Em 1862 começou a construção da escola que serviu também como templo religioso. Católicos e evangélicos ajudaram na sua construção e o prédio era utilizado para os cultos de ambas as religiões. Até 1879 havia na localidade somente esta escola e ela continuava sendo usada como igreja pelas comunidades católica e evangélica. O primeiro professor, Wilhelm Messinger, que era evangélico, lecionava meio dia para os filhos de católicos e a outra metade para os de evangélicos. Os cultos religiosos eram ministrados por padres vindos de São José do Hortêncio (os únicos na época que falavam alemão) e pastores de São Leopoldo.
O Arroio Maratá era navegável da sua foz no rio Caí até o núcleo central da colônia (logo acima existe uma grande cachoeira). O ponto em que se formou o vilarejo que veio a se tornar a atual cidade de Maratá era o último ponto a que se podia chegar navegando pelo arroio. Por isto todos os colonos da região levavam seus produtos exportáveis para o vilarejo de Maratá, de onde eles seguiam pelo arroio até a sua barra no rio Caí (no local que ficou conhecido como Porto Maratá, perto da atual cidade de Pareci Novo), seguindo dali para Porto Alegre e outros destinos. Também em virtude disto, a vila de Maratá se tornou um dos pontos de passagem dos colonos que se dirigiam à serra para colonizar a região dos atuais municípios de Garibaldi e Bento Gonçalves. Locais onde o governo provincial implantou as colônias de Conde D’Eu e Dona Isabel nos anos de 1869 e 1870, para lá dirigindo, no início, imigrantes alemães e suíços franceses. Até o Maratá os colonos podiam ser levados de barco. Dali para diante eles seguiam a pé até o alto da serra passando por terras ainda desabitadas num trajeto muito difícil, sem existir uma estrada, apenas um caminho pelo meio do mato, passando por terrenos muito íngremes e quase intransponíveis. Nestas condições, por falta de um meio de transporte eficiente, não houve meio das novas colônias da serra prosperarem e, em 1876, o governo imperial assumiu a administração das mesmas para tentar impulsioná-las.
Em 1880 foi iniciada a construção da estrada Buarque de Macedo, sendo as obras dirigidas pelo Barão Luis Henrique von Holleben, um engenheiro que durante as obras morou no local onde hoje existe a cidade de Barão (daí o nome da localidade). Esta estrada, hoje asfaltada, passa por Dom Diogo (São José do Sul), Salvador do Sul e Barão, tendo ajudado muito o desenvolvimento de toda a região. A construção da estrada facilitou muito, também, o desenvolvimento da região serrana, que passou a receber grande fluxo de imigrantes italianos ainda na década de 80 do século XIX e nos anos seguintes. Esta estrada de rodagem, no entanto, não passava por Maratá, o que deixou a localidade um pouco à margem do principal eixo de desenvolvimento nesta época.
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