Egon Schaeffer e Helena Canabarro |
Egon Schaeffer fotografado na janela de uma locomotiva exposta na FENAC |
Para Egon Schaeffer, o raide da FENAC foi um momento marcante da sua trajetória |
Egon, na praia de Copacabana, com Helena Canabarro e Gilberto Mosmann |
No dia 3 de abril de 1965, um luxuoso ônibus Pulmann da Viação Minuano, o primeiro do Rio Grande do Sul, levou a comitiva que divulgaria a F esta Nacional do Calçado, FENAC, através de órgãos jornalísticos, radiofônicos e televisivos de todo o Brasil.
Saindo de Novo Hamburgo, o grupo foi formado por Mário Alberto Gusmão, proprietário do jornal NH; - Gilberto Mosmann, secretário da prefeitura; Iara Berntd, miss Novo Hamburgo e Rita Lenz, a cinderela do calçado. Porto Alegre foi representada por Kurt J. Dutzig, que nasceu nesta cidade em 1932, integrante do Trio Montecarlo e Luiza Helena Canabarro, rainha do Atlântico Sul e sua mãe.
Montenegro teve grande representação, com Arno A. Bohn que nasceu no distrito de Pareci, Egon A. Schaeffer, também natural de Montenegro cidade do Vale, ambos componentes do Trio Montecarlo. E Montenegro contribuiu, ainda, com mais um trio de beldades: Ana Maria Rigon, rainha dos comerciários da terra do tanino; Margarida Streit, rainha das piscinas do Clube Cantegril e Bárbara de Oliveira, miss Montenegro.
A missão contava com a beleza das moças e a fama do Trio Montecarlo, que alcançou o mundo através da gravação dos LPS e apresentações.
Durante a viagem, o organista do conjunto, Cláudio, divertiu a todos. Parado no corredor do ônibus contava piadas fazendo todos rirem. Em Curitiba, apresentaram-se nas TVs Paraná e Paranaense. Esta última foi a primeira a ter equipamento de vídeo tape no Brasil.
Nas apresentações, normalmente, era Mário Gusmão que falava, fazendo a propaganda da FENAC. Depois vinha o desfile das moças, seguido da apresentação do Trio Montecarlo. Esse esquema foi mantido em todas as apresentações que foram efetuadas em São Paulo nas TVS Record, Excelsior e Rádio Tupi.
Houve também uma exitosa apresentação na Bier Haus, famosa cervejaria paulista, onde os encantos das princesas do sul foram muito aplaudidas. E o mesmo aconteceu com as variados números musicais do Trio Montecarlo, em diversos idiomas.
Naquela noite, a presença do cônsul da Alemanha foi marcante, convidando o conjunto para uma reunião no dia seguinte em sua residência. Foi um lauto jantar, com a presença de vários casais alemães. E após, ocorreu uma audição especial do terceto, que recebeu elogios de todos os presentes.
O cônsul, de forma, solene entregou ao Trio Montecarlo um diploma de Honra ao Mérito por ser o mais perfeito conjunto de todos os tempos, na América do Sul, na divulgação da música alemã dos ancestrais imigrantes para o mundo.
Os componentes do trio ficaram surpresos após a cerimônia tomando conhecimento de um costume alemão que desconheciam, deu-se início a uma reunião dançante, os maridos dos casais presentes ofereciam as esposas para os componentes dançarem com elas.
Egon, um tanto arredio, permaneceu num canto observando. Aproximou-se um deles e perguntou: A minha esposa não lhe agrada? Diante da desconcertante pergunta, tirou-a para dançar! Com alguns passos titubeantes, Egon deu algumas voltas com a senhora alemã e depois foi sentar-se na roda dos animados presentes que, entre gargalhadas, se divertiam contando piadas.
De volta para o hotel, os três comentaram que havia sido uma noite enfadonha.
No dia seguinte, seguiram viagem rumo ao Rio de Janeiro. Apresentações nas TVs Rio e Continental. Essa última ofereceu um contrato para o Trio Montecarlo permanecer em definitivo no Rio, mas o grupo recusou, pois todos tinham suas vidas bem estruturadas, com suas famílias, no Rio Grande do Sul. Foi uma decisão acertada, pois a TV Continental fechou em 1970.
Aconteceu, também, uma apresentação nos estúdios da Pelmex Cinematográfica Mexicana. Na ocasião o Trio cantou, à capela (sem acompanhamento de instrumentos), alguns boleros homenageando o diretor da empresa. À noite, o trio e as moças se apresentaram no auditório da Universadade Católica do Rio, perante três mil estudantes, e os aplausos foram delirantes, a ponto de não quererem que deixassem que as moças e o conjunto deixassem o palco.
Não havia descanso! No dia seguinte, visita à Bloch, editora da revista Manchete, que tinha uma grande gráfica e ocupava em torno de um quarteirão e meio. A locomoção, dentro da empresa, era feita por carrinhos especiais. Fotografias, propaganda e um almoço de sopa de ervilhas.
Após, o trio cantou para os diretores e a revista, muito famosa na época, acabou publicando uma reportagem, com fotos, a respeito do trio. Em todo o raide, Egon foi o médico da delegação, pois como era farmacêutico, preveniu-se com uma mala cheia de remédios, e as mais necessitadas eram as garotas que, em alguns momentos, ficavam dengosas, com saudades de casa.
Cabo Frio também foi visitada e a travessia foi feita pela balsa. A ponte Rio Niterói só surgiu anos depois. Arno e Kurt acabaram enjoando com o balanço constante sobre as águas. Era um ponto turístico muito atraente com uma imensa baía e uma piscina entre as rochas, mas a maior curiosidade estava no restaurante Tortuga que, no seu interior, era uma imitação perfeita de uma caravela. Lá desfilaram as meninas e cantou o trio.
O prefeito de Novo Hamburo, Níveo Friedrich, que chegara de avião, também estava presente. Na beira do mar todos cataram conchinhas que eram diferentes das encontradas nas praias do sul.
Em Minas Gerais, a TV Alterosa e rádio Itatiaia, e nesse belo estado se completou a divulgação desse evento.
O retorno, com escalas, foi cansativo e o prêmio para os montenegrinos foi o ônibus passar por Montenegro e deixar cada um em sua residência. O mesmo aconteceu com os demais, em suas cidades.
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