terça-feira, 13 de março de 2018

5342 - A primeira casa gaúcha dos italianos

Foi em Nova Milano que os primeiros imigrantes italianos
se estabeleceram, em 1875







Quando se reuniram para rezar a primeira missa, em 1878, os imigrantes instalados numa pequena localidade do distrito de Vila Jansen decidiram escolher o nome do padroeiro ou da padroeira da comunidade. Não chegaram a um acordo. Algumas famílias queriam Santo Antônio, outras defendiam Nossa Senhora do Loreto. Para evitar confusão, os colonos resolveram ir até São Sebastião do Caí. A imagem que pudesse ser comprada lá seria a da padroeira. Voltaram de mãos vazias. Os italianos já estavam pensando em construir uma estátua, quando Natal Faoro disse que poderia emprestar um quadro que havia trazido da Itália.

A tela de 33 em por 40 continha a imagem de sua devoção. Só que não era a de Nossa Senhora do Loreto e muito menos a de Santo Antônio. Daquela dia em diante, Nossa Senhora do Caravaggio tornou-se a padroeira da colônia que recebeu seu nome. No ano de 1879, os moradores ergueram uma capela para a santa e começaram a realizar romarias em sua homenagem. Nesta mesma época, o quadro de Faoro deu lugar a uma estátua esculpida em cedro.Encomendada de um artesão de Caxias do Sul, a imagem foi carregada nas costas pelos colonos durante todo o trajeto até chegar ao vilarejo. Dez anos depois, a capela já estava pequena para abrigar os devotos que compareciam ao templo todo dia 26 de maio (data atribuída à aparição de Nossa Senhora na vila italiana de Caravaggio). Em 1890, os imigrantes inauguraram uma nova igreja. Até hoje, milhares de católicos visitam Farroupilha para deixar na igreja os ex-votos por graças e curas alcançadas.

Substituída por um grandioso santuário em 1968, a antiga capela está abarrotada de cabeças de cera, cruzes e placas de agradecimento. Nenhuma história é mais famosa entre os moradores da região do que a da mulher que teria sido possuída pelo demônio. Carregada por vários homens, a lavradora foi exorcizada dentro da igreja. A lenda conta que, quando o padre concluiu o exorcismo, o diabo saiu por uma janela lateral entortando as barras de ferro.

Matéria publicada no site Página do Gaúcho

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