domingo, 6 de dezembro de 2009

740 - A Real Feitoria

Pelo ano de 1979, o coordenador deste blog, Renato Klein, começou a interessar-se pela história do seu município e da sua região. Era muito difícil encontrar alguma informação a respeito. A única obra recente editada sobre o assunto era Montenegro de Ontem e de Hoje. Nela se destaca a contribuição de Antônio Carlos Fenandes Rosa, com a sua História de Montenegro. Outra obra importante que, embora não tratasse especificamente sobre a história do Vale do Caí, mas serviu muito para orientar as pesquisas do, então, jovem historiador, foi O Biênio 1824/25 da Imigração e Colonização Alemã no Rio Grande do Sul, de Carlos Henrique Hunsche.
Estimulado pelos ensinamentos destes grandes mestres, Klein começou a ler, ouvir, anotar, reunindo o material que, hoje, é utilizado na elaboração de textos para este blog.
Ainda no início destas pesquisas, por volta do ano de 1980, o pesquisador principiante deparou-se, muitas vezes, com referências feitas à Real Feitoria do Linho Cânhamo. Como todas as pessoas que conhecem a história da imigração alemã para o Rio Grande do Sul já sabiam, a Real Feitoria era uma fazenda pertencente à coroa portuguesa que, tendo sido desativada, teve suas terras aproveitada para a instalação dos colonos alemães atraídos pelo governo imperial brasileiro a partir do ano de 1824. Ela situava-se onde hoje se encontram a cidade de São Leopoldo e seus arredores e foi o berço da colonização alemã no Estado. Pode se dizer que o fracasso deste empreendimento governamental foi importante para que estas terras se tornassem disponíveis para a fixação dos colonos naquele local.
Em dado momento da nossa pesquisa tivemos a curiosidade despertada para um aspecto. O que seria este tal de Linho Cânhamo, produto que motivara a criação da feitoria ? Quanto a isto, as informações encontradas nos livros que tratam do assunto eram poucas. Constava apenas que o linho cânhamo servia ao fabrico de cordoaria para as embarcações. Como naquela época os navios militares eram veleiros que precisavam muito de cordas e do tecido das velas, entende-se que importância que tinha para o governo a produção do linho cânhamo, usado para a confecção destes produtos tão necessários para a navegação.
Mas uma questão intrigou o jovem pesquisador:
Que planta é este tal de linho cânhamo. Será uma variedade do linho ou do cânhamo?
Nenhum dos livros consultados esclarecia esta questão.
Ao resolver buscar a resposta para esta pergunta, Renato Klein fez uma descoberta impressionante. Um caso típico de sorte de principiante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário