sábado, 5 de dezembro de 2009

737 - Novo destino para as terras da feitoria



Antes de ser o berço da colonização alemã, a Feitoria do Linho Cânhamo  foi uma fazenda governamental destinada ao cultivo do Linho Cânhamo (nome antigo da canabis sativa)

Diante da incapacidade do administrador Morais de fazer a Feitoria produzir decentemente, ele foi demitido e, em seu lugar, assumiu o severo padre Antônio Gonçalves da Cruz. Com muito esforço, exigindo o máximo dos trabalhadores, ele conseguiu - no primeiro ano - uma colheita de 2.100 quilos de linho. Com o tempo, o padre desanimou da produção do cânhamo e voltou a atividade da feitoria para a criação de gado. Assim conseguiu fazer com que ela prosperasse, produzindo grandes quantidades de couro, sebo e graxa, com o que tornou a feitoria lucrativa.
Em 1815, depois de 14 anos de trabalho enérgico no qual tantas vezes recorreu a castigos atróses aplicados nos negros, o padre foi vítima de um deles que, desesperado ante a iminência de um castigo, assassinou o padre com uma faca. Para substituir o Padre Cruz, veio o Tenente José Manuel Antunes Frota, que administrou a feitoria de janeiro de 1816 até a sua morte, em 1820. Na sua administração o empreendimento foi à ruína. Quando alguns anos depois o governo do imperador Dom Pedro I resolveu extinguir a feitoria, haviam ainda nela 321 escravos. E outros 334 já haviam sido remetidos para o Rio de Janeiro anteriormente. Estes números dão uma idéia da grandeza deste malfadado empreendimento estatal. O governo não poupou investimentos na sua tentativa de produzir o linho cânhamo.
Ao extinguir a feitoria, Dom Pedro tinha já o propósito de destinar as suas terras para um outro projeto estratégico. A fazenda foi dividida em lotes que foram doados para imigrantes alemães. A terra foi dividida em 160 lotes e ali se instalaram as primeiras famílias de colonos alemães chegados ao Rio Grande do Sul no ano de 1824. Eles chegaram às terras da Feitoria no dia 25 de julho, no porto da fazenda, no local onde hoje se encontra o Monumento ao Imigrante, na praça próxima à atual estação rodoviária da cidade de São Leopoldo.

Um comentário:

  1. Interessante lembra que os imigrantes, em seus primeiros dias nas terras da Feitoria, ficaram alojados na antiga senzala e não na "casa do imigrante" que lá exite até hoje.

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