Festa da cumeeira na construção da antiga Pharmácia São João, na rua Ramiro Barcelos, Montenegro - ao lado do Clube Riograndense |
Construção da Casa e a festa da cumeeira
(Hausbau und Richtfest)
A casa no passado tinha um outro significado. Na vila, todos participavam da construção da casa, desde as crianças até os mais velhos. Esta casa se tornava, na localidade, o primeiro lar de uma família, e estava destinada a pertencer, por gerações, à mesma família.
Por esse motivo, a pedra fundamental era colocada pelo dono da casa, que a trazia para o lugar da construção, assim como também o primeiro prego.
A construção começava a ser erguida e, ao chegar a cumeeira, acontecia a festa de agradecimento a todos os que ajudaram na sua edificação. No topo da construção se colocava uma pequena árvore enfeitada por fitas ou uma coroa. (Richtkranz).
A comida servida durante a festa, dependendo do poder aquisitivo do proprietário, já iniciava com o café da manhã, com pão caseiro coberto com manteiga ou pasta doce (Schmier). Ao meio dia, um almoço com carne, feijão e arroz seguido por uma sobre mesa a base de doce com ovos. À tarde, era servido um café com cuca. Para as crianças, cuca e bolachas. Nas famílias de poucas posses, um sopa de ervilhas ou outros cozidos feitos num panelão.
No primeiro domingo após o ingresso da família, os vizinhos e parentes se faziam presentes para saborear o café da tarde. A entrada festiva era precedida pelo cerimonia de boas vindas, caracterizada pela coroa colocada na entrada da porta e pelo plantio de uma nogueira, porque ela protege a casa contra os raios.
O vizinhos ou amigos faziam um pão, que passava pela entrada da casa, acompanhado pelo sal, para proteger a casa contra a fome e garante uma boa relação com a vizinhança. O Richtfest, a festa da cumeeira, representa uma pedra solidificante para a família e sua futuras gerações.
Esta festa ainda continua viva na Europa e em algumas comunidades do interior do nosso país. Mesmo que tenha sofrido alterações e os pedreiros tenham assumindo o lugar da comunidade na realização do trabalho, este cerimonial precisa continuar vivo e nas tradições das nossas comunidades.
Texto extraído do blog Festa da Cumeeira, de Fabiano Siegel e Wanneida L. L. P. Siegel
Nenhum comentário:
Postar um comentário