segunda-feira, 14 de abril de 2014

3900 - A lenha que sobrava na Tanac, era levada para Porto Alegre

Seu Balaca: vendendo lenha em Porto Alegre








A ligação do Rio Caí com Montenegro é tal que certamente a cidade não existiria sem o curso d´água. O desenvolvimento do município, que em meados do século XX tinha mais do que o dobro do tamanho atual, singrava o rio em direção à capital do estado, onde sua produção agrícola e industrial era repassada aos intermediários e clientes. Um desses produtos era a lenha, saída dos matos de acácia que abundavam na região. Na época, as empresas Tanac e Tanino Mimosa usavam só a casca da acácia e a madeira era vendida para combustível de fornos e fogões das cidades, antes do uso do gás.

Cada barco que saía de Montenegro levava cerca de 20 talhas de lenha, o que representava 30 metros cúbicos de madeira. A viagem levava em torno de seis horas até Porto Alegre. A tripulação era em torno de quatro homens, que se revezavam nas funções, do carregamento à venda dos produtos. Detalhes ainda vivos na memória de Ercílio Ignácio Nunes, o Seu Balaca, 85 anos.

Balaca trabalhou “embarcado” de 1946 à 1952. Passou por vários barcos, de donos diferentes, até que deixou a função para se estabelecer em uma serraria no ainda isolado bairro Timbaúva. Ele mora no mesmo endereço até hoje.

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