domingo, 7 de outubro de 2018

5418 - Alcindo: craque do Grêmio e do Rio Branco

Chuteiras do Alcindo não tinham cadarços e quem resolveu 
o problema foi o garoto Diomar
O centroavante Alcindo Martha de Freitas foi anos 1960, início dos anos 1970, um dos maiores artilheiros do Grêmio de todos os tempos. Em 1966 chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira e jogou ao lado de Pelé na Copa da Inglaterra.
No ano seguinte, Alcindo foi jogar no campo do Rio Branco, São Sebastião do Caí (na época era no acesso que tem próximo ao cemitério) em um amistoso entre o time
 local e o time de Sapucaia do Sul, composto por alguns parentes de Alcindo.
Eu estava lá, com meus 12 anos, sempre apaixonado pelo Grêmio e pelo Rio Branco. Queria ver meu ídolo Alcindo de perto. Só escutava seus gols através da Rádio Guaíba. Nem tevê a gente tinha na época.
O vestiário era de madeira, com portas abertas. Eu fiquei curioso e via de perto o grande jogador gremista se fardar. Quando ele foi calçar as chuteiras que lhe deram, notou que estava sem os cadarços. Olha só a humildade do bugre (apelido do Alcindo)! Ficou quieto, não reclamou. Eu na porta, a princípio sem ação. Mas me coloquei à disposição dele pra conseguir os cadarços. Fui até o Armazém do Seu Adelmo Moares (ali ao lado) e pedi que arranjasse uns cadarços. Era caso de vida ou morte... "Pra que tu quer guri". Falei que era pro Alcindo, e o Seu Adelmo prontamente me passou o material. Ele guardava na sua casa fardamentos, chuteiras, etc.
Louco de faceiro dei ao Bugre, que me agradeceu com um sorriso.
Chovia e tão logo a chuva cessou, o campo do Rio Branco estava alagado. Mesmo assim o jogo saiu. Mas, pra minha decepção, Alcindo jogou de zagueiro pelo time de Sapucaia. Acabou não fazendo gols e ainda por cima fechou a defensiva, não deixando o time do Rio Branco marcar. Nem o Mugica, com sua astúcia e o primo Delmiro Esteves, com sua habilidade, conseguiram furar o bloqueio. Nem lembro o placar. E nem é bom lembrar.
Bem, alguns anos depois, em 1982 (conforme informou Seu Adelmo Moraes, através do filho Vinicius), Alcindo andou jogando no Caí novamente. Acabou reencontrando o pessoal do Rio Branco e surgiu um entendimento para atuar no time alviverde no campeonato caiense.
A foto mostra Alcindo entre os craques do Rio Branco, quando a equipe recebeu as faixas de campeão caiense em 1982.
Em pé, da esquerda para a direita: João Pinto, Donato Hartmann (técnico), Tuca, Chicão, Canelão, Serjão, Auri, Lambari, Chico e Ermeto Schneider (presidente);        Agachados: Massagista Zé Bortolin, Astor, Bira, Preguinho, Padre, Alcindo, Tuguinha e Victor Hugo.

Obrigado ao amigo Iraní Rudolfo Lösch Löff por lembrar os nomes. Grande historiador do futebol.

Matéria do jornalista caiense Diomar Esteves

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