sábado, 12 de setembro de 2009

390 - Imigração ilumina a igreja

Causa impressão o fato de que desde 1912, quando Dom João Becker assumiu o comando da igreja no estado, todos os bispos gaúchos foram descendentes de imigrantes. A comunidade lusobrasileira do Rio Grande do Sul, portanto, ainda não produziu um bispo que chegasse ao comando da igreja no estado.
Isto se explica pelo pequeno contingente populacional do estado no passado e também pela precária condução que a Igreja Católica pôde dar às suas paróquias nos anos iniciais da colonização. É claro que o bispo do Rio de Janeiro, naquela época de comunicações difíceis, não poderia zelar muito bem pela condução do seu rebanho gaúcho. E este distanciamento da administração eclesiástica perdurou até o ano de 1848, quando foi criada a primeira Diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul.
E as conseqüências deste distanciamento foram extremamente maléficas pois, conforme diz o padre Arthur Rabuske, “por volta de 1850 e ainda mais tarde a situação religiosa da igreja no Rio Grande do Sul era horrível no seio da população luso-brasileira ou tipicamente gaúcha.” Havia, inclusive, uma brutal falta de sacerdotes. O fato de existirem na província muitas localidades com denominação de santos (Santo Antônio da Patrulha, Santa Maria, São Sebastião do Caí etc), fez com que se popularizasse a observação de que a província era uma terra de muitos santos e poucos padres.
E foi neste ambiente adverso que os imigrantes alemães, chegados a partir de 1824, tiveram de exercer a sua reliogiosidade. Os católicos alemães careciam quase totalmente de assistência da igreja, já que os poucos padres que por aqui haviam não sabiam falar alemão. E os colonos não falavam o português. Os

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