A cidade de São Sebastião do Caí (ou apenas Caí) era muito movimentada por causa do porto e se desenvolveu em torno dele. Mas apesar desta sua importância, era muito menor do que é hoje. E a maioria das suas ruas também não eram pavimentadas. Pelo ano de 1940, apenas as ruas Tiradentes e Marechal Floriano eram pavimentadas, mas apenas em algumas quadras.
A Marechal Floriano, que é a rua da prefeitura, contava com duas quadras pavimentadas, da Farmácia Ideal até a rua Coronel Paulino Teixeira (a da Estação Rodoviária). A Marechal Deodoro contava com calçamento do início da rua até a esquina da Livraria Caiense. A rua Tiradentes (a do cais do porto) era calçada do rio até a rua General Osório, onde hoje se situa o prédio do Sindicato da Construção e do Mobiliário. E o mesmo acontecia com a rua Pinheiro Machado (a da barca) que também tinha calçamento do rio, onde situava-se o estaleiro do Pereirão, até a esquina da General Osório (onde hoje se encontra o armazém Tem Pass).
Na década de 50, o prefeito Orestes José Lucas retomou os calçamentos de ruas, que estavam interrompidos há anos. Então a Marechal Deodoro foi ganhando mais quadras pavimentadas. A primeira da Livraria ao atual Banco do Brasil, depois até a Rodoviária. Em marcha lenta, cada governo calçava mais uma quadra. E assim foi até a década de 80, quando o prefeito Bruno Cassel (no seu último governo, de 1983 a 1988) investiu na abertura de uma pedreira no bairro Angico e várias ruas foram pavimentadas.
A pedreira mais antiga, no morro do Hospital, se tornara inviável devido à sua proximidade com a cidade e a RS-122. Quando essa rodovia foi asfaltada, na década de 50, a pedreira da prefeitura continuou a ser usada. De vez em quando era necessário fazer uma detonação para fragmentar a rocha, partindo em pedaços que podiam ser britados (quebrados numa máquina chamada britadeira, da qual saíam em forma de pedaços ainda menores chamados de brita ou cascalho, próprios para serem espalhados nos leitos das estradas, o que melhora as suas condições de trafegabilidade). Nas explosões com dinamite pedaços de pedra voavam longe e algumas delas caíam sobre o asfalto da RS-122. Para evitar que veículos fossem atingidos pelas pedras, sempre que havia uma detonação o tráfego era interrompido. O funcionário encarregado de acender o pavio da dinamite só fazia isso depois de ouvir um apito que o avisava de que a estrada estava deserta de pessoas ou veículos. Com o tempo o trânsito na RS-122 foi aumentando até que se tornou inviável interrompê-lo sempre que fosse necessário fazer uma detonação e a pedreira da prefeitura teve de ser desativada.
O Caí, na época do último governo do Doutor Cassel (1983 a 1988), começava a se beneficiar do retorno de impostos proporcionado pelas fábricas de calçados Eran e Fasolo (mais tarde adquiridas pela Azaléia). Por outro lado, o território caiense já havia diminuído bastante, com as emancipações de Nova Petrópolis (em 1954), Feliz (em 1959), Portão (em 1963) e Bom Princípio (em 1982) e a arrecadação de impostos havia aumentado com a implantação de importantes fábricas de calçados. Além disto a fábrica Conservas Oderich entrava numa nova fase de evolução. Com mais receita e menos território para cuidar, a prefeitura começava a ter condições de realizar mais obras de calçamento.
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