O doutor Mattana acompanhou boa parte da história do hospital |
Mas uma fase negra da entidade estava por vir. Sem alterar a voz mansa, o veterano médico lembra as dificuldades enfrentadas. “Com a unificação da previdência social, as hospitalizações passaram a ser pagas pela Previdência, e como faz parte da História do Brasil, a Previdência Social nunca foi boa pagadora”. Com os recursos públicos minguando, o Hospital Montenegro ia gradativamente gastando dinheiro próprio. “Assim conseguimos manter até uma determinada fase, quando entramos em prejuízo, gastando mais do que recebíamos”.
Enquanto a secretária de Saúde e a presidente da OASE, Elaine Leser Daudt, assinavam um novo convênio, aumentando o repasse de verbas para quase quatro milhões de reais ao mês, Mattana recordava a escassez de recursos no pior período de existência da instituição. “Assumimos uma dívida imensa naquela época, que nunca conseguíamos pagar, eram juros sobre juros, em seguida houve uma debandada de médicos para a Unimed, e ficamos sem corpo clínico”, recorda Mattana, ressaltando que além dele, apenas mais dois médicos permaneceram no Hospital Montenegro. “E temos que ressaltar a índole dos funcionários, que mesmo com meses de salários atrasados, permaneceram firmes”.
Quando o prefeito Percival de Oliveira convidou Mattana para administrar o HM, ele não pode negar. “Vamos fazer o que pudermos”, respondera o médico na ocasião. “Foi a pior fase do hospital”, recorda agora o mais antigo profissional em atividade no Hospital Montenegro. “Em dado momento a comida era escassa, não havia troca de roupa de cama, não havia manutenção, estávamos em uma derrocada total”, narra o ex-diretor.
Matéria de J B Cardoso, publicada pelo jornal Fato Novo em 25 de outubro de 2014
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