Foi só em 1992 que Pareci Novo se mobilizou e conseguiu a sua emancipação. E foi em boa hora, pois depois disto a legislação se tornou mais rigorosa e a emancipação, se não acontecesse naquela época, dificilmente teria ocorrido.
E o principal responsável por esta conquista - certamente a maior da história do município - foi Armin Adolfo Heldt. Um homem que, na época, tinha seus 75 anos de idade mas para o qual não faltou a coragem e o entusiasmo para enfrentar este grande desafio.
Armin Heldt nasceu no dia 10 de outubro de 1917, na localidade de Faxinal, no interior de Montenegro. Seu pai, Fredolino Heldt, era agricultor e proprietário de uma atafona. Na qual, como era costume da época, seu Armin trabalhou desde menino. Ele ajudava na fabricação do polvilho (ou porvilho, como se diz na nossa região). A mãe se chamava Emília Schubert.
Depois de estudar em Montenegro, seu Armin tornou-se funcionário municipal. Casou-se com uma moça do Pareci Novo chamada Olga Hélia Selbach (filha de Fredolino e Elma Maria Selbach) e, desde então, passou a morar no Pareci. Foi funcionário da prefeitura de Montenegro, capataz das obras no distrito de Pareci, ao mesmo tempo em que trabalhava como viveirista, plantando mudas de cítricos, acácia e eucalipto.
Na época, Hélio Alves de Oliveira era o prefeito de Montenegro e seu Armin teve oportunidade de realizar obras importantes no Pareci, como os campos de futebol do Matiel e Coqueiral, a rede elétrica do Despique, as escolas do Despique, Matiel e Coqueiral.
Armin Heldt era adepto de Getúlio Vargas e Leonel Brizola. Seu partido era o PTB e nunca mudou sua opção política. O que mudou foi o nome do partido que, por imposição da ditadura militar, passou a ser MDB e depois PMDB. Por nove anos ele exerceu, também, a função de subdelegado. Chegou até a ser candidato a prefeito de Montenegro, concorrendo com Roberto Cardona. Elegeu-se vereador em Montenegro por duas vezes e foi presidente da Câmara naquele município. Por três meses, devido à ausência do titular, exerceu o mandato de prefeito montenegrino.
Não lhe faltava, portanto, experiência e liderança para assumir o comando do movimento emancipacionista.
Seu Armin faleceu em 7 de abril de 2005, deixando um magnífico exemplo de espírito público. Se hoje Pareci Novo é um exemplo de município para o país, muito se deve a ele, como emancipador e primeiro dirigente.
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