sexta-feira, 30 de julho de 2010

867 - O calçamento das ruas

A Sociedade União (popular Poeira) ficava nesse terreno, hoje murado, situado entre a antiga casa de Dary Laux e a Padaria Vila Rica
Com o tempo, os automóveis foram substituindo as carroças nas estradas da Vila Rica e eles andavam bem mais rápido do que as carroças. Com isto, a estrada, cada vez mais movimentada, passou a apresentar o inconveniente da poeira. Um grande transtorno para as donas de casa. Pelo seu intenso movimento, a Estrada da Vila Rica foi um dos primeiros pontos da região em que o problema da poeira (que hoje tanto aflige a população da localidade de Matiel, no Pareci Novo) foi sentido. A poeira entrava pelas frestas das casas e sujava tudo, causando grande transtorno para as donas de casa. O problema acontecia também no clube do bairro, o União Vila Rica, que ganhou, por isto, o apelido de Poeira. Ele tinha frente para a atual avenida Osvaldo Aranha e ficava ao lado da Padaria da Vila Rica, entre esta e a casa de Dary Laux (atual locadora Master Vídeo).
Além do pó produzido pelos carros que passavam na estrada em frente, havia também o problema do barro que grudava nos calçados das pessoas que frequentavam o clube. Mesmo limpando-se os sapatos na entrada, a terra grudada nos sapatos sujava o assoalho do salão e, na medida que secava, se transformava em poeira. E quando os casais dançavam, a poeira levantava.
O Poeira já existia na década de 40, quando Bernardo era ainda criança. E o clube já era famoso pelos seus bailes movimentados. Especialmente os de carnaval. Nesses bailes, casais como Helmi Laux e Wilibaldo Klein (pais do autor deste livro) se conheceram e começaram o namoro que terminou em casamento.
Com o tempo a Estrada da Vila Rica foi sendo pavimentada. Primeiro uma pista, depois a outra, e transformou-se numa das mais importantes vias da cidade. Isso aconteceu no governo do prefeito Heitor Selbach, que realizou a obra aos poucos. Na primeira etapa foi pavimentado o trecho que vai da esquina com a Omiro Ledur até a esquina da Estrada da Várzea. Ao longo dos anos, Heitor Selbach conseguiu pavimentar a avenida Osvaldo Aranha até o Centro. Mas em apenas uma pista. Quando foi terminada a pavimentação do último trecho dessa primeira pista da Osvaldo Aranha, foi organizado um coquetel para comemorar a grande realização. Bernardo, descontente pelo fato da avenida ter apenas uma pista, não compareceu à festa. Heitor Selbach residia em Santa Terezinha (no atual município de Bom Princípio) e era criticado no Caí pelas obras que realizava na sua terra de origem. Os caienses consideravam que ele favorecia a sua terra em detrimento da sede municipal.
O prédio da Sociedade Cultural e Esportiva União foi destruído num incêndio ocorrido em 1974. Era mês de janeiro e o casal ecônomo da sociedade estava na Festa de São Sebastião. A casa de Bernardo fica bem próxima do prédio da Sociedade. E, no momento em que aconteceu o incêndio, ele estava em casa. Havia bebido e ainda estava bastante tonto. Mesmo assim correu até o local e tratou de salvar a carroça que ele usava para o trabalho e que se encontrava no pátio da padaria. Ficou a suspeita de que o incêndio teria sido criminoso.

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