No prédio que existe ainda hoje, a Kibon instalou-se no final da década de 1950, permanecendo ali até meados dos anos 60 |
Nelson Moraes Belem é filho de José
de Lima Belem, que foi gerente da fábrica Kibon e ajudou a instalá-la no Caí, nos anos de
1958/1959 e de Dulce Moraes Belem. Figuras destacadas da sociedade caiense naquela época. Por ter vivido parte da sua juventude na cidade, Nelson guarda forte sentimento afetivo pelo Caí e os caienses. Aqui, ele conta suas lembranças da vida dos Belem na cidade.
A estada da família Belem no Caí se deu em duas fases:
A primeira delas foi do final de 1958, quando da instalação da Kibon, até 1963 quando fomos para Porto Alegre
e meu pai deixou a Kibon, voltando para São Paulo em meados daquele ano.
Voltamos ao Caí em meados de 1966 em um projeto para ocupar o prédio da Kibon
sob a administração da Lacesa, (Laticinios Lajeado) o qual ficou apenas no papel
e retornamos a São Paulo em fins de 1969. José de Lima Belém já estava bastante doente, vindo a
falecer em maio de 1970.
A Griffith, que se instalou no mesmo prédio e ficou
poucos anos foi gerenciada pelo engenheiro Ismael Mistrello. Este foi um dos primeiros
funcionários do senhor Belem, como era chamado, e, posteriormente, os dois se tornaram
compadres.
O Caí sempre fez parte das nossas melhores memórias
afetivas, minhas e de minha mãe, que veio a falecer há cinco anos.
Estivemos, algumas
vezes, visitando os amigos que lá deixamos e que se tornaram extensão da nossa
família. Dona Cenyra Blauth, o casal Mauro Selbach e Elaine e seus filhos, a
quem trato por tios e primos afetivos.
Com minhas duas filhas, Fernanda e Daniella, minha esposa Miriam e mamãe fizemos uma visita ao Caí em 2007. Foi a última vez que
estivemos aí.
Nestas épocas de enchente no Sul, fico mais atento
ainda em saber notícias deste meu rincão.
Fui para o Caí com 3 anos. Fora os 3 anos que
voltamos para São Paulo, saí do Caí aos 15 anos. Aprendi a ler e a escrever no
Ginásio São Sebastião. Pertenci ao Grupo de Escoteiros Taquató, que era
coordenado pelo Nestor Selbach e pelo Potter. Tivemos uma passagem de muito
relacionamento com os nossos queridos amigos caienses. Minha mãe jogava Bolão
pelo clube Aliança e frequentávamos o Country.
Na fase em que papai trabalhava na Kibon, nossa casa
se tornou uma espécie de embaixada paulista. Os gestores da Kibon e nossos
familiares iam constantemente para o Sul e se hospedavam lá em casa, ao lado da
Igreja Matriz e do Ginásio São Sebastião.
Meu avô, Luis Moraes, foi o primeiro
dono da tabacaria que funcionava na sala da frente da casa do Mauro Selbach,
(hoje, o Calçadão), que posteriormente foi cuidada pela Sra, Elaine e a filha
Cristina Quando estive aí, pela última vez, já era uma floricultura e loja de
ornamentos domésticos da Cristina e da esposa do Cláudio Selbach.
Vi em um de seus "posts" uma menção ao nome do meu
pai e a instalação da Kibon. Meu pai foi um dos primeiros funcionários da Kibon,
(Cia Harkson de Produtos Alimenticios). Entrou lá em 1942 e chegou a completar 20
anos de empresa. Tenho muito orgulho deste fato, pois são poucos aqueles que
ajudaram a construir uma empresa que ainda tem seu nome forte e com grande
tamanho de mercado. Aquelas empresas que vieram para durar. Na década de 50,
junto com o "boom" industrial do Brasil, a direção da Kibon escolheu o Rio Grande
do Sul para ter a sua primeira fábrica fora do eixo São Paulo-Rio. Homens com os
doutores. Egydio Michaelsen, Orestes Lucas , Cassio e Mario Leão, foram os grandes
incentivadores da instalação da Kibon no Cai.
Foto e texto do acervo de Nelson Moraes Belem
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