A mais primitiva delas foi a canoa. Que é feita de um troco de árvore escavado. Era usada pelos índios.
CAÍCO
Os caícos, movidos a remo, ainda são muito comuns nas localidades ribeirinhas |
No início do século XIX, era com esse tipo de embarcação que se navegava no rio Caí. Os primeiros moradores das margens desse rio, iam eventualmente até Porto alegre em seus caícos. Produtores rurais do Campestre da Conceição levavam mercadorias ao mercado público de Porto Alegre em caícos até a década de 1930. Na volta, vinham rebocados por vapores ou gasolinas. Os caícos são tracionados a remo.
LANCHA
A lancha a vela ainda é bastante usada atualmente |
Artur Rabuske, no seu livro São Sebastião do Caí, transcreve um relato escrito pelo padre Ambrósio Schupp, no qual ele falava do que pensava ser a primeira família a residir em São Sebastião do Caí: a do imigrante português Manuel dos Santos Borges.
Consta nesse relato que:
A família era religiosa e, como nos arredores ainda não houvesse qualquer sacerdote, costumava ir, todos os anos, pelo tempo da Páscoa, numa lancha a Porto Alegre, a fim de cumprir os seus deveres pascoais.
Pode se imaginar que o modo de propulsão dessa lancha era misto. Usava a vela quando e onde o vento favorecia o seu uso e os remos ou varas quando não havia vento favorável. A vara era usada onde o rio era muito baixo ou os barrancos bem próximos. O seu uso era bastante prático, por exemplo, na navegação do arroio Cadeia.
LANCHÃO
O lanchão é uma evolução do caíco. Trata-se de uma embarcação maior, própria para o transporte de cargas, mas ainda tracionada a remo. Vários remadores eram necessários para impulsionar a pequena embarcação.
Recebeu, certamente a contribuição de imigrantes que haviam trabalhado com esse tipo de embarcação na Alemanha e sabiam fazê-las com técnica avançada, para a época.
Os lanchões foram muito utilizados, na Feliz e Bom Princípio, para o transporte de mercadorias, pelo rio Caí, até ao porto e cidade de São Sebastião do Caí. Era comum eles navegarem até um pequeno porto existente na localidade de Várzea do Rio Branco (próxima ao bairro caiense do Rio Branco). Ali as mercadorias eram desembarcadas e transferidas para uma carreta, que completava o trajeto até a cidade. Isso era necessário devido às três cachoeiras (na verdade, corredeiras) existentes no rio Caí entre a Várzea do Rio Branco e a cidade.
PAQUETE
Os paquetes eram pequenos barcos a vela |
Na sua parte mais baixa, mais perto da sua foz, entretanto, as possibilidades de utilização do vento como forma de propulsão era mais viável.
VAPOR E CHATA
Uma chata, à esquerda, e o vapor Salvador, à direita, atracados no início da rua Pinheiro Machado (no Caí), durante uma enchente |
O barco a vapor é o equivalente náutico do trem a vapor. Ambos são movidos por um motor a vapor. O primeiro a ser inventado. Assim como o trem, o barco a vapor é movido por uma máquina a vapor. Ela é constituída por uma caldeira cheia de água que, ao ser aquecida gera vapor. Esse, ao escapar por um cano, forma um sopro potente, capaz de ser transformado em movimento. O vapor faz girar as rodas de um trem ou a roda de um barco a vapor. Os barcos chamados de vapores tinham rodas laterais que giravam graças à máquina a vapor que existia dentro da embarcação. Essas rodas tinham pás e, ao girar, iam "remando" na água e, assim, empulcionando o barco.
No Rio Grande do Sul os primeiros rios em que os vapores foram utilizados foram o Sinos, Jacuí, Caí e Taquari. Trata-se de uma contribuição do imigrante alemão. Ficaram famosos os quatro jacós da navegação riograndense. Todos eles de origem alemã. Donos de companhias de navegação. Jacob Blauth, em São Leopoldo, Jacob Michaelsen no rio Cai, Jacob Arndt, no Taquari.
A chata não tinha propulsão própria. Era rebocada por um vapor ou gasolina. Também não tinha uma proa pontuda, como os barcos que têm de vencer a resistência da água. A chata, é larga, para caber bastante mercadorias e, por isso mesmo, não afunda muito. O que é importante para a navegação num rio raso, como o Caí.
GASOLINA
Uma gasolina, como a Jandaia, era propelida por motor de 12 HP |
No rio Caí, o seu uso consagrou-se a partir da década de 1930, quando a navegação já declinava. O transporte de passageiros pelos vapores já havia se tornado obsoleto, pois os ônibus faziam o transporte mais rapidamente.
Os barcos continuavam a ser utilizados para o transporte da cargas. As gasolinas substituíram os vapores, mas o seu uso foi declinando na medida em que os caminhões foram evoluindo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir