quinta-feira, 19 de setembro de 2013

2740 - Jacob Renner, o pai de A J

A. J. Renner viveu sua infância em Montenegro e cedo trabalhava
na refinaria de banha de seu pai: Jacob Renner
Este foi o caso do casal Jacob Renner e Clara Fetter, que se fixaram no Alto da
Feliz por volta de 1882. Abriram no pacato vilarejo uma padaria, que, segundo contam,
ficou conhecida por suas saborosas rosquinhas. Jacob nascera em Bom Jardim, município de São Leopoldo. Seu pai era agricultor, como tantos outros. Complementava a
renda familiar comercializando e consertando máquinas de costura, ou vendendo instrumentos musicais. Naqueles tempos, trabalhava-se muito e começava-se cedo. Aos
quatorze anos, o jovem Jacob, depois de familiarizado com as primeiras letras, internou-se na Picada 48. Nas oficinas da região aprendeu o ofício de construtor de moinhos e rodas d’água.
Aos 24 anos contraiu matrimônio com Clara Fetter, filha de um capitão do
Exército Imperial, que de voluntário na Guerra dos Farrapos, terminara galgando o
oficialato. O “Doutor dos Moinhos”, como ficara conhecido, conheceu sua esposa ao
ser contratado pelo veterano para instalar um equipamento de moagem em seu pequeno sítio. Enamoraram-se, provavelmente ouvindo, ao pé do fogão à lenha, as histórias
das gloriosas campanhas, ou da guerra contra os bugres da Serra, que resistiam à
penetração dos imigrantes.
Na localidade de Santa Catarina da Feliz, nasceu assim, em 7 de maio de 1884,
Anton Jacob Renner. O jovem casal, entretanto, não se deixou ficar por muito tempo.
Dois anos mais tarde, mudou-se para Montenegro, vila que crescera em torno do
primitivo Porto dos Azevedo, também às margens do Rio Caí. Jacob associou-se ali à
serraria de um cunhado, negócio que prosperava na esteira do ritmo constante de
derrubada das matas. Pouco depois, adquiriu a quota do parente, tornando-se proprietário único. Em 1894, investiu na implantação de uma pequena refinaria de banha.
Montenegro concentrava por esta época a maior criação de suínos do País. A
suinocultura foi aos poucos dando origem à inúmeras pequenas indústrias, que se
converteram em uma das alavancas da acumulação capitalista no Rio Grande do Sul. A
empresa de Jacob Renner desabrochava com a República, proclamada em novembro
de 1889, beneficiando-se da nova disponibilidade de capitais, produzida pelo programa financeiro do Ministro Rui Barbosa, e das tarifas protecionistas. Em 1907, o núcleo
inicial, contando apenas oito funcionários, foi ampliado com a instalação de um matadouro próprio. Em 1912, deu origem à primeira câmara frigorífica do Estado.
O menino A. J. Renner freqüentou em Montenegro a escola pública primária,
dando continuidade aos estudos nos estabelecimentos paroquiais particulares. Alfabetizou-se ao mesmo tempo em português e alemão. Tal qual o pai, foi cedo para a lida.
Aos 12 anos, já ajudava nas oficinas da refinaria de banha paterna. Dois anos mais
tarde, seguiu para Porto Alegre, com objetivo de aprimorar sua formação. Acalentava
o desejo de estudar engenharia, mas tal investimento era inacessível a uma família da
região colonial com dez filhos. Procurou, assim, encontrar um posto de aprendiz em
uma fábrica ou loja.

Texto extraído de A J Renner, Discursos e Artigos
edição da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
coordenação de Gunter Axt

Ampla biografia de A. J. Renner pode ser encontrada no endereço
http://www2.al.rs.gov.br/biblioteca/LinkClick.aspx?fileticket=2XQW0SJIYcU%3D&tabid=3101&language=pt-BR


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