terça-feira, 24 de dezembro de 2013

3282 - Sobre Guilherme Winter e a origem de Bom Princípio

Bom Princípio  , RS        ©Ana Maria Scarpellini
Guilherme foi o primeiro alemão a se estabelecer na localidade

Os primeiros anos
O primeiro nome de Bom Princípio teria sido Serraria, por volta de 1814, época em que a atual área do município pertencia a Luiza Theodora Feijó. Isso foi bem antes da colonização alemã, num tempo em que tudo ainda era mata, repleta de trilhas percorridas por índios caingangues.

A colonização
Em 1840, o imigrante João Guilherme Winter, vindo da cidade alemã de Klüsserath, comprou uma grande quantidade de terras junto ao Rio Caí e Arroio Forromeco. O local passou a ser chamado de Wintersohnschneiss (Picada de Winter Filho, em alemão). Quatro anos depois, o nome já havia sido reduzido para Winterschneiss (Picada do Winter). Este nome, apesar de não constar em nenhum documento oficial, ainda é lembrado até hoje e até usado algumas vezes para designar Bom Princípio, principalmente pelos mais velhos. Já o nome Bom Princípio teria sido criado em 1853, pelo comerciante Philip Jacob Selbach, para que a localidade tivesse um nome em português.

Guilherme Winter
Nascido em 13 de março de 1806, em Klüsserath, na Alemanha, Guilherme Winter chegou ao Brasil em 1829. Na viagem de navio, perdeu o pai, Philipp, e foi se instalar com a mãe, Irmina, e seus irmãos, em São José do Hortêncio. Lutou na Guerra dos Farrapos, primeiro do lado dos imperiais, depois do lado farroupilha, e só foi morar em suas novas terras em 1852, quando construiu próximo ao local onde hoje está localizada a Igreja Matriz Nossa Senhora da Purificação. Guilherme Winter foi o primeiro morador alemão do local. A colônia foi oficializada pelo Império em 1859 e seu proprietário teve que assumir uma série de compromissos perante o governo central. Um deles era garantir que ninguém que morasse na colônia de Winter viria a praticar outra religião que não fosse o catolicismo, sob pena de ser expulso da colônia, obedecendo às normas nacionais. Também não era admitido, nas escolas públicas, ensinamento de outra língua sem que os alunos estivessem fluentes na língua portuguesa. A tarefa não foi fácil, até o final do século XIX. Até hoje existem idosos que não falam português. O ponto positivo é que, atualmente, boa parte da população é bilíngue, especialmente as crianças. 

Fonte: site da Prefeitura Municipal de Bom Princípio

Nenhum comentário:

Postar um comentário