terça-feira, 18 de agosto de 2009

169 - Depois dos alemães, os italianos

A colonização alemã havia se mostrado um grande sucesso, ajudando a consolidar o domínio brasileiro sobre o território gaúcho antes contestado pelos castelhanos e, principalmente, gerando grande desenvolvimento econômico na província mais meridional do império. Dom Pedro II resolveu, então, repetir a bem sucedida iniciativa de seu pai, Pedro I, promovendo a vinda de mais uma leva de colonos europeus - desta vez italianos - para ocupar a região serrana do Rio Grande do Sul. Território que ainda permanecia terra de ninguém, habitada apenas pelas tribos de indígenas nômades.
A Itália vivia uma fase de grande crise econômica e social e milhares de pessoas se dispuseram a imigrar, atraídas pelos incentivos oferecidos pelo governo. Chegando até Porto Alegre, os colonos eram encaminhados para as novas colônias criadas na Serra numa viagem muito difícil. Ela começava pelo rio Caí, sendo os imigrantes levados de barco até o porto de Montenegro ou de São Sebastião do Caí. Em Montenegro desembarcavam os imigrantes que se destinavam às colônias de Conde D’Eu (atual Garibaldi) e Princeza Izabel (hoje Bento Gonçalves). Passavam por São Sebastião do Caí aqueles cujo destino era a Colônia Caxias, que veio a transformar-se na atual cidade de Caxias do Sul. A imigração intensa de italianos começou no ano de 1875.
De Montenegro, os colonos eram levados, por estrada, até a região dos atuais municípios de Garibaldi e Bento Gonçalves, onde recebiam seus lotes de terra. Mas o caminho que existia para chegar até lá não podia ser chamado de estrada. Era, na verdade, uma picada. O governo imperial determinou, então, que fosse aberta uma estrada para facilitar a comunicação entre o porto de Montenegro e a região colonial italiana. Deu-se a esta estrada o nome de Buarque de Macedo, em homenagem a uma ilustre personalidade do Império: o pernambucano Manuel Buarque de Macedo, que foi engenheiro e político. Nascido no Recife em 1837 ele foi Ministro de Obras Públicas e morreu precocemente em 1881. Como Ministro, no Rio de Janeiro, foi chefe do escritor Machado de Assis. Partindo de Montenegro, a estrada passava pelos atuais municípios de São José do Sul, Salvador do Sul, São Pedro da Serra e Barão. Depois passava por Garibaldi e Bento Gonçalves e se estendia por Veranópolis, Nova Prata e Lagoa Vermelha.

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