No final do ano de 1875, chega ao vale do Cai, a maior leva de imigrantes italianos. Nesta ocasião a Primeira e a Segunda léguas estavam sendo medidas e abertas as primeiras picadas. Sendo informados da demora na demarcação dos lotes os imigrantes são obrigados a permanecer na região .
Segundo Chiarello, enquanto não foram medidas as novas colônias (lotes), ficaram aquelas quase 600 pessoas acampadas ao relento, na base do Morro Cristal, então chamado Morro da Torre, em Nova Palmira. Ali permaneceram seis meses, abastecendo-se na casa do colono alemão Germano Noll ( P. 23)
A lembrança do fato continuou, até mais de cem anos depois. Pedro Carlos Wilibaldo Feter , neto de Germano Noll, comerciante que tinha uma casa comercial e um moinho a água. lembrava-se do lugar onde haviam permanecido os colonos. Também os colonos não esqueceram o fato, que reapareceu em muitas das entrevistas realizadas por pesquisadores em Nova Milano.
CHIARELLO, Natal. Breve História de Minha Terra,Caxias do Sul, Pró Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa.UCS, 1985p.23
O fato pode parecer sem relevância, mas alimentar tantas pessoas, ainda que estas possuíssem os vales do governo, não parece pouco. Crianças com menos de 12 e maiores de 65 anos não recebiam vales para alimentação e nem existiam vales para a saúde e, muito menos, médicos. Tais fatos exigiam tanto a solidariedade quanto o auxílio dos poucos habitantes de Nova Palmira, que se reduziam a pouco mais de vinte famílias.
As relações entre italianos e alemães parecem ter continuado boas após o assentamento dos italianos nos seus lotes, já que não existem registros na documentação oficial de incidentes entre os dois grupos de colonos.
Fotos do acervo de Luiz Ernesto Brambatti feitas em 2014
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