Caienses se mobilizaram para acabar com a crueldade que era praticada contra os animais, em Santa Catarina |
Na coluna anterior comentei sobre
a campanha promovida pela antiga Caa-y Associação ecológica no ano de 1989
contra a Farra do boi, que acontecia todos os anos principalmente durante a
Semana Santa no litoral catarinense. Uma tradição trazida pelos Portugueses da
Ilha dos Açores na qual consiste em praticar todo o tipo de crueldade contra o
animal. Conforme a “tradição” o boi representa Judas o traidor de Jesus Cristo.
Detalhei a crueza praticada durante as farras muitas delas incentivadas por
políticos que distribuíam os animais a população em troca de votos. O objetivo
do nosso protesto era alertar o Brasil, mas acabou alertando o mundo.
A foto mostra a chegada da Caa-y na av. Borges de Medeiros, centro de
Porto Alegre, local marcado para a concentração da manifestação pacifica contra
a Farra do boi. Já estavam concentrados representantes das ONGs defensoras dos
direitos dos animais de Santa Maria, Erechim, Rio Grande, Porto Alegre e Santa
Catarina. Egon Schneck prefeito da época cedeu o micro-ônibus da prefeitura aos
integrantes da Caa-y e seus familiares, e demais interessados pela causa.
O
evento foi divulgado através da RBS TV, Jornal Nacional e dos mais importantes
jornais e canais de televisão do planeta Terra. Vieram cartas de apoio de
celebridades do mundo inteiro. Entre elas: Paul MacCartney, Brigite Bardot e
Sting. Da Índia (lá a vaca é considerada um animal sagrado) recebemos uma
ligação telefônica, em espanhol, da Organização Internacional dos Direitos dos
Animais saudando nossa campanha e nos comunicando sobre o protesto da ONG
enviada ao governo de Santa Catarina.
A caminhada composta por populares, muitas
famílias com crianças, celebridades das artes plásticas, da música, teatro,
cinema, televisão, personalidades destacadas no setor da educação e dezenas de
ONGs ambientalistas do estado, terminou no Palácio Piratini e Cúria Metropolitana.
A intenção era de entregar em mãos ao governador Pedro Simon nosso manifesto no
sentido de solicitar ao governador de Santa Catarina a proibição da farra do
boi. Simon não apareceu, mandou o vice em seu lugar. Não é por acaso que a fama
dele na vida política é de ficar em cima do muro.
O bispo Dom Cláudio Colling além
de não ter se levantado de seu “trono” para dar as boas vindas, nos recepcionou
com piadinhas sem graça. A omissão desses dois, não fez falta na campanha. O
governo catarinense pressionado pelos protestos mundiais providenciou a
proibição da Farra do boi. Portanto, VITÓRIA para os animais.
Texto de Leatrice Piovesan
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