quarta-feira, 23 de outubro de 2013

2926 - Caí: cidade cercada pela natureza

A cidade é cercada de matas: na beira do rio, na várzea do arroio Coitinho (foto) e na encosta do morro
O Caí não escolheu o local do seu nascimento. Ele surgiu numa época em que não existiam estradas na região e o rio era o único caminho viável. 
Quando o governo imperial decidiu instalar imigrantes europeus na região  onde hoje existe Caxias do Sul, fez uso do rio até onde foi possível.  E o local onde se encontra a cidade é o último ponto ao qual se podia chegar de barco sem grandes obstáculos. Logo adiante existem corredeira que impediam a passagem de barcos maiores.
A primeira corredeira é aquela situada junto à ponte estreita que liga o Caí ao Matiel, pela qual se passa para ir ao Pareci Novo ou à Harmonia.
 Tudo isso influiu para que aquele ponto exato onde hoje se encontra o histórico cais do porto de São Sebastião do Caí, fosse o escolhido para a implantação do núcleo que daria suporte à colonização de Caxias do Sul e áreas vizinhas.
Ali havia uma praia que facilitava a atracação dos barcos e o acesso de carretas até a beira do rio. Era o local ideal para a implantação de um porto.
Por isso o porto de São Sebastião do Caí foi essencial para a recepção dos imigrantes e o seu encaminhamento para a região de Caxias, onde receberiam terras para cultivar e começar uma nova vida.
O local tinha, porém alguns inconvenientes e o principal deles era o fato das terras onde foi instalada a cidade (junto ao porto) serem baixas e sujeitas às enchentes do rio.
Com o tempo se viu que, nas grandes cheias, o rio subia tanto que o núcleo central da vila, onde foram instaladas a igreja católica e a prefeitura, tornava-se quase uma ilha.
Esse é um problema que a cidade enfrenta até hoje, limitando o seu crescimento.
E não é o único. O Caí instalou-se numa área um tanto pequena, situada entre o rio e o Morro do Hospital. Razão pela qual os terrenos, no Caí, são bastante caros.
Mas essa situação geográfica tem, também, as  sua vantagens.
Tanto as margens do rio quanto nas encostas do morro são impróprias para a construção predial. E isso permitiu que essas áreas, ainda hoje, preservem sua cobertura vegetal de mata nativa. 
Além da beira do rio e da encosta do morro, existe ainda uma outra área do rio na qual não se pode construir: as margens do arroio Coitinho. Um riacho que passa por dentro da cidade e é afluente do rio Caí.
Todas essas áreas, já que não devem receber novas edificações, deverão ser destinadas à implantação  de parques naturais. Fazendo isso, o Caí estará seguindo o exemplo da cidade de Feliz, que implantou o seu magnífico parque municipal numa área de várzea. As enchentes que o inundam eventualmente, não impedem que ele seja o mais belo parque da região.
No parque da beira do rio e no da encosta do morro será possível preservar a natureza e implantar trilhas  para caminhadas e passeios de bicicleta.




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