domingo, 22 de agosto de 2010

939 - Briga de guri, com Mauro Coelho

Quando jovem, Mauro Coelho foi o melhor jogador do futebol caiense. Tornou-se profissional, jogando principalmente no Cruzeiro, de Porto Alegre, onde era chamado de Barrilzinho de Pólvora

O futebol também era uma importante diversão pelos anos 40 e 50. Quando Bernardo era adolescente e ainda trabalhava com a família Erich, costumava assistir aos jogos que aconteciam no campo do Riachuelo. Ele tratava de fazer bem cedo a entrega do leite para poder estar pronto na hora do jogo. E ia até o campo a cavalo, para poder assistir o jogo por cima da cerca, sem pagar ingresso. Pelo ano de 1950 ele estava assistindo o jogo quando Mauro Coelho (ainda guri, um pouco mais novo do que Bernardo) teve um pequeno desentendimento com ele. Mauro vendia doces na rua e também nos jogos de futebol. Certa vez, ao tentar passar pelo local onde Bernardo estava assistindo o jogo, montado numa égua, Mauro deu um pontapé no animal, que respondeu aplicando um coice no balaio levado por Mauro, espalhando os doces pelo chão.
Naquela época, devido às dificuldades do transporte, cidades como o Caí tinham suas fábricas de cerveja e de refrigerantes. Na Vila Rica, José Taglieber tinha sua fábrica de gasosa e guaraná e Hélio Coelho fabricava cerveja no local onde hoje funciona o Tchê Lanches, também na Vila Rica.
Hélio Coelho foi tio de Mauro Coelho, grande jogador de futebol que jogou com destaque em equipes profissionais de Porto Alegre, como o Renner e o Internacional. Mauro, por sua vez, foi o pai de Paulo Sérgio (Piava) e Mauro (Maurinho) Coelho. Os irmãos Coelho eram comerciantes fortes no Caí. Álvaro Coelho estava estabelecido na esquina em frente à fábrica Leitz e o Miruca (que era pai do grande jogador de futebol Mauro Coelho e avô do vereador Piava) tinha o seu perto da atual Padaria Navegantes. Mário Coelho tinha fábrica de gasosa no centro, no mesmo local em que depois seu neto Vando Coelho fez sucesso com a casa noturna Bar & Bar.
Era difícil alguém ir à Festa de São Sebastião e não arranjar namorada. Também conhecido como Festa da Igreja, ou Festa de Janeiro, este evento serviu para “arrumar” incontáveis casamentos no Caí e região. Lá se encontrava tamanco para todo tipo de pé. Ou seja. Cada um tinha condições de encontrar alguém com o qual se entendesse bem. As gurias economizavam durante o ano para que, no dia da festa, pudessem se apresentar bem, com sapato e vestido novo. E os rapazes faziam o mesmo para ir à festa com dinheiro suficiente para pagar uma gasosa. E até uma a mais, se fosse necessário.

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