sábado, 24 de outubro de 2009

481 - O grande construtor

O quinto padre estabelecido em Bom Princípio foi o jesuíta Rudgero Stenmanns, que exerceu o comando da paróquia de 1893 a 1906 e teve grande importância para o progresso de Bom Princípio. Ele era muito dinâmico e logo se aplicou em melhorar as condições do templo. Nomeou uma comissão para esta finalidade e os resultados não custaram a aparecer. No mesmo ano a igreja matriz foi ampliada, sendo construída a nave central que existe até hoje. O padre jesuíta Franz Schleipen foi o responsável pela obra, ficando a construção da mesma a cargo do mestre de obras Peter Scherer, um imigrante que era o pai do cardeal Dom Vicente Scherer.
Em 1894 foi construída a grande torre com 40 metros de altura que teve o custo de 16 contos de réis. Cerca de cem homens, membros da comunidade, trabalharam em mutirão para erguer a grande obra. Três imagens de santos foram importadas de Munique, na Alemanha, e os vidros das janelas, vindos da Boêmia foram também instalados. Em 1895, foi construído o belíssimo púlpito. Em 96 foram instalados os três sinos, também importados da Alemanha (da empresa Massol & Hansen, de Saaburg, ao custo de oito contos de réis).
Tais melhoramentos foram tão notáveis e excepcionais que, no dia 30 de janeiro de 1898, a igreja matriz foi sagrada, passando a ter por padroeira Nossa Senhora da Purificação. Em todo o Rio Grande do Sul, a igreja de Bom Princípio foi a primeira a receber a honra de ser sagrada solenemente. Foi o próprio bispo Dom Cláudio José Ponce de Leão, assistido por oito sacerdotes, dois diáconos e trinta seminaristas, que procedeu à sagração. No Brasil inteiro só existiam quatro igrejas que, até então, haviam recebido a mesma distinção.
No dia 28 de setembro de 1902 foi rezada a missa solene pela sagração do padre Miguel Junges. O primeiro padre nascido em Bom Princípio.
E em fevereiro de 1905 a igreja foi novamente ampliada, ganhando a forma de cruz, e no ano seguinte já contava com a estrutura que tem atualmente. Mas em 1913, a torre foi destruída e substituída por uma nova, com 42 metros de altura.
O padre Stenmanns, além de haver comandado as maiores obras de construção da magnífica igreja de Bom Princípio, foi um dos principais responsáveis pela vinda dos Irmãos Maristas franceses que estabeleceram em Bom Princípio a primeira escola marista do sul do Brasil.
Apesar de ter feito tanto pelo engrandecimento da igreja em Bom Princípio, o padre Stenmanns enfrentava sérios problemas de saúde. Em janeiro de 1893 ele quase morreu de tifo (doença que, juntamente com a gripe, causava muitas mortes naquela época). No dia 9 de dezembro de 1906 ele sentiu-se mal e foi levado a São Leopoldo para receber cuidados médicos. Não voltou mais à sua paróquia pois morreu naquela cidade, em fevereiro de 1907, nove meses depois de concluir a ampliação da igreja matriz. Ele morreu em conseqüência de uma “hérnia prejudicada”.

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