O desenvolvimento inicial de Nova Petrópolis foi anterior ao de São Sebastião do Caí, do qual tornou-se distrito em 1875 |
O site RS Virtual divulgou o seguinte texto sobre o início da colonização de Nova Petrópolis:
Corria o ano de 1845. Após muitas negociações finalmente silenciaram os canhões nas coxilhas gaúchas com o fim da Revolução Farroupilha. O seu troar e os gritos de guerra dos combatentes foi substituído pelos cânticos das carretas e pelo barulho das tropeadas.
O Rio Grande aguardava ansioso um novo despertar.
A guerra fratricida havia interrompido os planos ambiciosos do Império Brasileiro. A imigração européia estancara por 10 anos! Os sonhos da imperatriz Dona Leopoldina de Habsburg haviam se mostrado viáveis, e um novo império, nos moldes europeus, começava a surgir na América.
A deficitária "Imperial Feitoria do Linho e Cânhamo" dava lugar à "Colônia de São Leopoldo" que, em pouco tempo, superava a todas as expectativas. Os imigrantes correspondiam ao que deles se esperava: as vilas e comunidades rurais prosperavam, as colônias floresciam em toda a parte e uma geração forte e decidida começava a se impor nas terras gaúchas.
A Revolução Farroupilha havia interrompido todo esse fluxo, mas a "Paz de Poncho Verde" oferecia ocasião para reativá-lo. Para tanto até as leis foram modificadas e as decisões descentralizadas. As províncias do Império foram autorizadas a implantar projetos de imigração e colonização.
Novos empreendimentos foram surgindo, e entre eles a "Colônia Provincial de Nova Petrópolis", criada em 7 de setembro de 1858, no extremo norte da "Colônia Alemã de São Leopoldo".
As terras em questão, pertencentes à encosta nordeste da serra gaúcha apresentavam-se bastante acidentadas, com vales profundos em alguns lugares e extensas várzeas em outros. As encostas íngremes contornando os planaltos e os morros de formas caprichosas lembravam a terra natal dos imigrantes. A densa cobertura vegetal da região, sua abundância em araucárias e outras madeiras de lei fazia antever a fertilidade do solo. Os rios Caí e Cadeia, servindo como vias de escoamento da produção, poderiam viabilizar economicamente a exploração e a produção agrícola.
Mas a encosta da serra gaúcha também tinha sua importância estratégica. Sua ocupação poderia integrar definitivamente as ricas "Vacarias de Cima da Serra" aos mercados da região metropolitana. Das estâncias serranas as grandes manadas seriam tropeadas através da nova colônia, e os comboios de muares, com suas bruacas carregadas com queijos serranos, maçãs e outros produtos locais, poderiam descer tranquilamente as encostas da Serra e encontrar mercados certos no sul.
A "Colônia Provincial de Nova Petrópolis" foi cuidadosamente planejada. Suas terras foram divididas em lotes, as "colônias", com aproximadamente 50 hectares, distribuídas ao longo de "Linhas" e "Picadas". Estas apresentavam um traçado especial de modo a favorecer a todos os lotes na qualidade das terras, aguadas, etc. De 10 em 10 quilômetros criaram-se pequenos núcleos coloniais cuja função era dar apoio ao "hinterland". No centro implantou-se o "Stadtplatz", a sede colonial, hoje cidade de Nova Petrópolis.
As indagações feitas quanto às origens do nome da Colônia levam à conclusão de que se tratava de uma homenagem ao jovem imperador D. Pedro II, cuja popularidade era muito grande naquela época. "Petrópolis = Cidade de Pedro" e "Nova Petrópolis" foi uma analogia à cidade imperial de "Petrópolis", no Rio de Janeiro, cuja topografia é semelhante à da nova colônia.
A tradição local refere-se a uma hipotética viagem de D. Pedro II à região e a seu deslumbramento pelas belezas das paisag ens locais.
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