Cluster Agroindustrial de Alimentos
do Vale do
Caí
Utilização do rio Cai, Jacuí e Lagoa dos Patos é viável e tem baixo custo de implantação vai tornar mais competitivos os produtos do cluster |
Fruto de boas iniciativas descoordenadas, surgiu no Vale do
Caí uma estrutura que desenvolveu a região transformando-a no “Vale da
Felicidade”. O suporte econômico desse fenômeno foi a produção de aves e suínos
em regime de integração com grandes empresas. Se esse modelo for desenvolvido
de modo planejado, pode alcançar dimensões muito maiores (inclusive em outras
regiões) e constituir-se na principal riqueza do estado, aumentando em muito as
exportações gaúchas, assim como a geração de impostos e contribuindo
grandemente para a sustentação econômica do governo estadual.
O Vale do Caí é hoje um local onde produtos vegetais, como a
soja e o milho, são convertidos em carne de aves, suínos, bovinos e peixes,
além de ovos e produtos lácteos. Isso acontece através da criação de animais
criados em confinamento e tratados com ração.
O que se precisa, agora, é conduzir a expansão desse sistema
produtivo (cluster) de forma que ele possa desenvolver-se muito
mais.
A produção em grande escala e o aprimoramento da
infraestrutura reduzirão os custos de produção e tornarão
os produtos do cluster ainda mais competitivo.
O transporte de mercadorias pelo rio Caí e Lagoa dos Patos até
o superporto de Rio Grande será um importante fator de redução dos custos. Esse
projeto, que deverá iniciar com a implantação de um terminal
hidrorodoferroviário na localidade de Porto Garibaldi, poderá ser ampliado, no
futuro, com dois novos terminais hidrorodoviárrios em Montenegro e São Sebastião
do Caí.
Construção do superaeroporto de Portão vai reforçar a infraestrutura de transportes do cluster |
A América Latina Logística (ALL) deve ser integrada ao
projeto, cabendo a ela ampliar o uso dos trens para o transporte de grãos do
norte do estado até o terminal hidrorodiviário de Porto Garibaldi, próximo ao
polo petroquímico de Triunfo.
Implantação de grandes fábricas de ração junto à ferrovia e ao
terminal hidro-rodo-ferroviário de Porto Garibaldi.
O superaeroporto a ser construído no município de Portão
também contribuirá para a diminuição dos custos de exportação. Ainda mais em se
tratando de produtos com alto valor agregado, como peixes especiais frescos e
pratos prontos feitos com refinamento e um mix variado de opções gastronômicas.
No Mato Grosso do Sul, já é significativa a venda de peixes frescos levados de
avião para as grandes metrópoles mundiais, que são servidos nos restaurantes no
dia seguinte ao da sua pesca.
A produtividade do cluster pode ser desenvolvida através de
várias medidas, tais como:
A implantação de escolas técnicas voltadas para a produção de
alimentos e cursos universitários de engenharia de alimentos e veterinária.
Incentivar a implantação de novos aviários, pocilgas, açudes
(milhares deles), inclusive nos municípios com maior extensão territorial, que
são Montenegro, Caí, Capela de Santana e Portão).
Incentivar, igualmente, a expansão de indústrias
beneficiadoras de alimentos, como a que pretende se implantar no Caí, dedicada à
produção de ovos em pó ou líquido. Atrair uma empresa ou criar cooperativa para
o beneficiamento e a comercialização da carne de peixe.
Trens da ALL trazem soja e milho da região produtora para o Vale do Caí |
Aproveitamento dos excrementos dos animais criados em
cativeiro em biodigestores, para a produção de energia elétrica.
O que tornará ainda mais rentável e econômica a operação do
sistema.
Desenvolvimento da produção de soja e milho na região dos
Campos de Cima da Serra, que fica mais próxima do Vale do Caí do que as atuais
áreas produtoras desses grãos.
As prefeituras governo estadual e federal têm grande retorno
de impostos com a atividade do cluster. Portanto, os lucros gerados pelo sistema
resultam em benefícios para toda a população regional e até as estadual e
nacional, já que a maior receita dos governos possibilita melhor atendimento às
necessidades da população.
No Cluster Agroindustrial do Vale do Caí, o trigo e o milho é convertido em carne de aves e suinos |
Tese:
No Brasil é muito mais fácil ser competitivo na produção
agropecuária do que nos demais setores da economia, pois o país conta com um
diferencial importante a seu favor: a disponibilidade de grandes áreas propícias
para a produção agropecuária. O Brasil precisa acumular capital com a exploração
do setor primário para, depois, aos poucos, desenvolver a capacidade de produzir
com competividade nos demais setores.
O Rio Grande do Sul precisa de uma forma rápida para fazer
crescer o PIB estadual.
O incremento do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do
Caí pode duplicar ou triplicar a sua capacidade produtiva em cinco anos e
servir de modelo para outros projetos semelhantes no estado.
Esta solução, já testada e aprovada no Vale do Caí, poderá
transformar O Rio Grande do Sul num dos principais polos mundiais de produção de
alimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário