O Banco Pfeiffer funcionou neste prédio, hoje utilizado pela Loja Kranz
Antigamente, os comerciantes prestavam muitos outros serviços, além da revenda de produtos. Serviam, inclusive, como banqueiros, tomando dinheiro emprestado dos seus clientes e emprestando dinheiro a quem precisava. Para isso, os comerciantes costumavam ter um cofre no seu estabelecimento (veja neste blog 388 - A burra armada). Mesmo em Porto Alegre esses eram os "bancos" que existiam até a criação do Banco da Província, em 1858, que foi o primeiro banco comercial do estado.
No Vale do Caí não temos ainda informação precisa quanto à abertura das primeiras agências bancárias. No Caí, as referências que se tem são de que a primeira agência foi a do Banco Pelotense, que funcionou no prédio da rua Tiradentes (esquina com General Câmara) que depois serviu como presídio e hoje encontra-se em ruinas. Não se sabe o ano de abertura desta agência, mas o fechamento deve ter ocorrido em 1931, ano em que o Pelotense faliu. Em Montenegro, uma agência do Pelotense foi aberta em 1929.
Sabemos que, em 1940 que funcionavam no Caí o Banco Nacional do Comércio (fundado em Porto Alegre em 1895) e o Banco Pfeiffer (idem, em 1919).
José Bohn (proprietário da Joalheria Brilhante, mais conhecido como Juca Bohn) foi bancário na sua juventude.
Ele começou sua vida profissional como funcionário do Banco Industrial e Comercial do Sul SA (Sulbanco). O gerente do banco, na época, era Valdemar Brandt, enquanto que o gerente do Banco Nacional do Comércio chamava-se Maximiliano Tidel.
Em 1967, quando Juca começou a trabalhar, o Sulbanco já havia sido transferido do prédio antigo (atual Loja Kranz, na rua Marechal Deodoro), para o prédio em que funcionou recentemente o restaurante As Gurias (até ser destruído por um incêndio, em 2010). Este prédio, situado na rua Pinheiro Machado, em frente ao Centro de Cultura, abrigou também, posteriormente, a Caixa Econômica Federal. Por curto período, porém, uma vez que a agência foi transferida para o edifício onde hoje se encontra, em frente à praça Cônego Edvino Puhl.
Em 1972 o Sulbanco fundiu-se com o Banco Nacional do Comércio e com o Banco da Província, dando origem ao Banco Sulbrasileiro. Com o novo nome, o banco passou a funcionar no prédio construído por Ellemer Juchem, na rua Coronel Paulino Teixeiro (em frente à atual Delegacia de Polícia). Um local que apresentou a conveniência de estar próximo à delegacia. O que não é ruim para um banco, pois aumenta a segurança. Por vários anos, a delegacia funcionou no segundo piso do memo prédio em que estava situado o Sulbrasileiro. A criação do Sulbrasileiro, portanto, determinou o fechamento das duas agências bancárias que, durante décadas haviam sido as únicas da cidade: as do Banco Nacional do Comércio e do Sulbanco.
A agência da Caixa Econômica Estadual foi criada no final da década de 1960 e funcionou, inicialmente, em frente ao Cine Aloma (atual loja Três Passos). No mesmo local onde hoje se encontra instalada, hoje, a lotérica Boa Sorte. Prédio que tornou-se pequeno, forçando a Caixa a mudar-se para o prédio onde hoje se encontra a agência Banrisul. Sob a gerência de Egon Schneck, a agência caiense da Caixa Econômica Estadual alcançou grande sucesso. A ponto de alguns de seus funcionários, como Ário Soares e Júlio César Campani alcançarem posições de destaque na matriz portoalegrense.
O Banco do Brasil também chegou ao Caí por essa época (em 1968?).
O Banrisul começou suas atividades no Caí no prédio em que hoje se encontra a Livraria Schuch. Em 1998, a Caixa Econômica Estadual foi extinta, sendo incorporada pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul SA (Banrisul). No Caí, o Banrisul passou a ocupar as amplas instalações da Caixa Estadual, na esquina da rua Pinheiro Machado com a avenida Egydio Michaelsen.
O Bradesco veio a abrir sua agência no Caí na década de 80 e sempre funcionou no mesmo local, na rua 13 de Maio. No local onde funciona hoje a agência havia antes um prédio antigo em que funcionaram padarias como a de Otto Schaeffmacher, que foi cenário de importante episódio no conflito entre integralistas e guardas municipais no ano de 1935.
A mais recente instituição bancária a instalar-se no Caí é o Sicredi, também situada na rua 13 de Maio. A agência foi inaugurada no dia 23 de janeiro de 2006. O Sicredi é a evolução das antigas Cooperativas de Crédito, surgidas no início do século XX, por iniciativa do padre caiense Theodor Amstad. Na localidade de Harmonia, antes da sua emancipação, ainda funcionava uma dessas cooperativas na década de 1980.
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