quarta-feira, 7 de agosto de 2013

2481 - RS-470 será federalizada


O que até pouco tempo não passava de um sonho alimentado pela Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra) e pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (AMESNE) e que recebeu a adesão de gestores municipais do Vale do Caí passou a ser realidade. Na última sexta-feira, dia 2, o Ministério dos Transportes confirmou, através da publicação de uma portaria no Diário Oficial da União, a autorização para a federalização da RSC-470, que passará a ser, portanto, uma BR. 

Para que o processo seja concluído, será necessária, ainda, a assinatura de um termo de transferência de patrimônio entre o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). No total, 238,3 quilômetros da estrada serão incorporados à rede rodoviária da União.

Entre os diversos trechos da estrada que ficarão sob supervisão do Governo Federal, está o que passa pelos municípios de Montenegro, São José do Sul, Salvador do Sul, São Pedro da Serra e Barão. Na segunda quinzena de julho, em visita ao Estado, o ministro dos Transportes, César Borges, havia confirmado ao governador Tarso Genro (PT) e ao deputado estadual Ronaldo Santini (PTB), um dos principais defensores da causa, a intenção de acelerar o andamento do processo, que havia sido deflagrado em 2011.

“A federalização da RSC-470 é fundamental para assegurar recursos para melhorias na infraestrutura da Serra. A região responde por boa parte do PIB gaúcho e necessitava, há tempo, desse investimento. É uma grande satisfação saber que a luta de anos tornou-se realidade”, destacou o deputado. Ainda conforme o parlamentar, enquanto estiver sendo realizada a implantação efetiva da BR, a manutenção da estrada será feita pelo Governo do Estado. 

A bancada gaúcha em Brasília também teve forte atuação para o andamento do processo, com a realização de uma série de audiências com representantes do Ministério dos Transportes e das entidades e lideranças políticas locais que defendiam a mudança da gestão da rodovia.

Uma BR na origem
Projetada, originalmente, como estrada federal para ligar Navegantes (SC) a Camaquã (RS), a 470 sequer existe na sua parte final, a partir de Arroio dos Ratos. Ela teve um trecho de 355 quilômetros estadualizado na década de 1970.

A falta de investimentos na manutenção e em melhorias na estrada tornou o trânsito ainda mais perigoso ao longo do seu sinuoso trajeto. As queixas mais comuns dos usuários estão nas falhas da pavimentação e nas faltas de terceiras pistas e de sinalização adequada para auxiliar durante as frequentes neblinas. A expectativa é de que alguns dos trechos mais movimentados sejam duplicados. 

A partir da federalização, que deverá ser feita em etapas, será possível incluir a 470 na lista de investimentos oriundos de emendas parlamentares e nos projetos de infraestrutura da União. Além da redução do número de acidentes na estrada, a iniciativa busca contribuir com o desenvolvimento econômico da região, estimulando o crescimento das empresas e facilitando o escoamento da produção.

Matéria de Cleo Meurer publicada no jornal Fato Novo em 7 de agosto de 2013

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