A colonização alemã no Rio Grande do Sul começou em 1824, por iniciativa do imperador Dom Pedro I. Grande número de lotes de terras foram distribuídos na região de São Leopoldo e arredores. Esta primeira fase da imigração terminou em 1830 e, neste período, cerca de 5.000 pessoas vieram da Alemanha fixando-se em São Leopoldo, Estância Velha, Novo Hamburgo, Ivoti, Dois Irmãos e São José do Hortêncio e arredores. Outras colônias foram criadas pelo governo ainda na década de vinte do século XIX, nas Missões e no Litoral (perto da atual cidade de Torres). Mas, enquanto a colônia de São Leopoldo e arredores prosperou de forma notável, as demais ou fracassaram completamente ou tiveram um desenvolvimento muito pequeno.
O governo imperial, além de doar as terras, ainda oferecia várias outras vantagens aos colonos. Mas, depois de 1830 foi obrigado a suspender estes estímulos e a imigração foi interrompida. Com a Revolução Farroupilha, então, a vinda dos colonos ficou ainda mais dificultada. E a guerra gaúcha durou dez anos, de 1835 até 1845.
Tão bons foram os resultados obtidos com a colonização, que havia muito interesse do império em que ela continuasse. Por isto, logo que a Revolução terminou, já em 1846, o governo criou mais uma colônia: a de Feliz. Mas então já era muito grande a procura por terras. Além dos novos imigrantes que chegavam a cada ano em número até maior do que o observado nos anos 20, também os filhos dos primeiros colonos haviam crescido, casaram-se e precisavam de terras para plantar. Cada casal de colonos costumava ter, naquela época, perto de 10 filhos ou até mais. Com isto, os pais não podiam repartir suas terras entre os filhos pois o que caberia a cada um não seria suficiente para o sustento de uma família. A colônia nova criada pelo governo não era suficiente para abrigar todos os interessados em terras e a solução era os jovens comprarem propriedades em novas áreas de colonização, onde a terra não custava tão cara.
Assim foram surgindo as novas colônias e não apenas por iniciativa do governo mas também de particulares. Um empreendedor comprava uma grande extensão de terras e a dividia em lotes que eram vendidos para os colonos que tanto podiam ser imigrantes recém chegados como filhos dos colonos das primeiras levas.
As primeiras colônias particulares criadas no estado foram as de Mundo Novo (atual Taquara), Bom Princípio e Santa Maria da Boca do Monte (atual Santa Maria) todas no ano de 1846. Depois vieram as de Caí, Fazenda Padre Eterno, Rincão del Rey, Estrela, São Gabriel, Conventos, Silva e Mariante. Depois destas foi criada a colônia de Maratá, a 12ª colônia particular do estado, que foi fundada em 1856. Um ano depois, cinco outras colônias particulares foram criadas no Vale do Caí: Santa Maria da Soledade (São Vendelino), Pareci, Brochier, Piedade e São Salvador.
Em meados do século XIX, a atual cidade de Montenegro era um simples vilarejo conhecido pelo nome de Porto das Laranjeiras. Foi na década de 50 daquele século que o povoamento começou a assumir o aspecto de uma vila e, para isto, muito contribuiu a vinda de imigrantes alemães e filhos de colonos das Colônias Velhas.
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