segunda-feira, 2 de abril de 2012

1344 - Passo Selbach

A extração de cascalho do rio modificou o cenário do antigo Passo Selbach
Junto ao Passo Selbach, um pequeno desfiladeiro é preservado, como lembrança dos tempos coloniais
Um caminhão passa apertado pelo desfiladeiro

Junto ao Passo Selbach o rio Caí ainda preserva o seu aspecto normal e tranquilo

Acesso ao Passo Selbach: por esse caminho passava a riqueza da região
Antigamente não existiam pontes nos rios e as pessoas tinham de atravessar o rio a vau, ou seja, entrando n´água, seja a pé ou a cavalo. No rio Caí, a primeira ponte construída foi a ponte de ferro, junto à cidade de Feliz, em 1900.
Os passos eram lugares nos quais o rio era menos fundo e mais fácil de atravessar. Existiram vários passos no rio Caí e esses lugares se tornaram importantes, pois para lá convergiam as picadas e, depois, as estradas. Tropeiros de gado e outros viajantes passavam pelos passos. E, quando o rio estava mais cheio (devido às chuvas), ali eles tinham de acampar, esperando o rio baixar e dar condições para a travessia. Por isso, nos passos costumava surgir algum estabelecimento comercial. E junto a eles formavam-se povoações que, com o tempo se tornaram cidades.
Assim foi com o Passo Selbach, que fica próximo à cidade de Bom Princípio.
Antes de ser construída a ponte da RS-122, era pelo Passo Selbach que os cavaleiros e pedestres, carretas, automóveis e ônibus atravessavam o rio Caí. Com o tempo foi colocada ali uma barca, que facilitava as travessias e ela existiu até a construção da ponte, na década de 1960.
O Passo Selbach ainda existe, embora não seja mais utilizado para travessias. Ele fica bem próximo da cidade de Bom Princípio, a jusante. Ou seja: rio abaixo.
No caminho que liga a cidade de Bom Princípio ao antigo passo, existe um pequeno desfiladeiro no qual os veículos passam entre duas paredes altas e muito próximas.
É perseptível que não se trata de uma formação natural. Pessoas antigas contam que aquela formação surgiu da passagem secular de carretas que, com suas rodas foram escavando local.
Na década de 1980 a prefeitura de Bom Princípio tentou alargar o caminho, para permitir que dois veículos pudessem se cruzar dentro do desfiladeiro. Mas ela foi impedida de continuar no seu intento. Prevaleceu o interesse histórico de preservação daquela relíquia, apesar do inconveniente que ela representa para o trânsito de veículos.

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