até a Assis Brasil. Marcas do antigo caminho do trem ainda são visíveis, como cicatrizes, no traçado urbano da cidade. A rua dos Plátanos, onde se encontra o prédio sede do jornal Ibiá, foi aberta no espaço deixado pela linha férrea. Ela vai da rua João Pessoa até a Ramiro Barcelos.  Dali atravessando-se a Ramiro, encontra-se um beco que segue até a Capitão Cruz, que corresponde também ao antigo traçado da ferrovia. E o beco se prolonga do outro lado da Capitão Cruz e as marcas vão adiante. Não é difícil, assim, recompor o antigo traçado da ferrovia por dentro da cidade.
Como ocorreu em outras cidades, também em Montenegro a extinção da ferrovia resultou em invasão da área e criação daquilo que se costuma chamar de Vila Trilho. Inicialmente composta por casebres, as moradias erguidas nesses locais foram sendo melhoradas com o tempo e hoje formam uma curiosidade urbanística. Algo que, talvez, ainda vai se tornar atração turística no futuro. Quem sabe seja até tombado como patrimônio histórico.
Romélio Oliveira nos conta que um dia, quando ele era menino, passeava de carro com a mãe. Ela dirigindo. Iam pela Ramiro e, quando ela passava pelos trilhos de trem (que cruzavam a Ramiro assim como dezenas de outras ruas da cidade) o carro apagou. E o trem vinha vindo. Ele teve um grande susto, mas sua mãei, dona Adela Alves de Oliveira, conseguiu fazer o carro pegar novamente e sair do local perigoso.
Na esquina da Osvaldo Aranha com a Assis Brasil, se vê uma casa grande, com uma porta e quatro janelas.  Ela foi demolida e, no mesmo local, foi construído o prédio do Clube Operário.
O prédio que se avista na esquina da rua Olavo Bilac com a Assis Brasil é o Lar Paroquial (não confundir com a casa paroquial). O Lar Paroquial proporcionava benefícios para a população pobre. Serviu, inclusive, como casa mortuária (onde eram realizados os velórios).
Bem à direita e à meia altura na foto, encontra-se o grande prédio da Escola São José.
Entre a igreja e o Lar Paroquial existia uma fina residência (como se vê na foto). Prédio que foi demolido e, no seu lugar, foi construído o prédio de apartamentos para residência dos oficiais da Brigada Militar.

Foto do acervo de J B Cardoso

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