domingo, 24 de novembro de 2013

3114 - Trinta anos atrás 1

Edição n° 65, de 10 de novembro a 16 de novembro de 1983



"Eu matei minha filha"
Como pode uma mãe matar sua primeira e única filha?
Parece incrível, mas o fato foi notícia na semana passada e até agora as pessoas buscam respostas para entender o ocorrido.
A vítima foi um bebê recém-nascida cuja mãe, desejando que ela morresse abandonou-a num mato a uma distância suficiente da estrada para que ninguém ouvisse o choro.
Mesmo sabendo-se que esta mulher é pobre e solteira, o fato deixou a todos abismados, pois cada um se pergunta: por que ela não deixou sua filha então diante da porta de uma casa, onde ela poderia ser encontrada e criada por uma família em melhores condições?
O Fato Novo foi até a localidade de São José do Maratá entrevistar a jovem de 25 anos Maria (nome fictício)
Maria mora com a mãe numa casa velha de madeira sem pintura. Os utensílios, no interior da casa são dos mais grosseiros. O pai dela morreu há seis anos e a mãe, pessoa doente, franzinha, vive duma pensão de Cr$ 17.000,00. Maria tem várias irmãs, todas casadas e morando em outras cidades. Três irmãos solteiros vivem com ela e a mãe. Um deles vive acamado, outro está há tempo internado num hospital em Porto Alegre em virtude de um problema nas pernas. O terceiro, o único que está atualmente em condições de trabalhar, sofre das faculdades mentais e já esteve diversas vezes internado no hospício São Pedro.
Vivendo quase que unicamente da pensão recebida pela mãe, esta infeliz família chegou nos últimos meses a passar fome, quando Maria também não podia trabalhar como empregada doméstica, em virtude da sua gravidez.
Ao receber a reportagem Maria chorava e dizia que sentia falta da criança. Maria alegou que estava desesperada quando saiu do hospital, o parto não foi acompanhado por nenhum familiar ou amigo. Não tinha ninguém a quem recorrer, e sabia que ela e sua mãe não teriam condições de criá-la. Por isto pensou logo em deixá-la num mato para que morresse. A idéia de deixá-la à porta de uma casa para que uma família a criasse, nem lhe passou a cabeça, conta ela.
O pai do bebê, segundo Maria, é casado e nega sua responsabilidade, portanto não prestou nenhum tipo de auxílio.
Isso por certo, não explica e nem justifica o crime cometido. Só o que talvez, possa minorar a culpa que os outros imputam a Maria é o fato de que quem vive uma vida normal não tem condições de julgar o que seja passar pelas coisas que esta mulher passou. Quem não vive mergulhado na miséria, na ignorância, e na doença, como ela vive, tem modos muito diferentes de ver as coisas.

Enxurradas causam grande prejuízo



Uma chuvarada de curta duração mas de grande intensidade provocou verdadeiras inundações nas localidades de Pareci Novo, Pareci Velho e Capela de Santana. A estrada que liga Montenegro ao Rincão do Cascalho, ficou parcialmente interrompida.
Além da chuva grossa, houve um forte vendaval que destelhou a igreja de Pareci Novo. O muro do colégio dos padres, no Pareci, ruiu.
Extraordinário também foi o granizo caído em Capela naquela noite. Foi tão intenso que ainda no meio do dia seguinte ele podia ser encontrado blocos grandes de gelo.

Goleada histórica em Bom Princípio

O Grêmio Bela Vista está estraçalhando no 2º turno da fase de classificação do Campeonato Varzeano de Bom Princípio.
No último domingo, o Greminho, jogou em casa contra o Juventude e abusou da fragilidade do seu adversário. O escore final foi 10x0 que até o momento é a maior goleada do campeonato de Bom Princípio.

Carambola na ConceiçãoSexta-feira por volta de seis horas da tarde, um deslizamento de terra sobre a RS 122, em frente ao posto do Zé Machado na Conceição, causou danos materiais em vários veículos.
Tudo começou com uma forte enxurrada, que levou por sobre a pista, dezenas de metros cúbicos de terra de um barranco, que misturados com água, deixaram sobre a faixa, uma camada com 20 centímetros de lodo.
Um Passat se perdeu ao entrar no trecho e colidiu no Corcel dirigido por Paulo Lamb. A partir daí as colisões foram se sucedendo. O caminhão Mercedes Benz dirigido por Ary José Juchem, residente no Campestre, não conseguiu segurar e bateu na traseira de uma Scania. Em seguida um Corcel, um Fusca e uma moto colidiram. O tenente Carlos Capuá, perdeu o controle do seu automóvel, derrapou sobre a pista e parou dentro de um valo.
Outro caiense envolvido na carambola foi Alceu Soares. Seu Corcel foi atingido na traseira.

Produção de Fábio Fuchs Klein para o jornal Fato Novo

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