domingo, 22 de agosto de 2010

938 - A ida ao quartel

Bernardo serviu no 17° Regimento de Infantaria, de Cruz Alta, quartel que foi fortemente atingido pela grande nevada de 1965 (foto), a maior já observada no país


No dia 10 de janeiro de 1952, Bernardo e alguns outros jovens caienses (Arlindo Liell e Luis Lorscheitter, filho do ferreiro José Lorscheitter) ganharam uma festa de despedida, pois deixariam a cidade para servir o exército. Bernardo tinha 19 anos e o sonho de seguir a carreira militar. Nesta época o Caí se encontrava numa fase decadente devido à derrocada da navegação fluvial. As oportunidades de emprego eram poucas e a chance de seguir carreira no exército era vista como uma boa possibilidade de realização profissional.
Os recrutas caienses partiram para a grande aventura de fazer o serviço militar viajando de trem até a estação de Diretor Pestana, na entrada de Porto Alegre. Dali tomaram outro trem com destino a Santa Maria, onde fizeram baldeação e seguiram, ainda de trem, para Cruz Alta, onde se apresentaram ao 17º Regimento de Infantaria no dia 12 de janeiro de 1952. Bernardo serviu no 17º RI por cinco meses, conhecendo a dureza do serviço militar. Teve lá a uma oportunidade que poderia ser importante para a sua vida: a de ingressar num curso de enfermeiro. Mas teve de desistir dele porque foi transferido para a 6ª Divisão de Infantaria, cujo quartel ficava na rua João Pessoa, em Porto Alegre. Ao chegar em Porto Alegre, Bernardo quase se deu mal, pois o trem atrasou e ele quase foi declarado desertor. Felizmente, suas explicações foram aceitas e tudo se acomodou.
Logo que chegou à capital, ficou um tanto assombrado com o movimento intenso da cidade. Teve de observar as pessoas para entender como se fazia para, por exemplo, atravessar uma rua. Mas teve sorte. Ele acabou indo servir na Escola Preparatória de Cadetes, hoje Colégio Militar, situada na rua José Bonifácio. E lá o comandante do Colégio, José Dantas e Areia Pimentel logo o destacou para ser seu auxiliar. Em 1952, quando o presidente da república Getúlio Vargas veio a Porto Alegre para o Juramento à Bandeira, Bernardo trabalhava na residência do comandante e sua esposa. Sua vida no quartel, portanto, não chegou a ser tão penosa como a da maioria dos recrutas.
Sua permanência em Porto Alegre foi de apenas três meses. Neste período morou com seu irmão Pedro Diversino, que trabalhava no IPE (Instituto de Previdência do Estado) onde começou a trabalhar como ascensorista e tornou-se contador. Nas horas de folga assistia filmes nos cinemas Ritz e Castelo e ia a bailes na Vila Jardim.

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