sábado, 24 de outubro de 2009

478 - Dom João Becker

O Rio Grande do Sul só começou a ser colonizado no século XVIII. Ainda no século XIX a província era muito pouco povoado e suas instituições ainda eram muito precárias. Havia grande falta de padres e, até o meio do século não existia um seminário. Esta carência de sacerdotes só começou a ser suprida depois que vieram para o Brasil os padres jesuítas que haviam sido expulsos da Alemanha.
É notável considerar que em muito pouco tempo a grave carência de bons sacerdotes gaúchos foi superada e, no século XX, o estado tornou-se um grande celeiro de vocações sacerdotais e passou a abastecer a igreja brasileira com notáveis autoridades eclesiásticas. Este fenômeno foi motivado, sem dúvida alguma, pela imigração alemã. E o seu fulcro central ocorreu no Vale do Caí. Desta região saíram os primeiros bispos gaúchos.
O quarto bispo gaúcho, primeiro formado no Rio Grande do Sul, foi Dom João Becker. Ele nasceu na Alemanha, na cidade de São Vendelino (Sankt Wendel), em 24 de fevereiro de 1870. Quando tinha oito anos sua família imigrou para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente em São Vendelino. Em 1888 seu pai, também chamado João Becker, assumiu o cargo de primeiro professor da escola paroquial de Harmonia e foi por esta mesma época que o jovem João Becker ingressou no Colégio Nossa Senhora da Conceição, dos padres jesuítas, em São Leopoldo.
Dom João Becker assumiu a arquidiocese em 1912 e exerceu um longo mandato, comandando os destinos da igreja gaúcha até falecer, em 1946. Sucederam-no, Dom Vicente Scherer, no mesmo ano de 1946, e Dom Cláudio Colling, em 1981. Ambos nascidos no estado e de origem alemã. Dom Vicente, em Santa Terezinha, Bom Princípio, e Dom Cláudio, em Harmonia. Depois destes três arcebispos de origem germânica, o arcebispado foi exercido por Dom Altamiro Rossatto, em 1991, que era de origem italiana. Dom Dadeus Grins, que exerce a função desde o ano 2.000, também é natural de um município do Vale do Caí: Nova Petrópolis.

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