quarta-feira, 31 de agosto de 2011

1236 - Comunidade caiense se mobiliza para resolver o problema das enchentes


Grande público compareceu ao Centro de Cultura, para participar da busca de uma solução para o problemas das enchentes
A noite do dia 29 de agosto de 2011, uma segunda feira, pode ter sido histórica para São Sebastião do Caí. Pode.
Mas pode ser também que ela não passe de uma mera ilusão. Um primeiro passo foi dado na busca de solução para o problema das grandes enchentes, que aflige grande parte da população caiense. 
Uma reunião foi realizada, às seis e meia da tarde, na prefeitura municipal, com a presença de   técnicos e políticos importantes. Inclusive o secretário de obras do estado, Luiz Carlos Busato. Estavam presentes, também os deputados Assis Melo, do PC do B e representantes da deputada Manuela D’Ávila e do deputado Alexandre Roso e vários prefeitos do Vale do Caí: Oregino Francisco, do Pareci Novo; César Assmann, de Feliz; Marli Weissheimer, de São Vendelino e Wilson Capaverde, de Capela de Santana, além  de representantes dos prefeitos de Montenegro e Bom Princípio. O senador Paulo Paim foi represetando pelo seu asssessor Santos Fagundes, que é caiense. Informado sobre o desenrolar do evento, o senador manifestou grande interesse em colaborar para o desenvolvimento do projeto.
Entre os técnicos, destacou-se o engenheiro Henrique Wittler, que falou com grande autoridade e objetividade. Ele foi o principal responsável pelas obras de conteção das cheias em São Leopoldo. Uma cidade que era atormentada por grandes enchentes e livrou-se completamente delas. O engenheiro falou com a autoridade de quem já enfrentou e solucionou um problema semelhante ao do Caí. Na verdade, um problema muito maor e mais difícil de ser resolvido. 
Ele deu boas notícias, confirmando a viabilidade  da construção do dique que vem sendo defendido, há mais de vinte anos, pelo caiense Frederico Kayser. Também presente à reunião, Frederico sentiu-se muito gratificado com o apoio dado à sua idéia de cuja viabilidade muitos duvidavam.
O engenheiro Wittler afirmou, inclusive, que a obra do dique teria muito pouca influência sobre o nível da enchente na localidade de Matiel, situada no outro lado do rio. Uma preocupação de todos que pensam nesta obra.
Porém, tanto Wittler quanto Kayser concordam que a obra não deve ser realizada sem um estudo técnico profundo para avaliar possíveis efeitos negativos do dique caienses sobre as enchentes. É preciso evitar que uma obra feita em benefício de uma comunidade cause prejuisos a outras.
Este é um ponto de concordância entre técnicos e políticos. Apesar, de haver nisso um defeito grave: um estudo assim é demorado. O que é frustrante para os moradores das áreas atingidas pela enchente.
Quem sofre diretamente os problemas da enchente, quer soluções  “para ontem”. Por isso, os mais de 300 caienses que preencheram as instalações do Centro de Cultura, na apresentação pública ocorrida logo após o debate técnico, ficaram encantados com as palavras do engenheiro Wittler. Ele foi objetivo, claro e simples, mostrando que o problema das enchentes no Caí pode ser solucionado de forma relativamente fácil e nem tão cara: algo em torno de 12 milhões de reais.
Segundo levantamento feito pela prefeitura, e aceito pelo governo federal, somente a última grande enchente, em julho deste ano, causou prejuízos acima de R$ 60 milhões. Portanto, solucionar este problema para sempre, gastando apenas R$ 12 milhões, é uma verdadeira pechincha.
Outro ponto de concordância entre todos os participantes da reunião técnica foi o de que o estudo a ser realizado visando o controle das cheias deve abranger todos os municípios do Vale.
Na noite de segunda-feira, comparecendo em grande número ao Centro de Cultura, a população ajudou a fazer história. Se for dado continuidade ao esforço realizado na última segunda-feira, o Caí tem grande chance de ver-se livre do problema que o atinge desde sempre.  E que, ultimamente, vem se agravando.
O jovem professor da UFRGS, Guilherme Oliveira e o presidente do Comitê Caí, Sebastião Corrêa, também participaram da reunião técnica e da apresentação pública, trazendo contribuições importantes para o projeto.
Foi marcante, na apresentação pública, o pronunciamento do deputado Jurandir Maciel, de Canoas, contando como mudou a fisionomia dos bairros da sua cidade  depois deles se verem livres das enchentes (graças a um dique). O mesmo, certamente, vai acontecer no Caí, se a obra for concretizada.
Segunda-feira foi um dia a ser registrado: 20 de agosto de 2011. Tomara que ele seja lembrado, no futuro, como o dia em que se iniciou a conquista de uma grande mudança para a cidade e a região.
O prefeito Darci Lauermann agradeceu a grande participação do povo, que vai ajudar muito na sensibilização das autoridades de governo, às quais o município terá de apelar para a realização de obras de tal vulto.  Só o custo de um projeto, envolvendo toda a bacia do rio, poderá custar 5 milhões de reais. Portanto, é ilusão esperar que o problema das enchentes possa ser resolvido em pouco tempo.

Um comentário:

  1. Sr. Renato, minhas sugestões são, tirar 2 metros de profundidade do rio Caí e reflorestar toda margem, deste sua nascente, afastar a população da beira. Temos muita coversa fiada e dinheiro público sujeitos a desvios.

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