Caiense da localidade de Areião, José Clóvis lecionou no Caí na década de 1970 e já se destacava pelas suas posições contrárias ao regime militar
O caiense Luiz Carlos Bohn (ao centro), presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, acompanhou a posse do seu conterrâneo
José Clóvis e a esposa, Maria de Fátima Baierle, na cerimônia de posse
O fotógrafo Aloizio Pereira (destacado líder do PT caiense e ex-secretário municipal) fez o registro fotográfico da posse do seu amigo, conterrâneo e companheiro de partido José Clóvis.
O fotógrafo Aloizio Pereira (destacado líder do PT caiense e ex-secretário municipal) fez o registro fotográfico da posse do seu amigo, conterrâneo e companheiro de partido José Clóvis.
Pela primeira vez um caiense estará ocupando uma das Secretarias mais importantes do Governo do Estado. O Fato Novo já havia antecipado, na edição do último dia 6, que o professor José Clóvis de Azevedo era o mais cotado para ser o secretário estadual de educação do Governo Tarso Genro. E isso se confirmou na última quarta-feira, quando o governador eleito anunciou alguns nomes de seu secretariado, entre eles o do caiense José Clóvis, que estarão no primeiro escalão do Governo a partir de 1º de janeiro de 2011.
"Foi com grande satisfação que recebi este convite. Me sinto preparado para este desafio. Faremos um esforço muito grande para melhorar o ensino no nosso Estado", declarou José Clóvis, logo após ser anunciado. Ele fez questão de lembrar a sua ligação com o Caí. "Nasci e me criei no Caí, onde morei até os 23 anos. Ainda tenho um sítio no Areião, onde vou quase todos os finais de semana", declarou.
As irmãs Lélia e Irene, ambas professoras, também moram no Caí, enquanto o irmão Claudio reside em São Leopoldo.
"Tive a sorte de nascer numa família que sempre valorizou muito a educação", diz Clóvis, recordando o incentivo dos pais Fortunato Rodrigues Azevedo (Dadá) e Anália Ignácio de Azevedo. "Meu pai foi meu melhor professor. Ele me ensinava as coisas práticas", recorda, sobre a importância dos pais em sua formação. Ele trabalhou na roça desde cedo, ajudando o pai num caminhão que transportava lenha e casca de acácia-negra. Mas nunca deixou de estudar. Formou-se em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo sido professor na antiga Escola Normal (hoje Instituto Paulo Freire) do Caí entre 1973 e 1978. "Desde cedo tinha gosto pelo ensino", diz. Foi também professor em Porto Alegre, além de um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e participante do movimento sindical dos professores, ocupando a secretaria geral do CPERGS-Sindicato e vice-presidente da Confederação nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE). Em 1997 foi convidado para ser secretário municipal de educação de Porto Alegre e em 2001 assumiu como primeiro reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente leciona no centro Universitário Metodista - IPA, em Porto Alegre.
Pelo bom trabalho realizado em prol do ensino na capital, em agosto desde ano "Zé Clóvis", como também é conhecido, recebeu o título de cidadão de Porto Alegre, entregue na Câmara de Vereadores. Aos 65 anos, sendo 41 deles dedicados ao magistério, agora tem pela frente um grande desafio, pois o governador eleito Tarso Genro, que foi ministro da educação no Governo Lula destaca a futura secretaria de Clóvis como estratégica para o Estado. "É uma função muito difícil", admite Azevedo, lamentando a falta de investimentos adequados nas últimas décadas. "Temos que melhorar a situação das escolas e professores", conclui, sobre os investimentos e a qualificação.
Matéria de Guilherme Baptista publicada no jornal Fato Novo (26/12/2010)
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