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| Força militar desfila pelo centro de Montenegro, em 1941 |
Seria a Guarda Municipal?
Resposta na postagem 2271.
Essa corporação, mantida pela prefeitura com apoio financeiro do governo estadual, teve seu quartel num grande prédio construído na década de 1920, em frente ao prédio da prefeitura (na rua João Pessoa).
A professora Talia Teresinha Frank, no livro Montenegro Ontem & Hoje, edição de 1982, fala sobre a guarda como era na década de 1910. Ela reproduzia matéria publicada no jornal O Progresso em 8 de novembro de 1958.
"Cada soldado portava um trabuco e enorme espada, cujo tamanho lhe embaraçava os movientos." Algo assim aparece nos apetrechos dos militares da foto.
"Além disso o tinido dessas durindanas era ouvido de longe, denunciando a aproximação da patrulha. De modo que os malandros que tinham contas a acertar com a polícia, quando ouviam tal tinido, punham-se em fuga. As vezes a patrulha andava a cavalo, percorrendo as ruas da cidade e arredores. Outras vezes, davam serviço a pé."
Esse trecho também aponta semelhança entre a descrição da Guarda Municipal e a corporação que é vista nesse desfile.
"Ao tempo, a cidade não tinha vida noturna. O cinema funcionava aos sábados e domingos somente. De vez em quando, algum circo de cavalinhos ou grupos dramáticos visitavam a cidade, funcionando, então, em dias de semana. O passatempo principal da população, nas longas noites de inverno, era o jogo de víspora, a 200 réis o cartão, havendo jogadores mais afoutos que arriscavam 500 e mil réis de cada vez. À meia-noite, era servido aos apostadores e "perus" (assim chamados os que não tinham dinheiro para jogar), café com pão e manteiga.
Os elementos da patrulha, depois de visitarem os seus setores, iam descansar nas casas de víspora, onde arriscavam alguns níqueis e filavam o café...
"Entretanto, a monotonia do serviço de policiamento era às vezes interrompida, altas horas da noite, por tiroteios, obrigando os agentes da segurança pública a estafantes corridas para averiguarem o que havia e prenderem os perturbadores da ordem. Mas, quando chegavam ao local, não encontravam nem o rastro dos malandros. Horas depois, outro tiroteio se fazia ouvir em outra zona da cidade, obrigando os guardas municipais a acudir imediatamente.Nada, porém, encontravam de anormal: apenas o silêncio... É que diversos rapazes, mesmo da melhor sociedade, divertiam-se em trotear os coitados dos mantenedores da ordem. Assim é que um grupo desses irresponsáveis dirigia-se para as proximidades da estação ferroviária, enquanto outro tomava o rumo do cais do porto. E assim se revesavam no tiroteio: quando a polícia corria para uma zona, irrompia outro tiroteio em outra zona.... No entanto, se um dia fossem pilhados esses gaiatos, ficariam com a pele marcada, a pranchadas... Mas continuaram a massacrar os pobres agentes da lei, sem que nada lhes acontecesse..."
Foto do acervo de Romélio Oliveira

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